Dá me de Beber! Nós estamos constantemente nos confrontando com a tentação de definir as pessoas pelos seus grupos ou pelos seus defeitos e rótulos. Jesus ensina hoje que, embora Ele veja os grupos e a vergonha, o escândalo, Ele vê a pessoa. O indíviduo….e chama a cada um pelo nome!

Estamos no tempo do deserto como estava escrevendo na última formação, falando sobre seguir o Rabi ou Cristo neste tempo de quaresma. Ele é nosso protótipo. Estamos na escola da fé como falei, após tanto estudo e sabendo toda a Palavra na cabeça e no coração, fomos escolhidos para estarmos com o Rabi, e aprender diretamente como Ele se posiciona diante das coisas do mundo, é a Beit Midrash.

O objetivo então é nos transformar e nos moldar com Ele. Ele é o exemplo a ser seguido e queremos ser como Jesus. Para nos auxiliar temos as leituras da Imitação de Cristo e por ai vai. Já falamos sobre isso anteriormente e hoje a lição é absolutamente maravilhosa e desconcertante. Então sem mais delongas, vem comigo.

            Jesus inicia dizendo: Tome o jugo sobre mim. O que é o Jugo? Jugo é uma vestimenta do campo. Isso quer dizer que é o peso que as pessoas carregam. Jesus pede o seu jugo para ele. Aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração, meu jugo é leve. O que Jesus está dizendo não é me dê tudo não, e sim, eu estou carregando o jugo contigo.

            Jesus hoje nos convida a olhar o mundo com Ele olha. Sejamos como Ele.

            A pergunta de hoje é como Jesus vê os outros? Como Ele vê o Pai e como ele vê este mundo?
Para um exemplo absolutamente profundo deste olhar vemos hoje a Leitura do Evangelho da Samaritana. Eis o jeito que Jesus vê a cada um de nós e não o grupo. Veja como Jesus vê cada um de nós e não nossas misérias.

            Neste momento Ele está ao lado do poço de Jacó. Estamos na Samaria. Os discípulos haviam ido à cidade. Ele está sozinho e de repente se aproxima ao meio-dia, uma mulher. Em primeiro lugar ela é uma samaritana que até hoje não são pessoas queridas dos judeus. Em segundo lugar é mulher. Naquele tempo um homem judeu não falava com mulher em público, às vezes nem com familiar. Um comportamento muito reservado para época.

            Voltando ao cenário. Aqui está uma mulher que se aproxima do poço de Jacó ao meio-dia. Caso muitos não saibam, uma mulher fazendo isso a esta hora, ou ela não pode aparecer em público ou sua vida estaria uma bagunça, pois o costume seria ir ao amanhecer com mais familiares ou ao entardecer. O calor era um dos impeditivos para se buscar água aquela hora.

            Havia uma razão e nós sabemos pela Leitura que havia um problema. Ela não era benvinda lá. Ela foi casada várias vezes e o homem que ela estava naquele momento não era seu. Dilema triplo. Não pertencia ao grupo, era uma mulher e uma pecadora pública.

            Jesus quebra todas as regras humanas. Nós muitas vezes definimos as pessoas pelos grupos. Nós temos uma tendência em agrupar as pessoas e julgá-las em grupo, e identificar as pessoas pelos grupos que pertencem. O que Jesus revela? Ele se preocupa com a pessoa e não com o grupo.

            O grupo é importante, segundo a Psicologia nós precisamos fazer parte de algum grupo, para nos completar, para nos sentirmos valiosos, para nos sentirmos enturmados, bem assim dizer, uma pertença para o desenvolvimento humano. O que está sendo refletido aqui e Jesus ensina é , nós precisamos ser identificados como indivíduos dentro de um grupo, isso é o que importa.

            Por isso Jesus vê sempre a pessoa e não o grupo.

            O impacto que isso causa no mundo é incomensurável. Veja por exemplo na Inglaterra dos anos 1784 a 1812 Sir William Wilberforce. Foi o mais novo Parlamentar a ser membro do Parlamento Inglês. Ele merecia, pois era brilhante. Uma vez em uma viagem para Roma teve um Encontro pessoal com Jesus e se converteu ao Cristianismo ( Catolicismo). Ao retornar para Inglaterra Wilber entrou num dilema, rezando para saber se  deveria continuar na vida política ou não! Foi quando após exercícios espirituais tomou duas decisões. Deveria permanecer e fazer algo que ficasse para as gerações. A primeira missão foi a reforma moral e abolir o tráfico humano. Inglaterra era o tempo da prostituição, da devassidão. Crianças trabalhavam em indústria a partir de cinco anos. Alcoolismo tomava o país inclusive dentro das sessões parlamentares.  Muitas sessões não terminavam pois todos estavam bêbados. Uma em cada 4 mulheres em Londres era prostituta. Execuções públicas e dissecções de cadáveres em público, era o que acontecia.

            Duas semanas antes de Wilber morrer, o tráfico de humanos foi abolido pelo Parlamento. Assim é Jesus, não olha o grupo, mas o indivíduo, seja na moralização de uma sociedade individuo por individuo, seja pela moralização das relações internacionais, deixando o mercado de escravos e fazendo cada indivíduo ser valorizado como ser humano. Assim é Jesus, sempre olhando para cada um de nós e não para multidão ou para o grupo.

            Uma outra característica no Olhar de Jesus é ver a pessoa e não a vergonha. Olhe para Ele vendo a Samaritana. Ela era desqualificada não somente pois ser do grupo dos samaritanos, mas também pelo próprio povo da Samaria. Muitas vezes nós rotulamos as pessoas pela vergonha( erro). Jesus sabe a vergonha dela, seu pecado, mas Ele a chama pelo nome. Nós precisamos olhar o mundo pela pessoa e não pela vergonha.

            No início do século passado, um grupo de bispos caminhavam em uma cidade pequena, onde todos conheciam uns aos outros. De repente uma Prostituta cruza o caminho deles, todos viraram o olhar para longe e Bispo Nonhes não apenas continuando olhando para ela como seus olhos lacrimejam. Ele diz: -Que tragédia é, como tal beleza pode levar a tantos homens a perdição. Ele olhava para ela e não para sua vergonha. Esta senhora nunca foi olhada com tanta distinção como naquele dia, e mais tarde foi procurar o Bispo. Ao ouvir as suas palavras sobre como Jesus olha a cada um de nós, como Ele se interessa por nós e como Ele nos chama pelo nosso nome, como Ele  a vê e não o sua falha, a sua vergonha,  a senhora  não foi apenas  convertida, mas se transformou numa beata e depois numa Santa, Santa Plágia.

            Nós estamos na Escola fé, estamos na Beit Midrash, estamos aprendendo como Jesus olha. Estamos vendo Jesus olhar para a mulher do poço. Quantas vezes nós definimos as pessoas pelas suas piores escolhas, ou pelas piores coisas que a pessoa fez. Jesus está dizendo hoje para mim e para você, Eu conheço a sua história, mas eu vejo por trás de tudo isso Você! Isso é estar em Beit Midrash. Ver como Jesus vê, olhar como Ele nos ensina a olhar.

            Assim é, quando deixamos Jesus ser o nosso Protótipo.

            Bispo Prom, de San Diego certa vez quando foi ordenado Bispo foi a Roma, se encontrar na época com o Papa João Paulo II. Ao entrar na Audiência privada foi recebido com um, é a segunda vez que nos vimos. Claro que Bispo Prom refutou, dizendo que nunca o tinha visto antes. Ao sair dali o secretário veio atrás e disse:- Jamais diga que O Papa está errado novamente. Eu vou refrescar sua memória. Uma dia, estávamos na Igreja Gesu, em Roma, e ao sair da Igreja encontramos com o Senhor que ainda era Padre novo. E agora, eu tenho certeza que você se lembrou, pois à época o Papa era Bispo de Cracóvia.  Papa João Paulo II olhava sempre para cada um dos seus, sempre derrubando as distrações, nunca a multidão, sempre cada um de seu povo, pois assim Jesus olha cada um de nós. E em uma terceira visita ao Papa, Ele disse: – Bispo Prom, quantas vezes nós nos encontramos até hoje? Bispo Prom prontamente responde: -Com esta, três vezes, a primeira foi nas escadarias da Igreja Gesu em Roma. Ao que o Santo Padre responde: – Que bom que você se lembrou!

            Quantas vezes nós falhamos nesta lição com nosso Rabi. Pois nossa tentação é olhar as pessoas em grupo ou por determinar as pessoas pelas suas vergonhas e suas mazelas. Contudo a maneira como o  nosso Rabi vê a todos ao nosso redor, mesmo vendo os grupos e as mazelas é saber o nome de cada um de nós, e nos olhando de modo particular e com imenso Amor. Isso nos define aos seus olhos!

            Deste modo, tomemos o Seu Jugo em nossos ombros e nos conformemos segundo nosso Rabi na Escola da Fé.

 

 

 

         ALGUMAS pessoas sabem exatamente o que elas querem e exatamente o que elas necessitam.  A Maioria de nós não! Por isso, me incluo neste grupo. Enquanto eu não necessitar verdadeiramente por um Salvador eu não serei capaz de experimentar a Alegria desta chegada. Mas quando eu sei o que eu espero e o que eu anseio, Natal se torna algo muito maior do que um simples feriado.

                             Nesta época do ano as pessoas tem a cada ano se transformados numa preocupação absurda sobre presentear as outras pessoas. Problema nenhum, se o convívio entre estas pessoas fossem no resto do ano, algo que justificasse. Muitas coisas nós ganhamos e não gostamos. Mais um trabalho para ter que trocar.

                             Mas hoje, o Senhor está te perguntando o que você Anseia, o que você quer?

                             NO Capitulo 7 Isaias, descreve o momento onde Deus revela ao seus filhos de Israel, que Ele iria lutar pelo povo judeu. Não somente iria lutar ao lado de Israel mas Ele viria habitar no meio de nós e seu nome seria Emanuel ( Deus Conosco). Muitas vezes em nossas vidas não sabemos o que queremos. Não sabemos pedir a Deus. Por isso Natal é tão profundo que nos leva a refletir sobre o nosso coração. A medida que eu Necessito do Natal, da vinda do Senhor maior é a minha expectativa da sua chegada.

                             MUITAS vezes estamos experimentamos estar fazendo as coisas da Igreja  de forma superficial e sem compromisso. De repente você se confronta com  uma necessidade vital por Cristo. Daí sua vida muda. NO momento em que você acorda para a realidade do Natal, para a necessidade de um Redentor, de um Salvador, de Jesus, então você está diante da realidade de quem sem Ele estaria morto.

                             A Alegria do Natal está diretamente relacionada a verdadeira expectativa daquele que reconhece que precisa de um Salvador. Isso é pessoal. E tem que ser. Mais de 40% dos católicos brasileiros não sabem que se podem ter um relacionamento pessoal com Jesus. Então a Celebração do Natal se torna coisa de criança, ou apenas uma festa de família.

                             Natal é um feriado religioso, no coração! Neste dia estamos então estamos num lugar muito maior do que alegria, música… Eu não sei se o que eu quero é o que Deus quer. Este dia revela o que Deus quer, como Ele responde: – Eu quero meu povo! Ou seja, Eu quero você, diz o Senhor. Deus sabe exatamente o que Ele quer. Então diga ao Senhor que você quer saber amá-lo de volta assim como Ele nos ama. Diga que quer um coração que ama a Deus. Assim neste momento abra seu coração e Louve o Senhor do jeito que você está agora. E o Natal acontecerá em você! Deus nos ama e nos quer imediatamente  quando nós nos abrimos. Venha ao Presépio ser amado pelo Senhor!

                                  

                             Oremos: Abbá (Pai) Amado, eu te peço hoje , que venha revelar nos corações dos descrentes o verdadeiro sentido do Natal. Senhor, seu povo tem se perdido em meio as preocupações do fim de ano, e principalmente em adquirir coisas, presentear coisas que muitas vezes é obrigação. E todas as pessoas foram às compras como tem ido a Igreja, simplesmente por obrigação. Senhor revela nos corações o que o verdadeiro sentido do Natal representa. Sim Senhor, os que se reconhecem precisar  ou necessitar de um Salvador se alegrarão com sua chegada. Ajuda-me nestes dias de Natal a te fazer contínua companhia no Presépio, que é o mais querido por ti, o meu coração! Amém.

Pai em tuas mãos entrego meu coração! Cura-me Senhor, Restaura-me Senhor!  Amém

 

Neste final da Quaresma, mais precisamente hoje,  domingo de Ramos, o Evangelho de Mateus nos narra a Paixão, como o Professor Mark Kaylor nos dizia,  os evangelhos longas introduções do que acontecerá nesta semana, ao que acontecerá em sua paixão, morte e ressurreição do Cordeiro de Deus. Jesus se oferece como o maior de todos os sacrifícios a Deus Pai pela Salvação de toda Humanidade, somente por Amor, por Você!

Esta narrativa de Mateus nos leva ao país distante do Pecado. Disfunção humana que nos leva a nos separar de Deus , nos separar do Amor. Jesus é o amigo dos pecadores. Ele não veio para os saudáveis mas para os doentes. Ele senta com os desprezados, como os marginais, com os excluídos e com os mínimos. Jesus vai dentro do pecado para trazer a Luz divina lá. Jesus entra dentro do pecado com a obediência e a fidelidade a Deus, para libertar os prisioneiros do pecado, Esta fidelidade absorve o poder do pecado e o dissolve. Como nós respondemos ao pecado, pecando de novo. Traição atrai traição, violência gera violência, mentira gera mentira pois pecado gera pecado. Então Jesus, chega, Amor de Deus, drena o pecado para ele mesmo e pelo seu amor, sua obediência e fidelidade nos liberta.

Então o que vemos neste Domingo de Ramos, pela narrativa de São Mateus é a Sinfonia do Pecado. Todas as formas de disfunção humana estão narradas neste Evangelho, esta Cacofonia do Pecado está narrada aqui, neste país distante.

Mateus inicia com a Traição de Judas. Judas trai seu mestre, seu mentor, seu divino amigo. Dante na Divina Comedia, vê a traição como o mais profundo do inferno. Trai seu amigo, dá as costas ao seu amigo. Depois da Santa Ceia, Jesus leva seus amigos ao Gestsemâni. Jesus transpira sangue, assumindo todos os pecados  do mundo. Nesta noite, é a noite mais dolorosa do Senhor. Jesus está batalhando pela humanidade, mas  os discípulos estão dormindo. Carl Barth relata que neste momento há uma intensa Preguiça Espiritual dos discípulos. Eles não estão nem aí. Ninguém se importa com o sofrimento do Senhor. No Apocalipse o Senhor diz: Aos mornos, e ou vomitarei. Indiferença.

No Jardim chega Judas e os guardas armados. Eles vem buscar o príncipe da Paz. Ele ensinava que devíamos dar a outra face, amar os inimigos. Quem vem buscar Jesus? Os poderes do mundo jogando o mesmo jogo. Desde toda a história da humanidade, egípcios,  gregos, babilônios, romanos, persas, bárbaros, napoleão,   nazistas, estado islâmico,  como os poderes do mundo respondem até hoje, da mesma maneira, com violência. Eles vem para prender Jesus. Um dos discípulos de Jesus corta a orelha de um dos guardas, que tamanho exemplo, pois quando usamos a violência é porque cortamos a comunicação, ninguém ouve ninguém. Olhemos hoje, e até hoje, mesmo na Terra Santa. Irmão contra irmão.

No final desta cena, o que vemos aqui? Todos os discípulos fogem, se escondem, Espirito de Covardia. Quando eu sei o que tenho que fazer e não faço, não tenho coragem para fazer, eu sou covarde. Quando os bons não reagem ao mal, aí está a Covardia . Eles fogem. O mal deve ser resistido quando aparece. A sinfonia do pecado vai se tornando cada vez mais intensa. Quando Jesus chega ao Sinédrio. O que temos aqui, Mentira, falso testemunho, aos que deviam cuidar tão bem a cerca de verdade. Todos fazem a mesma coisa. Jesus, a verdade,  está cercado por mentirosos. Neste mesmo momento, Pedro é exposto e por três vezes nega. Pedro quer se manter no meio de todos para não ser reconhecido. A diferença entre Pedro e Judas, é o arrependimento, pelo desespero de Judas ele se mata, porque muitas vezes estamos tão profundos nas trevas que achamos que Deus não pode nos perdoar. Morto pela sua própria culpa, mesmo que Deus não quer que nenhum de nós se perca. Nós é que nos negamos a Deus. A pior face do pecado é a autodestruição.

Em frente de Pilatos, vemos a grande disfunção humana. Ele vê que Jesus é inocente, pela pressão da multidão, pelo temor em perder seu poder…Então ele Abusa do Poder.

Qual é a boa noticia nisso tudo, neste país distante onde habitam: Traição, violência, covardia, abandono, fuga, indiferença, mentira, falso testemunho, falta de perdão, autodestruição, suicídio, terror, preguiça espiritual, abuso de poder. Deus quer ir até este pais distante da dominação do pecado e colocar a sua luz, e Sua Luz é Cristo Jesus.

Que nossa Semana Santa comece e termine na mais profunda meditação desses dias, em que o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis, será destituído de toda a sua divindade, e humanamente será flagelado por tudo que é fruto do pecado deste mundo. Ele será torturado e mutilado, como um servo sofredor, passará por tudo isso sempre subindo para Jerusalém e para o Calvário, será Crucificado, ainda mais humilhado, Morto e apesar de tudo isso Ele Ressuscitará conforme todas as escrituras apontaram, Ele vencerá a morte, Ele vencerá o pecado e nos dará a Vida, e Vida em plenitude ( João 10-10).

Maranathá!