“Quem desobedecer a um destes mandamentos, será o menor no reino dos Céus”

d_roberto_guimaraes3.jpgJesus, o Filho de Deus, instituiu a sua Igreja, ao dizer ao apóstolo Pedro: “ Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” ( Mt 16, 18). Uma das tarefas prioritárias da mesma Igreja foi colocada pelo próprio Jesus : “Ide, ensinai todas as nações a observar tudo que vos prescrevi” ( Mt 28, 20). 

A Igreja, conforme a visão da fé, é sempre assistida pelas luzes do Divino Espírito Santo, portanto traz consigo a consciência de sua tarefa inalienável: “ ensinar todas as nações a observar o que vos prescrevi”, conforme o Mestre Divino declarou. Quando se trata, pois, da transmissão e da preservação da Lei Divina em toda sua integridade, a Igreja não vai além de sua competência, mas age legitimamente conforme a missão confiada em seu ministério de ensinar e conduzir o povo de Deus.

Os mandamentos promulgados pelo Divino Legislador, sobre a conduta moral da pessoa humana, inegavelmente recaem sobre a responsabilidade da Igreja, mantenedora fiel das verdades da fé e da moral. Como sempre aconteceu,em sua história , através dos séculos, a Igreja sofre críticas e agressões, quando acusada de extrapolar sua verdadeira função. Sendo assim, a Igreja, ao reafirmar sua posição contrária ao uso dos preservativos, procede na mais perfeita conformidade com seu legítimo ministério de ensinar, a todos, os mandamentos prescritos pelo Senhor. Assim não se pode considerar a proibição dos preservativos, sem a necessária fundamentação da Palavra de Deus.

O Livro do Gênesis nos apresenta a narrativa da criação, com total clareza: “Deus criou o homem e a mulher, os abençoou e disse: “Multiplicai-vos e enchei a terra” (Gn 1, 27-28).

No plano Criador, a sexualidade se acha estreitamente relacionada com a genitalidade, isto é, com a capacidade procriadora dos filhos. Motivo pelo qual ao casal, não cabe colocar empecilho ao processo gerador da vida humana, já que a prática sexual não se restringe, apenas, à busca de um mero prazer. É o momento da transmissão da vida, e a ser avaliado em toda sua grandeza.

Aqui se fundamenta o pensamento da Igreja, ao considerar os preservativos como prática oposta à Lei Divina, e a abrir caminho para cada vez maior promiscuidade. Assim o efeito desastroso de ampliarem-se oportunidades para o risco de doenças sexualmente transmissíveis. Pronunciar a respeito de tais questões é, sim, da mais legítima competência da Igreja, e o silêncio seria indesculpável omissão, sobretudo ao se tratar da distribuição indiscriminada de preservativos, nas escolas, aos adolescentes e jovens.

Mesmo ridicularizada e agredida, a Igreja não se cala, ao trazer vivas a admoestação de Jesus: “ Quem desobedecer a um destes mandamentos, será o menor no reino dos Céus” ( MT 5,19)

Dom Roberto Gomes Guimarães
Bispo Diocesano de Campos dos Goytacazes – RJ