Escolhe, pois, a VIDA.

A conscientização ecológica nos desperta para a defesa da vida, no reino vegetal e animal, em razão da ameaça de extinção a pairar sobre algumas espécies da flora e da fauna. Assim, com muito maior razão, a preservação da vida humana também está a exigir um cuidado prioritário, no cenário de tantas vidas eliminadas violentamente nos homicídios, nos acidentes, e particularmente no crime hediondo do aborto. Muito oportuna, pois, a Campanha da Fraternidade de 2008 com o lema: “Escolhe, pois, a Vida” ( Dt 30,19).
Torna-se evidente o objetivo da Campanha, a despertar frutuosa conversão quaresmal, no sentido de fidelidade e gratidão maior ao Senhor Deus, criador e doador do dom inestimável da vida. No que se refere à vida humana, urge para todos, um decidido comprometimento com a defesa da vida, desde o seu início até o seu término natural. O espírito de fraternidade nos faz respeitar tudo o que é indispensável à dignidade da pessoa do outro, motivo pelo qual a preservação da vida passa a merecer especialíssimo cuidado. Dolorosamente a triste expressão já se tornou muito usual: “Achamo-nos em meio à cultura da morte”.
Não se pode esperar pelo verdadeiro progresso da humanidade, enquanto a cultura da morte prevalecer com todos os seus absurdos e desrespeitosas agressões.
Ao contrário, inequívoco testemunho de civilidade humana somente se pode constatar na conformidade com a promoção da vida, conforme o projeto sapientíssimo do Senhor Deus, criador de todas as coisas. O termo cultura também significa mentalidade. E assim nos encontraremos perante uma situação de gravíssima mentalidade, na aceitação de práticas contra a vida, e com a frieza da mais absurda indiferença. Sob este aspecto, não há como acreditarmos que a ciência e a técnica possam solucionar problemas especificamente de saúde, sem o necessário compromisso com os valores éticos e morais.
A conversão quaresmal deste ano nos desperta para recordarmos toda a dignidade de pessoa humana, com a rejeição dos ataques, principalmente aos mais fracos e indefesos, ainda no seio materno.

Dom Roberto Gomes Guimarães
Bispo Diocesano de Campos – RJ