«Setenta vezes sete vezes»

Deus te abençoe! Vou explicar-te como puder o teu caso de consciência. As preocupações e as pessoas – sejam irmãos ou outros – impedem-te de amar o Senhor Deus? Pois bem […], ama aqueles que te causam esses aborrecimentos. Não exijas deles, a não ser que o Senhor te indique o contrário, que mudem de atitude relativamente a ti. Deves amá-los tal como são. […]

Eis como reconhecerei que amas o Senhor e que me amas a mim, Seu servo e teu: se qualquer irmão do mundo, depois de ter pecado tanto quanto é possível pecar, puder regressar a ti, pedir-te perdão, e ser perdoado. Se ele não te pedir perdão, pergunta-lhe tu se quer ser perdoado. E mesmo que, depois disso, ele peque ainda mil vezes contra ti, ama-o mais ainda do que me amas a mim, a fim de o conduzires ao Senhor. Tem piedade desses infelizes. E, sempre que tiveres oportunidade, dá a conhecer aos guardiões [das nossas comunidades] o firme propósito de assim te comportares.

Quinta-feira da 19ª semana do Tempo Comum:
Comentário ao Evangelho de Mt 18,21-35;19,1 feito por
São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos frades menores
Carta a um responsável franciscano (a partir da trad. Desbonnets et Vorreux, p. 129)