“Quando chegou o dia de pentecostes, eles se achavam reunidos todos juntos. De repente, veio do céu um ruído como o de um violento vendaval que encheu toda a casa onde eles estavam; então lhes apareceu algo como línguas de fogo, que se repartiram, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e se puseram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia exprimirem-se.
Ora, em Jerusalém, residiam judeus piedosos, vindos de todas as nações que existem sob o céu. Ao rumor que se propagava, a multidão se reuniu e ficou toda confusa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua. Perplexos e maravilhados, eles diziam: ‘Todos estes que falam não são galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua língua materna? (…) nós os ouvimos anunciar em nossas línguas as maravilhas de Deus!’ Eles estavam todos atônitos, e, em sua perplexidade, diziam uns ao outros: ‘Que quer dizer isto?’ Outros, porém, desandavam a rir dizendo: ‘Eles estão cheios de vinho doce!’ “
Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo, inspirador de todos os trabalhos na Igreja. No Cenáculo, desde a fundação, a comunidade cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o amor em Cristo. Atualmente o 50.º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos o dia de Pentecostes.
Há ação do Espírito Santo no ser humano sempre quando se realiza um dos Sete Sacramentos.
No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.
Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:
Os agricultores sedentários cananeus dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram à Canaã;
Originalmente, os hebreus ou israelitas não eram agricultores, mas pastores de ovelhas, vivendo como semi-nômades nas montanhas centrais e estepes localizadas nas periferias das ricas regiões agrícolas de Canaã;
Pouco a pouco, o povo israelita veio tornar-se agricultor e sedentário.
No Antigo Testamento, a liturgia mais desenvolvida dessa festa encontra-se em Lv 23.15-21. Porém, Dt 16.9-15 mostra uma outra liturgia que reflete um diferente período e, conseqüentemente, um novo ambiente de celebração. Este estudo tomará como base essas duas liturgias.
Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Festa da Colheita ou Sega – no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome original (Ex 23.16).
Festa das Semanas – no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
Dia das Primícias dos Frutos – no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos – hag haqasir e hag xabu´ot – perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias depois (da Páscoa).
Participe junto conosco da Vigília de Pentecostes que acontecerá no próximo sábado dia 30 de maio a partir das 22h, no Santuário diocesano de Adoração, será um forte momento de oração pedindo a graça e os dons do Espírito sobre todos nós.
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