Somos destinados a vida eterna.
Deus nos salvou e chamou para a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio, da graça que vem desde toda eternidade nos destinou em Cristo Jesus (II Timóteo 1,9).
A graça destinada em Cristo Jesus é a vida eterna e nós fomos criados para o eterno. Não podemos nos esquecer disso, pois uma vez conscientes de que fomos criados para a eternidade, nossos passos e escolhas farão a diferença em nossa vida pessoal, na vida dos que convivem conosco e no mundo.
Quem foi criado para o eterno não pode gostar de coisas passageiras, momentâneas. Quem foi criado para o eterno não gosta de superficialidade, vai além, vive o profundo em tudo na sua vida, principalmente, na vida com Deus.
Meus irmãos, a graça destinada a nós em Cristo Jesus é a vida eterna. Não se esqueça nunca dessa verdade, pois, com certeza, ela vai fazer a diferença na sua vida como fez na minha e na vida dos que convivem comigo.
Infelizmente, neste mundo em que vivemos nos é oferecida a cultura do passageiro, do momentâneo, do descartável, em quase todos os seus níveis, e que nos leva a também vivermos isso, e assim, “engessar” as nossas mentes para que percamos a consciência do chamado de Deus para nós, que é a santidade.
Nós, católicos batizados no Espírito de Deus, que trazemos a consciência dessa graça pela qual somos destinados em Jesus Cristo, precisamos com urgência deixar as marcas do que é eterno em tudo o que fizermos.
Convido você, a partir de hoje, a ser marca do Eterno neste mundo e assim fazer que com suas escolhas o levem a conquistar a santidade, a qual somos chamados a viver, e a graça destinada a nós que é a vida eterna.
Cícera Gonçalves
formacao.cancaonova.com
Você sabe o segredo para superar os traumas da morte?
Diante do mistério da morte, especialmente a partir da dor da perda de um ente querido, sempre vem à tona o questionamento acerca da vontade de Deus. O argumento é muito simples: se tudo que acontece é com o consentimento de Deus, por que Ele não impede a morte de alguém? Se até nosso cabelo está contado, se, na oração do Pai-Nosso, aprendemos a rezar: “Seja feita a Vossa vontade”, por que a morte não é a vontade de Deus? Por que Ele não protege um filho cuja mãe reza tanto por sua proteção, mesmo sabendo da imprudência dele? Se Deus é tão bom, por que não impede a morte de uma pessoa? Por que permite o sofrimento? É pecado revoltar-se contra Deus?
Tente responder, serenamente, a cada uma dessas perguntas. Esse é um segredo para a cura dos traumas de morte. A própria notícia a respeito do falecimento de alguém pode ser uma fonte permanente de traumas, além das dificuldades relacionadas com a morte: solidão, saudade, aceitação, sentimento de perda, ausência, medo de morrer, sofrimento.
Muitas vezes, pela dor da perda e pela dificuldade de aceitação, a pessoa cria mecanismos psicológicos como tentativa de defesa. Conforme a intensidade da relação com o falecido, chega-se a sentir, quase que fisicamente, a presença da pessoa. Na verdade, isso é uma projeção do inconsciente. A pessoa morta jamais entrará em contato com o mundo dos vivos. A morte cria-lhe uma barreira eterna. A única comunhão possível é da parte dos vivos.
Devemos rezar pelos mortos
Sentir a presença de quem já morreu é uma tentativa do inconsciente de amenizar a dor da perda e, também, de resolver problemas que não foram resolvidos em vida. Essa sensação é infantil e muito perigosa, já que ajuda a criar falsas doutrinas sobre a morte e sobre a vida eterna.
Só existe uma coisa que podemos fazer pelos nossos falecidos: oração! E essa pode ser pessoal, comunitária, litúrgica, na igreja ou no cemitério. Fora isso, qualquer coisa que se fale é “inspiração encardida”, que precisa ser eliminada. A oração ajuda os vivos e os mortos. A certeza da vida eterna nos torna mais responsáveis pela consequência de todos os nossos atos. A fruta caída do pé da árvore morre, mas deixa sua semente. Assim acontece conosco.
Não podemos falar de morte sem falar em ressurreição
A sociedade capitalista do Ocidente tenta negar não só a morte, mas tudo que possa lembrar nossa situação de finitude e fraqueza. A ideia falsa da eterna juventude, os ideais dos progressos científicos, a acumulação dos bens e o apelo ao consumismo são tentativas de negar o que todo mundo sabe. O presente perpétuo e imediato é sonho estragado que nasce no coração de todos aqueles que não assumem a morte como uma amiga, que nos revela quem verdadeiramente somos. Conforme se vive, morre-se.
Segundo a fé cristã, a morte não é o fim, e sim o novo começo; é o encontro definitivo com Deus e a entrada numa dimensão plena junto a Ele. O cristão jamais pode falar de morte sem falar em ressurreição. Todos seremos ressuscitados por Deus, do mesmo jeito como Ele ressuscitou Jesus.
Texto extraído do livro: Cura dos Traumas da Morte
Padre Léo, scj