Dá me de Beber! Nós estamos constantemente nos confrontando com a tentação de definir as pessoas pelos seus grupos ou pelos seus defeitos e rótulos. Jesus ensina hoje que, embora Ele veja os grupos e a vergonha, o escândalo, Ele vê a pessoa. O indíviduo….e chama a cada um pelo nome!

Estamos no tempo do deserto como estava escrevendo na última formação, falando sobre seguir o Rabi ou Cristo neste tempo de quaresma. Ele é nosso protótipo. Estamos na escola da fé como falei, após tanto estudo e sabendo toda a Palavra na cabeça e no coração, fomos escolhidos para estarmos com o Rabi, e aprender diretamente como Ele se posiciona diante das coisas do mundo, é a Beit Midrash.

O objetivo então é nos transformar e nos moldar com Ele. Ele é o exemplo a ser seguido e queremos ser como Jesus. Para nos auxiliar temos as leituras da Imitação de Cristo e por ai vai. Já falamos sobre isso anteriormente e hoje a lição é absolutamente maravilhosa e desconcertante. Então sem mais delongas, vem comigo.

            Jesus inicia dizendo: Tome o jugo sobre mim. O que é o Jugo? Jugo é uma vestimenta do campo. Isso quer dizer que é o peso que as pessoas carregam. Jesus pede o seu jugo para ele. Aprendei de mim, que Sou manso e humilde de coração, meu jugo é leve. O que Jesus está dizendo não é me dê tudo não, e sim, eu estou carregando o jugo contigo.

            Jesus hoje nos convida a olhar o mundo com Ele olha. Sejamos como Ele.

            A pergunta de hoje é como Jesus vê os outros? Como Ele vê o Pai e como ele vê este mundo?
Para um exemplo absolutamente profundo deste olhar vemos hoje a Leitura do Evangelho da Samaritana. Eis o jeito que Jesus vê a cada um de nós e não o grupo. Veja como Jesus vê cada um de nós e não nossas misérias.

            Neste momento Ele está ao lado do poço de Jacó. Estamos na Samaria. Os discípulos haviam ido à cidade. Ele está sozinho e de repente se aproxima ao meio-dia, uma mulher. Em primeiro lugar ela é uma samaritana que até hoje não são pessoas queridas dos judeus. Em segundo lugar é mulher. Naquele tempo um homem judeu não falava com mulher em público, às vezes nem com familiar. Um comportamento muito reservado para época.

            Voltando ao cenário. Aqui está uma mulher que se aproxima do poço de Jacó ao meio-dia. Caso muitos não saibam, uma mulher fazendo isso a esta hora, ou ela não pode aparecer em público ou sua vida estaria uma bagunça, pois o costume seria ir ao amanhecer com mais familiares ou ao entardecer. O calor era um dos impeditivos para se buscar água aquela hora.

            Havia uma razão e nós sabemos pela Leitura que havia um problema. Ela não era benvinda lá. Ela foi casada várias vezes e o homem que ela estava naquele momento não era seu. Dilema triplo. Não pertencia ao grupo, era uma mulher e uma pecadora pública.

            Jesus quebra todas as regras humanas. Nós muitas vezes definimos as pessoas pelos grupos. Nós temos uma tendência em agrupar as pessoas e julgá-las em grupo, e identificar as pessoas pelos grupos que pertencem. O que Jesus revela? Ele se preocupa com a pessoa e não com o grupo.

            O grupo é importante, segundo a Psicologia nós precisamos fazer parte de algum grupo, para nos completar, para nos sentirmos valiosos, para nos sentirmos enturmados, bem assim dizer, uma pertença para o desenvolvimento humano. O que está sendo refletido aqui e Jesus ensina é , nós precisamos ser identificados como indivíduos dentro de um grupo, isso é o que importa.

            Por isso Jesus vê sempre a pessoa e não o grupo.

            O impacto que isso causa no mundo é incomensurável. Veja por exemplo na Inglaterra dos anos 1784 a 1812 Sir William Wilberforce. Foi o mais novo Parlamentar a ser membro do Parlamento Inglês. Ele merecia, pois era brilhante. Uma vez em uma viagem para Roma teve um Encontro pessoal com Jesus e se converteu ao Cristianismo ( Catolicismo). Ao retornar para Inglaterra Wilber entrou num dilema, rezando para saber se  deveria continuar na vida política ou não! Foi quando após exercícios espirituais tomou duas decisões. Deveria permanecer e fazer algo que ficasse para as gerações. A primeira missão foi a reforma moral e abolir o tráfico humano. Inglaterra era o tempo da prostituição, da devassidão. Crianças trabalhavam em indústria a partir de cinco anos. Alcoolismo tomava o país inclusive dentro das sessões parlamentares.  Muitas sessões não terminavam pois todos estavam bêbados. Uma em cada 4 mulheres em Londres era prostituta. Execuções públicas e dissecções de cadáveres em público, era o que acontecia.

            Duas semanas antes de Wilber morrer, o tráfico de humanos foi abolido pelo Parlamento. Assim é Jesus, não olha o grupo, mas o indivíduo, seja na moralização de uma sociedade individuo por individuo, seja pela moralização das relações internacionais, deixando o mercado de escravos e fazendo cada indivíduo ser valorizado como ser humano. Assim é Jesus, sempre olhando para cada um de nós e não para multidão ou para o grupo.

            Uma outra característica no Olhar de Jesus é ver a pessoa e não a vergonha. Olhe para Ele vendo a Samaritana. Ela era desqualificada não somente pois ser do grupo dos samaritanos, mas também pelo próprio povo da Samaria. Muitas vezes nós rotulamos as pessoas pela vergonha( erro). Jesus sabe a vergonha dela, seu pecado, mas Ele a chama pelo nome. Nós precisamos olhar o mundo pela pessoa e não pela vergonha.

            No início do século passado, um grupo de bispos caminhavam em uma cidade pequena, onde todos conheciam uns aos outros. De repente uma Prostituta cruza o caminho deles, todos viraram o olhar para longe e Bispo Nonhes não apenas continuando olhando para ela como seus olhos lacrimejam. Ele diz: -Que tragédia é, como tal beleza pode levar a tantos homens a perdição. Ele olhava para ela e não para sua vergonha. Esta senhora nunca foi olhada com tanta distinção como naquele dia, e mais tarde foi procurar o Bispo. Ao ouvir as suas palavras sobre como Jesus olha a cada um de nós, como Ele se interessa por nós e como Ele nos chama pelo nosso nome, como Ele  a vê e não o sua falha, a sua vergonha,  a senhora  não foi apenas  convertida, mas se transformou numa beata e depois numa Santa, Santa Plágia.

            Nós estamos na Escola fé, estamos na Beit Midrash, estamos aprendendo como Jesus olha. Estamos vendo Jesus olhar para a mulher do poço. Quantas vezes nós definimos as pessoas pelas suas piores escolhas, ou pelas piores coisas que a pessoa fez. Jesus está dizendo hoje para mim e para você, Eu conheço a sua história, mas eu vejo por trás de tudo isso Você! Isso é estar em Beit Midrash. Ver como Jesus vê, olhar como Ele nos ensina a olhar.

            Assim é, quando deixamos Jesus ser o nosso Protótipo.

            Bispo Prom, de San Diego certa vez quando foi ordenado Bispo foi a Roma, se encontrar na época com o Papa João Paulo II. Ao entrar na Audiência privada foi recebido com um, é a segunda vez que nos vimos. Claro que Bispo Prom refutou, dizendo que nunca o tinha visto antes. Ao sair dali o secretário veio atrás e disse:- Jamais diga que O Papa está errado novamente. Eu vou refrescar sua memória. Uma dia, estávamos na Igreja Gesu, em Roma, e ao sair da Igreja encontramos com o Senhor que ainda era Padre novo. E agora, eu tenho certeza que você se lembrou, pois à época o Papa era Bispo de Cracóvia.  Papa João Paulo II olhava sempre para cada um dos seus, sempre derrubando as distrações, nunca a multidão, sempre cada um de seu povo, pois assim Jesus olha cada um de nós. E em uma terceira visita ao Papa, Ele disse: – Bispo Prom, quantas vezes nós nos encontramos até hoje? Bispo Prom prontamente responde: -Com esta, três vezes, a primeira foi nas escadarias da Igreja Gesu em Roma. Ao que o Santo Padre responde: – Que bom que você se lembrou!

            Quantas vezes nós falhamos nesta lição com nosso Rabi. Pois nossa tentação é olhar as pessoas em grupo ou por determinar as pessoas pelas suas vergonhas e suas mazelas. Contudo a maneira como o  nosso Rabi vê a todos ao nosso redor, mesmo vendo os grupos e as mazelas é saber o nome de cada um de nós, e nos olhando de modo particular e com imenso Amor. Isso nos define aos seus olhos!

            Deste modo, tomemos o Seu Jugo em nossos ombros e nos conformemos segundo nosso Rabi na Escola da Fé.

Nós encararemos muitas provações e tentações ao longo das nossas vidas. Quando nós seguimos e estudamos Jesus como nosso Protótipo, nosso Rabbi, nós aprendemos como encarar as tentações da maneira como Ele encarou.

Como seria a vida em Israel no tempo de Jesus, dois mil anos atrás? Pois bem, para uma crianças, aos seus seis anos deveria entrar para a Escola da Fé, ou Bet Sefer (período integral excetuando o Sábado ou Shabath). Neste tempo até os 10 anos deveriam aprender o Pentateuco, os primeiros Cinco Livros Bíblicos (Gênesis, Levítico, Números, Deuteronômio e Êxodo) e não somente isso, eles saberiam de cor (memorizado) todos os cinco livros. Ao final, poderiam ir para aprender o ofício do pai.

Aos 10 anos, os melhores alunos eram chamados para o Bet Talmud, ou seja, uma escola mais aprofundada onde os alunos iriam estudar e memorizar o restante dos Livros do Velho Testamento, do Gênesis a Malaquias. Isso seria até os quinze anos de idade. A partir daí, dos 15 anos, apenas os melhores dos melhores ficavam na Escola da Fé, o resto iria seguir o ofício dos pais. Os que ficaram na Escola agora, não precisariam memorizar mais nada, apenas viver com o Rabbi, aprender observando os passos do Mestre, seriam Discípulos. Esta escola se chamava: Bet Midrash. Isso significa aprender a interpretar o mundo a partir dos olhos do Rabbi. Não havia mais memorização, a Palavra de Deus já estava na memória e no coração dos discípulos, agora eles iriam a vida como ela é, a partir do olhar do Mestre. Eles desejariam ser como o Rabbi um dia. O Rabbi é o Protótipo, para ser tornar um Rabbi um dia é preciso este tempo de aprendizado e aprofundamento para se chegar a ser igual a ele. Para ser discípulo é assim. O objetivo de seguir o Rabbi é ser igual a ele. Jesus antes de sua ascensão ao céu disse:- “Ide pelo mundo fazei discípulos em todas as nações”. Ele estava dizendo que não era apenas para fazer as pessoas saberem as histórias bíblicas mas muito mais, serem discípulos. Ajudar as pessoas a se tornarem iguais a Ele, o Mestre dos Mestres.

            Há 600 anos atrás surge um livro, a autoria parece ser de Thomas Kempis, este livro se chama a Imitação de Cristo. Este deveria ser o Livro de Cabeceira de todo Cristão. Como imitar Cristo, pois Ele é o Rabbi e deveríamos imitar nosso Mestre.

            Neste momento estamos na Quaresma, primeira das seis semanas, que a Igreja nos convoca a praticarmos um tempo de oração, jejum e penitência para sermos como Jesus. O Ponto sobre a Quaresma é exatamente estarmos na Escola Bet Midrash durante estas seis semanas. Como Jesus falava com seu Pai. Como Jesus sofria. Como Jesus faria em inúmeras circunstâncias. Este é o nosso objetivo e Ele o nosso Protótipo. A Imitação de Cristo.

            Pegando este gancho a primeira coisa que precisamos aprender na nossa Bet Midrash hoje é: – Como Jesus enfrenta as tentações? Isso não poderia ser melhor, não? Todos nós enfrentamos nossas tentações todos os dias. Não venham fingir que não sabem o que é isso! Tentação é o ato que o inimigo da nossa alma faz para, ou nos levar a fazer algo que não é bom para nós, ou parar de fazer algo que é bom.

            Todos nós batalhamos com tentações. Tem muita gente por aí hoje em dia que diz que não luta contra as tentações, apenas cede. O que? Sim, a geração hedônica prefere o prazer 24 hs por dia custe o que custar, inclusive ceder as tentações diariamente.

            Para o Cristão a batalha é devastadora. O pecado arruína nossas vidas. Quanto relacionamentos são destruídos pelo pecado, quantos trabalhos, quantas casamentos, quantos planos são arruinados pelo pecado. O pecado arruína as nossas vidas, destrói famílias, por uma eternidade. Então como nosso Rabbi hoje quer nos ensinar sobre combater a tentação?

            Há 3 caminhos, 3 coisas  para aprender. A primeira: – Espere a provação, seja atento, seja prudente e esteja preparado para o que pode acontecer. Jesus vai ao deserto sabendo que é no deserto que se dão as maiores provações. Ele é levado pelo Espírito Santo com o propósito de lutar contra a tentação. Ele está totalmente a par do que iria acontecer, pois ele sabe o que iria encontrar. O Deserto é lugar de provações. Historicamente no Deserto muitas batalhas foram travadas. Ele sabe que 40 é o tempo. Então observe o Rabbi e espere por provações. Quantas vezes  nós somos surpreendidos pelas tentações seja pelas nossas fraquezas ou mesmo pela inesperada tentação, ou ainda, quando nós esperávamos que nos comportaríamos melhor diante desta tentação.

            Não há coisa pior que você ter um dia livre ( day off) e de repente descobrir que teria um trabalho extra, que você tinha esquecido. Ás vezes era um trabalhinho pequeno, mas naquele dia, você tinha planejado não realizar nada disso. É muito frustrante,  e ás vezes as coisas vão tomando um vulto maior e de repente te tomou seu dia livre. É quando você descobre que não está em um Cruzeiro e sim num Navio de Guerra. Isso que Jesus está ensinando para mim e para você hoje. Não somente ele o Rabbi mas o livro Imitação de Cristo nos alerta para estarmos preparados para combater as tentações. O autor deste livro nos ensina dizendo que as tentações são úteis para o caminho da humildade e da serenidade. A tentação nos purifica e nos mostra como realmente somos.

            Todos Santos passaram corajosamente pelo caminho das tentações. Não há lugar mais sagrado que este campo de batalhas. Muitas pessoas tentam escapar das tentações e o pior é que se aprofundam mais nelas. Neste momento que nós devemos nos unir ao Senhor ( Rabbi) e rogar por sua ação poderosa.

            A segunda coisa é : Elimine as opções. Jesus não dá opção para a tentação. Eva pelo contrário não elimina a opção, ela aceita dialogar com o mal. Quando o Mal representado pela serpente apresenta o fruto proibido, Eva considera muitas coisas até dar seu consentimento e se dá quando a serpente diz que Deus não queria que eles comecem, por que assim eles saberiam tudo sobre o bem e mal e portanto seriam como deuses, o que era falso e ela deu esta opção para a tentação.

            Tentando Jesus, o tentador diz para ele transformar pedras em pães, pois após 40 dias ele estaria faminto e Jesus responde um seco Não! Depois se atira do pináculo e seus anjos virão ao seu socorro, Jesus responde Não. E por último o tentador mostra todos os reinos do mundo e diz que Jesus teria tudo isso se o adorá-lo e Ele novamente diz NÃO. Jesus elimina a opção do Mal e ensina para mim e para você isso hoje.

            Quantas vezes nós nos frustramos por estarmos caindo sempre nos mesmos erros. Nosso problema é que nós estamos sempre tolerando a presença do veneno entre nós. Muitos de nós já vivemos muito tempo para saber o que não nos favorece. Pense numa pessoa que cuida de crianças e uma criança sempre reclama que alguns meninos estão chamando-o de estúpido. A professora então diz: Bem acho que eles podem estar certos, você é estúpido? Ele responde não. Então por que você insiste ficar andando com aqueles que vivem chamando você de estúpido se tem tantos meninos que gostariam de ter a sua presença no meio deles? E o menino responde: – Sim eu sou estúpido! Mude de vida, mude de grupo, procure um lugar onde você é valorizado. Nós somos muito assim. Muitas vezes seguimos certos pecados difíceis de serem livrados, porque não são tão óbvios assim. Tentação sempre vem em par. Sempre vem um menor que o outro e nós então escolhemos o menor para chegar no maior. Este é o grande engano. Elimine a opção.

            Certa vez um anacoreta ( Padre ou Monge do Deserto ) disse aconselhando um iniciante: – “Escolha a batalha certa e tudo irá para seu devido lugar”. Então se você der um Não fácil, você vai eliminar o Não difícil.  Resista aos iniciais. Porque na persistência da tentação o Mal vai tomando força. Primeiro vem pela minha imaginação fértil, depois pelo prazer daquilo e depois vem o consentimento e daí o pecado. Jesus nem considera a opção.

            A Quaresma nos ensina este caminho de cortar o mal pela raíz. Pense em alguém que vai fazer coisa errada após tomar bebida alcoólica. Então se eliminar este vício, evitará algo pior. Não que tomar um drink ou outro socialmente seja errado, não é, mas o problema está em quem está bebendo e que não tem autocontrole. Lembre que tentação vem sempre em par. Elimine o fácil e evitará o difícil. Exemplo prático: Tente eliminar Internet depois de uma certa hora do dia. Depois de um tempo muita coisa ficará melhor, como sono por exemplo, concentração, visão e conversas inúteis. Elimina o fácil primeiro e o segundo mais difícil fica desarmado. Estou falando de internet mas pode ser TV a cabo e certos tipos de filmes e series que não nos edifica, ou ainda ficar assistindo programas de noticias que ao final sempre nos deixa irados ou raivosos  e é inútil, pois não podemos fazer nada com isso. Elimine a opção.

            Existe jovens que gostam de ouvir certos tipos de música que altera o humor. Sabemos muito sobre frequência, vibração, sons e comportamento. Ficar por 15 dias sem ouvir nada disso já comprovou melhorar o comportamento. Elimine a opção.

            Então se você se prepara para a batalha, elimina a opção, escolhe a batalha certa para travar e verá que tudo irá para o seu devido lugar.

            A terceira coisa é reescreva o Roteiro. Todo pecado tem um Roteiro, reescreva o seu ao invés de ficar repetindo o roteiro que nunca funciona. Veja um casal que sempre briga do mesmo jeito, pois ambos repetem o mesmo Roteiro. Tente reescrevê-lo e verás que a cilada estará sendo desarmada.

            Olhe Eva caindo no roteiro do Mal. Olhe Jesus mudando o Roteiro, pois o diabo oferece alimento e Jesus cita a Palavra que diz : “ Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus”.  Na próxima tentação o diabo fala para Jesus se jogar no Pináculo e Jesus rescreve a cena sempre com a Palavra de Deus, ele reescreve o Roteiro. Agora veja Eva apanha o fruto para ser como Deus. E Jesus na terceira tentação vai dizer Adorar somente o seu Deus, após o diabo pedir que Jesus o adore. Jesus rescreve o Roteiro. Importante demais para todos nós compreendermos o que tudo isso significa e usarmos no nosso dia a dia.

            Olhe as três tentações novamente. Jesus não foi tentado para fazer algo ruim, mas para parar de fazer algo bom. Quantas vezes neste tempo de Quaresma o tentador tenta nos tirar do caminho, propondo um dia de folga na nossa caminhada quaresmal! Claro que ele não está nos tentando para o pecado mas pararmos de fazer algo que é bom. Jesus rescreve o Roteiro e nos convida para fazer o mesmo. Na segunda tentação o tentador quer encher o coração de Jesus de poder  e Jesus rescreve enchendo de humildade e Amor. Assim devemos fazer. Na terceira coisa o diabo mostra todos os reinos da terra e ele daria tudo isso para Jesus se Ele o adorasse. Esta tentação é para Jesus desistir da Cruz. E Jesus rescreve recusando e demonstrando quem é o único a ser adorado, o Próprio Deus Pai!

            Quantas pessoas caem no mesmo erro. Por exemplo encontrar com alguém continuamente em um local escuro, ou na casa do outro quando não tem ninguém, dia após dia, do mesmo jeito, e ao final sentir que não fez a coisa melhor nem para um, nem para outro. Como se livrar disso que vai se tornando um vício. Claro que estamos falando de pessoas que não deveriam estar se encontrando. Para entender isso, sempre elabore desta forma: Pessoas, lugares e coisas, qual o Roteiro disso? Pessoas e coisas remete para se eles fazem sempre a mesma coisa ou  em qualquer lugar, ou especificamente num determinado horário, vindo de algum lugar. Caso este seja o caso, qual a primeira coisa a fazer? Mudar o itinerário e evitar passar pelo local onde tudo acontece, não dialogue com o Mal, a tentação depois de abrigá-lo vai te derrotar.  Rescreva o Roteiro. A batalha é sempre no início de tudo, ali que se muda o Roteiro e não no banco de trás, no apartamento sozinhos ou num local isolado.

            Uma ferramenta muito útil para vencer tudo isso é  preencher os espaços das fraquezas, é se abastecer de algo que pode mudar todas as coisas, e esta ferramenta é a Palavra de Deus! Existem orações para cada situação difícil na nossa vida, acredite em mim, é verdade. A oração feita por um coração suplicante abala o céu. Não podemos achar que estamos abandonados no mundo a mercê do tentador, não. O Senhor, Jesus, o Amado, Ele está no meio de nós! Aquele que invocar o Santo Nome do
Senhor será Salvo! Quando seu coração estiver aflito, proclame o Salmo 15 eu tenho certeza que tudo se abrirá diante dos seus olhos.

            Repita comigo do Livro dos Salmos (39): “ Senhor, vem logo em meu auxilio, socorrei-me sem Demora”!

            Esta oração é para toda situação, para qualquer batalha, para qualquer situação de extrema angústia em frente a uma tentação.

            Em frente a toda Tentação: Se prepare para a provação, elimine a opção e rescreva o roteiro. E preencha sua mente e seu coração com a Palavra de Deus!

 

 

A diferença entre desistir e se render é uma Palavra: Confiança!

Há muitas circunstâncias na vida que estão além do nosso controle. Nós podemos facilmente nos sentir impotentes, quando nos damos conta de que nós não controlamos todos os acontecimentos. A Palavra de Cristo no Evangelho pode transparecer que Ele nos diz para nos rendermos, mas pelo contrário, algo muito mais profundo que isso…E muito mais esperançoso!

A história de Louie Zamperini traz para nós hoje uma reflexão perfeita sobre o que tudo isso significa. Quando jovem era um menino extremamente destemido e desafiador. Certa vez desafiou o diretor do High School para uma corrida e o venceu. Começou a treinar sério e bateu o recorde mundial de 1 milha para o High School. Na sua vida tinha uma lema:”Na sua vida, seja o que for fazer, faça o máximo que você puder!”. Ainda garoto se preparou para as Olimpíadas de Berlim, não tendo assim um grande resultado. Voltou para os EUA e se alistou para a Segunda Grande Guerra. No Pacífico Sul seu avião foi derrubado. Ficou 47 dias a deriva com mais dois companheiros até que um deles morreu. Foi fuzilado de um avião, sem alimento, cercado por tubarões. Toda a provação que um marinheiro poderia passar além da guerra.  Chegando numa praia foi capturado e levado para um campo de concentração,  lá passaria a ser torturado e castigado dia e noite, além de se alimentar pessimamente chegando ao grau máximo de  desnutrição e caquexia. Em nenhum momento deixou de acreditar que poderia isso tudo acabar um dia. Em 1945, quando estava na fila para ser fuzilado, o Imperador decretou rendição incondicional e todos foram liberados para seus países. De volta a California começou a apresentar é claro,
transtorno do Stress pós traumático (TEPT). Sua vida após todo este tempo se tornou um inferno.

            Em todo momento no campo de concentração, Louie sempre tinha este espírito de fazer o que dava para ser feito ao máximo. Muitas vezes as pessoas olham para os cristãos ( católicos e evangélicos) e acham que somos Fatalistas, que seria aceitar tudo o que vem para nós e não fazer nada sobre isso. Isso é Fatalismo e não somos assim, pelo contrário.

            Nós acreditamos que devemos ao máximo buscar fazer tudo o que está ao nosso alcance. Nós não somos passivos em relação as nossas vidas. A situação é difícil, faça tudo o que está ao seu alcance.

            No Livro do Levítico estão as Leis de Deus ao povo Judeu. Aconselhando se virmos alguma situação, se virmos algum doente, um pobre, um acidentado, que façamos alguma coisa sobre isso. Cuide de quem está ao seu redor.

            O problema é quando fazemos tudo o possível, e nada muda. O que acontece na nossa vida quando fazemos tudo que está no nosso poder e nada muda? O que acontece quando fazemos tudo o possível e continuamos HOMELESS(sem casa)? Esta expressão que significa nossa passagem na terra, nós vivemos aqui como exilados. Estamos aqui mas não somos daqui, não pertencemos aqui. Por isso este mundo não nos pode preencher. Por isso nosso coração não pode estar nas coisas daqui e nas pessoas e tudo mais. Nosso coração está em Deus. Isso muda todo o paradigma da nossa vida e nos enche de esperança.

            A primeira dor que sentimos de sermos exilados é que nós começamos a esquecer quem somos. A outra dor em sermos exilados e estarmos impotentes,  é que nós começamos a perder a Esperança e a Confiança. Eu estou aqui e não vejo como sair deste lugar.

            Louie volta para sua casa depois de ter sido prisioneiro durante tanto tempo em situação de tortura maciça. Há um Livro e um filme sobre a vida dele, Unbroken. Vale a pena conferir mais o livro do que o filme.

            Louie viveu tudo que pode naquela prisão. O filme não retrata tão bem assim o que ele passou. Louie se tornou um palestrante ao redor do país sobre o que ele passou, e como conseguiu suportar tudo aquilo. Quanto mais falava sobre o assunto, mais ele se tornava escravo de todos aqueles sentimentos de angústia, ódio, ira e ressentimentos. Não podia mais dormir a noite, começou a beber e estragar seu matrimônio. Tudo para escapar da realidade. Ele estava paralisado, e nada mudava. Ele tinha passado por tanta coisa e conseguiu resistir, mas agora não via saída para as consequências que estavam dentro dele.

            NO Evangelho, Jesus está no sermão da montanha falando com seus discípulos que vinham há anos sendo conquistados e dominados por Império e forças estrangeiras. Este povo tinha sido oprimido por muito tempo e estava paralisado. Jesus então se dirige para eles e diz para eles não resistirem ao Inimigo. Oferecer a outra face, dar a sua túnica toda, caminhar dois quilômetros…Muitas vezes estamos vendo Jesus dizer a eles para Desistirem, não É!  Não, não é o que Jesus está dizendo.

            Martin Seligman, famoso Neuropsicólogo ensina sobre Learned Helplessness | Psychology Today.  Martin tem feito experimentos em animais e humanos, e vem esta idéia de que se colocar um animal ou homem em uma situação de eventos incontroláveis e se esta falta de controle persistir, eles estarão fatalmente fadados a ter um comportamento de impossibilidade de ajuda, chamado de learned helplessness. Então o homem passa a ter a consciência de que não importa o que ele fará, nada irá mudar. Daí a idéia da Desistência. O que fazemos na verdade é tomar ciência de que as coisas são tão imensas diante de nós, que não podemos fazer nada. E daí vem a idéia falsa do:- Eu preciso sair daqui, eu preciso fugir. Daí ao invés de lutar passa a evitar as coisas, isso está muito comum hoje em dia. E vai além, a pessoa começa a evitar escrever, publicar, trabalhar de forma comprometida, pois o sentimento que impera é eu quero fugir daqui, ser passivo. Ao invés de ser Resistente Ativo. Nós fazemos  muito isso  na vida. Quantas vezes a pessoa ao invés de tomar suas decisões, estudar e se aprofundar nas opções que estão ao seu redor para superar determinados problemas, preferem assistir um show de TV, uma série e perder completamente o seu tempo em frente a uma distração, que não vai mudar de forma alguma sua realidade.

            Ao invés de fazer o que eu tenho que fazer eu fico vendo a vida de outras pessoas em mídia social e etc. Ao invés de tomar minhas decisões eu fico assistindo outras pessoas tomando as decisões delas e muitas vezes ainda fico fazendo comentários, ao invés de estar focado nos meus. Isso é muito irônico. Eu vou dando minhas costas para os desafios, para as situações ao meu redor, ao sofrimento e ao luto ao meu redor, e eu estou dando as costas para minha própria vida. Desistir não é opção, mas eu continuo não querendo encarar minha situação e minha necessidade de transformação. Isso porque eu tenho a falsa ilusão de que a situação é incontrolável e não posso fazer mais nada sobre isso.

            Há outro lado também de se comportar com coragem em frente aos desafios e tentar superá-los. Isso é muito bom, mas a pergunta ainda paira e se a situação que se apresenta é insuperável, o que fazer?

            Todos nós iremos encarar sofrimento, luto e situações imutáveis, medo, e lutas. Não tem como resolver tudo na vida. A vida não é um problema a ser resolvido. A vida é para ser vivida com o que conseguimos realizar e o que não. Lembrem do Livro de Jeremias 29, onde ele falava ao povo de Israel no Exilio. Ouça o que o Senhor diz: –Vocês têm que viver aqui, construir suas casas, formar suas famílias, criar jardins e tudo mais. Eu quero que você prosperem, aumentem suas vidas e não diminua. Então chega um problema sério, adorar a Imagem quando ouvir a corneta. Livro Daniel 3. O que eles pensaram no que fazer? Três deles decidiram  negar a adoração a estátua e sim ao Único Deus. O rei Abacanazar, determinou que todos eles fossem colocar na fornalha e ainda disse aos três: – Este foi o Deus que os entregou em minhas mãos! Diante disso, o que fazer, o que sentir? O que responder, parecia mais fácil desistir. Desistir traz um problema sério, significa evitar as partes dolorosas da vida, é negar as partes duras da vida. Fazendo isso eles estariam evitando as suas próprias vidas.

            Nesta situação a resposta não é desistir, mas também não tentar de forma mais dura, mais esforçada. Isso não é assim. Jesus nos dá a resposta certa no Evangelho:- Jesus diz algo completamente diferente e mal interpretado, Ele diz: Renda-se. Em muitas situações as palavras desistir e render significam a mesma coisa, mas não aqui.

            Rendição é oposto de desistir. Desistir é escapar, é evitar. Rendição não, rendição é muito mais sábio. Rendição significa que eu vou ativamente me engajar nisso. Render é dizer Sim ao momento presente. É aceitar que a vida tem sim seus momentos de luto, de dor e de sofrimento. E o mais importante, o que eu espero não está aqui, mas no futuro. Rendição é não evitar ou escapar da realidade. É encarar a realidade e aceitá-la ativamente. Desistir e marcado pela perda de esperança. Rendição é determinado pela Confiança! Palavra que muda tudo.

            Eu sou tentado a fugir, escapar, mas o Senhor me chama a estar onde me coloca para estar, encarando a realidade de todos os dias que me for apresentada. Jesus hoje nos chama a Confiar Nele.

            A força que nos faz dar a outra face, dar as vestes e andar dois quilômetros a mais. E a palavra que deve sintetizar tudo isso é: Rendição Incondicional para uma  CONFIANÇA INCONDICIONAL!

            Não importa as situações mantenha a confiança. Olhe bem os três, Ananias, Azarias e Michael, fizeram tudo o que podiam e nada mudou. Eles então se posicionam em frente ao rei e dizem: – O Deus que nós servimos, que Ele nos salve, e mesmo que o Senhor não os livrasse das chamas eles continuariam a adorar e louvar ao seu Único Deus. Confiança Incondicional. Acontecendo ou não, mesmo assim Ele é o nosso Deus. Incondicional Rendição para uma Confiança Incondicional.

            Louie estava a beira do divórcio, sua esposa estava frequentando uma Comunidade Cristã, e o pregador daquele final de semana seria nada menos que o Pastor Billy Graham. Após o momento de oração ela tem um encontro pessoal com Jesus, entrega sua vida a Ele e vem para casa dizendo que não iria se divorciar dele, com a condição de que ele fosse com ela ao Local do Reavivamento. Ele rejeita, mas depois da insistência acaba indo. Na primeira noite Louie fica muito incomodado com tudo o que acontecia lá e acabou indo embora mais cedo. Na segunda noite, após sua esposa quase que o empurrar para o avivamento. Louie concorda com uma condição: – Que quando Billy pedisse para todos fechar os olhos, levantar as mãos e se render ele iria embora. E foi o que aconteceu. No momento que Billy anunciou que todos eram pecadores, ele começou a se dirigir para a porta. Chegando próximo a saída, ouviu Billy continuar dizendo: – Você que tem um casamento fora do controle, uma vida fora do controle, uma raiva contida e incontrolável, tanto sofrimento e amargura em sua vida, o único que pode reordenar tudo isso é Jesus Cristo. Quase saindo Louie virou para o palco e viu toda a sua vida sendo repassada diante de seus olhos. Ali, Louie se rendeu. Naquele momento ele viu Jesus estar em todos os momentos da sua vida junto dele. Caminhou até o palco e proclamou Jesus como o único Senhor e Salvador de sua vida. Daquela noite em diante nunca mais teve um pesadelo com seu passado, se reconciliou com ele. Tudo passou, tudo voltou ao controle da sua vida. E assim se foi até seus noventa anos quando faleceu em paz.

            Nós não podemos fazer tudo, mas tudo o que podemos fazer é dizer ao Senhor: – Jesus o Senhor tem toda a minha incondicional Rendição e minha incondicional Confiança!

A vida de um Santo é a Vida de alguém que ouviu a Palavra e pôs em prática. Foi assim no auge do meu distanciamento da Fé Católica, com o coração inquieto de Santo Agostinho que recebi um convite para ouvir um Padre que tinha Dons e realizava prodígios em Nome de Jesus. A princípio não foi um encontro tão rápido pois os CDs com as pregações e uma dificuldade de sintonizar no meu canal pago a Canção Nova, fazia apenas alimentar um desejo de um dia chegar mais perto de alguém especial.

Pois foi exatamente no primeiro Hosana Brasil no Centro de Evangelização da Chácara Santa Cruz que o ouvi pregando. Meu coração se encheu de vida e ao retornar ao Rio de Janeiro fui conhecer a Casa de Missão da Canção Nova aqui, no Santuário Eucarístico e me colocar à disposição como médico, caso fosse necessário.

            Como em tudo que Deus faz é perfeito, a minha disponibilização fez com Deus agisse.  E em alguns dias o Eto, cofundador da Canção Nova estaria vindo para o Rio de Janeiro para se tratar no Hospital em que eu era Staff, e foi assim que eu conheci e ficamos irmãos, eu, o Eto e a Luzia. Convidei para que todas ficassem comigo na minha casa pois minha família estava de viagem. Isso tudo em dias após o meu sim em Cachoeira Paulista durante a Missa do Hosana.

            Neste dia, meu telefone tocou e era Padre Jonas do outro lado da linha, com sua voz única e seu jeito preciso de amar, me disse coisas que invadiram meu coração. Eto recuperado, voltou para sua casa e me convidou para estar com eles no fim de ano e foi assim  que eu conheci a Comunidade. Desde então passei a ser um dos médicos que participa da Comunidade.

            Em Janeiro de 2005, eu e minha esposa Leticia fomos convidados para a Inauguração do Posto Médico Padre Pio, sabendo o Padre que Padre Pio tinha sido importante na minha história de conversão fomos convidados para sermos Padrinhos, no dia do aniversário da minha esposa. Tenho a Honra de ser Padrinho do Posto Padre Pio.

            Muitos momentos estivemos juntos, Semana Santa e  indas e vindas do Rio de Janeiro. O fato que mais me marcou foi quando, ao operar a coluna da Niura, uma consagrada da Canção Nova aqui no Rio, recebi a visita do Padre Jonas, que ficou na minha casa. Neste dia ao rezarmos no Hospital pela Niura, em seu pós-operatório, no meio da oração, Padre Jonas interrompe e diz que algo muito grande estaria acontecendo naquele momento, que a Niura já estaria curada e que o Óleo Bento que o Padre trouxera deveria ser derramado nas minhas mãos, pois a partir daquele dia o Senhor me chamava para o Ministério de Cura Interior. Ele e o Padre Robert De Grandis- USA( in memoriam) cuidariam da minha formação, assim como Davi foi ungido pelo profeta Samuel e não entendeu nada, eu também saberia mais tarde o que Deus queria realizar através deste Carisma.

            Bem, não precisa dizer que depois disso conheci o Guido, que hoje está no caminho para a Santidade, tivemos três anos intensos de Missão juntos e fundamos nosso Grupo de Oração Padre Pio pela Canção Nova, que existe até hoje em forma online.

            Desde que o conheci até hoje na sua despedida, ter recebido dele o carinho de um Pai. Meu pai havia nos deixado no ano anterior e Deus me deu este presente em ter um Pai, um Diretor Espiritual, um Confessor, um amigo, um Ícone a ser seguido.

            Posso dizer que eu sou um bem-aventurado em poder ter tido tanto contato com ele, que me incentivava em escrever meus livros e publicar pela Editora Canção Nova. Há pouco tempo lancei Tratado de Cura Interior, e estava me preparando para ir até ele para presenteá-lo com um exemplar, mas Deus o chamou primeiro. Tudo deste livro remete ao Padre Jonas pois é caminho da Cura Interior é o caminho do Amor. Tantos livros ele escreveu nesta linha.

            As lágrimas vão demonstrando o profundo amor que eu tenho por ele e por toda a sua Comunidade. Lembro de quando tive o diagnóstico do tumor no meu cérebro liguei imediatamente para ele e rezamos, eu, ele e a Lu. Logo em seguida ele pega a Palavra que está em João 11:4. “Esta Doença não te causará a morte, mas por ela será glorificada o Filho de Deus”.  Deus sabe todas as coisas e se eu pude passar por este vale de lágrimas, Padre Jonas sempre esteve comigo.

            Do meu conhecimento da fé nasceram os livros Semeando Dons Colhendo Vocações, do meu autoconhecimento nasceu Ecos do Silêncio. Do meu sofrimento nasceu a Ponte e do meu carisma nasceu o Tratado de Cura Interior. Da amizade e irmandade com o Guido, sob a benção do Padre Jonas nasceu Paulo e Barnabé que um dia será publicado, no tempo de Deus. Assim cada etapa transcorrida junto a Comunidade Deus criava através das minhas palavras um livro novo, sempre inspirado pelo meu Pai fundador.

            Hoje quero dar meu testemunho de ousadia, a todos aqueles que se sentem envergonhados de manifestar a sua fé. Coragem e aguenta firme meu irmão, aguenta firme minha irmã, pois o Senhor está no meio de nós. Não cabe a nós sermos fortes é Graça e Dom do Espírito Santo. Tudo com Jesus nada sem Maria. Tudo inspirado pelo Espírito Santo de Deus de onde nascem e criam todas as coisas. Ele faz nova todas as coisas.

            Que o Senhor, que é rico em Misericórdia possa derramar bençãos sobre todos que lerem esta carta de até breve ao meu Pai Espiritual querido. Sintam-se transformados pelas Ondas do Espírito Santo e pelas Ondas da Canção. Entregue sua vida a Deus e Ele tudo fará para que possais viver em Santidade e ungidos pelo Espírito possamos clamar Abbá Pai.

            Que posso mais dizer , se o coração já disse: Te Amo, meu Abuna, meu sempre Padre Jonas, ou para meus filhos, Vovô Bibi! Interceda ainda mais por nós, agora na Morada Eterna, ao lado dos seus mais queridos e tão perto de mim! Padre Jonas, intercedei e rogai por nós! Santo Súbito!

 

O fim de uma história revela que tipo de história é. Independentemente de como começamos e como procedemos, podemos escolher ter uma história trágica… ou podemos escolher ter uma história de amor. O  fator determinante não é a quantidade de tristeza ou perda em nossas vidas, se escolhemos a Deus. ou escolha algo diferente de Deus.

 

O que nós fazemos nas nossas vidas importa. Sim, isso é super verdadeiro. Não apenas nossa jornada importa mas como nós terminamos ela importa. O final revela que tipo de história nós lemos. O final revela nossa vida.

Vamos conversar hoje sobre histórias românticas. Romeu e Julieta. Eles se amaram tanto que um morreu pelo outro. Segunda história é de Nicholas Sparks, Diário de uma Paixão em inglês The Notebook.

No diário de uma paixão ele lia um caderno para sua esposa que tinha Demência. Ele lia a história deles. Ambas as histórias de Romeu e Julieta e o Diário de uma Paixão falam sobre luto, sobre sofrimento sobre Dor.

Um deles é uma história de amor e a outra uma tragédia.

Romeu na verdade não conhecia Julieta, ele era cheio de amor por outra pessoa. Em um sábado a noite ele vai a uma festa e conhece Julieta, se apaixona e em pouco tempo toda aquela tragédia Shakesperiana e muito pouco tempo depois morrem. Assim, é  a nossa vida, algumas vezes nos apaixonamos de forma tão meteórica e logo depois nos vemos sem este sentimento, pois não é amor, e sim paixão.

No Diário do Amor, eles tem um relacionamento super movimentado, e excitante e porque não dizer, intenso. E a história prossegue e ele está lendo para ela o que era o passado. Um momento no final de tudo ela se lembra que tudo isso era a história deles e logo em seguida perde tudo.

A marca da tragédia é, poderia ser de outra forma, poderia ser diferente.

A Bíblia começa com tudo muito bem e cheio do amor de Deus. No Capítulo 3 começa a tragédia. Poderia ter sido de outro jeito, de outra forma. Olhe bem aqui, Adão e Eva, perfeitos no paraíso, com a presença da Glória de Deus em todos os lugares e eles estão em paz, até a tragédia acontecer, tocar na árvore do fruto proibido. Eles poderiam ter se ajudado, eles poderiam ter pedido ajuda a Deus. Cada um poderia ter dito não à serpente. Isso tudo para mostrar que o mundo que éramos para viver não é nem de perto com o mundo que nós vivemos hoje, não era para ser assim. Eles quebraram a Aliança. Poderíamos ser íntegros e não feridos como somos. O que o fruto simboliza? O fruto simboliza a Escolha. Por trás de toda Tragédia existe uma Escolha. A consequência da tragédia é romper com o desígnio de Deus. Assim o pecado entrou no mundo e continua até hoje, nos nossos relacionamentos, nas nossas vidas profissionais, nas nossas buscas incessantes em sermos melhores cristãos.

O fruto representa escolher qualquer coisa que não DEUS!

Todos nós temos tudo na vida, e vamos crescendo e de repente nós simplesmente nos viramos contra as coisas de Deus e fazemos a Escolha pelo mundo, como São Paulo chama de Tessalônica, representando o mundo.

Pecar não é apenas fazer alguma coisa ruim, mas escolher alguma coisa que não é Deus.

Deus nos deixa obter aquilo que escolhemos. No dia do Senhor nós veremos tudo aquilo que nós escolhemos. O trabalho de todos nós virá a Luz. E daí saberemos se construímos em ouro, prata ou bronze ou palha e gravetos e  areia.

Precisamos buscar cada vez mais estar em frente do Senhor. Em frente a Eucaristia Ele nos revela, para que possamos abraçar forte todas as nossas ações Nele.

Para quem se lembra do Senhor dos Anéis, a história revela algo muito importante o anel significa o Pecado que um dia deverá ser destruído no Fogo no alto da Montanha. Isso simboliza todas as vezes que vamos diante da Adoração e rever todas as nossas escolhas e queimar no fogo da Misericórdia Divina mediante ao nosso arrependimento.

Deus sempre permitirá escolhê-lo em nossas vidas. Em todos os dias, todas as Missas, todas as adorações nós podemos escolher o Senhor. Podemos então fazer a nossa história terminar em uma história de amor.  Aquilo que chamamos de Perseverança Final.

Jesus diz que pela nossa perseverança poderemos chegar a vida eterna. Esta frase tem na Ave Maria, agora e na hora de nossa morte.

Nós obtemos o que escolhemos, então que possamos estar atentos para no momento final das nossas vidas poder ter a chance de Escolher o Senhor! E a nossa vida ter um final lindo na presença do Senhor que abrirá as portas para nós. Os homens de boa vontade.