A Misericódia Divina

Santa Faustina nos revela que Jesus é a própria Misericórdia. Vamos ler e entender melhor sobre este tema.

Foto ilustrativa – Canva

Misericórdia significa ter compaixão do outro, da dor, da necessidade de alguém. Na palavra misericórdia
temos dois termos latinos: “Miserere” que significa compaixão, piedade e “Cor” que significa coração. Sendo
assim, concluímos que a palavra diz de alguém que é capaz de deixar que o seu coração se envolva a ponto
de se comover, de se compadecer com o sofrimento alheio.
Podemos encontrar no mundo muitas pessoas misericordiosas, pessoas que se compadecem da dor dos
outros e que procuram ajudar os que necessitam. No entanto, no sentido concreto da palavra, só há uma
pessoa capaz de viver isso de maneira plena. E essa pessoa é o próprio Cristo. Vivemos recentemente a Semana Maior, a Semana Santa, na qual recordamos o grande plano de amor de Deus por nós.
Que pessoa seria capaz de, por amor, entregar a Sua própria vida para nos salvar? Quem seria capaz de
assumir esse plano e passar por tamanho sofrimento para que fossemos salvos?
Só mesmo Cristo, que tem o coração unido ao coração misericordioso do Pai, poderia fazer tão grande
sacrifício, colocar em prática tão grande misericórdia.
Recordamos neste tempo oportuno, a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vimos o quanto sofreu
este Homem Santo e Justo para nos dar a salvação. Foi por amor a nós que Ele se entregou livremente, foi
para que, todos nós que cremos Nele, fôssemos perdoados dos nossos pecados e tivéssemos a salvação para
podermos participar da Ressurreição e da Vida Eterna que Ele já alcançou para nós.
As Escrituras nos relatam que foi para nos redimir de nossos pecados que Cristo veio ao mundo e se entregou
por nós numa Cruz:
“Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do
homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. Porque Deus tanto amou o mundo
que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus
enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem
nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de
Deus.” João 3:14-18
“Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo
o mundo.” 1 João 2:2
“E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo.” 1 João 4:14
E as Sagradas Escrituras ainda nos dizem que basta nos achegarmos diante de Deus com confiança e Dele
alcançaremos misericórdia:
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça,
a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. Hebreus 4:16
Constatamos assim, que a única coisa que Ele pede de nós é a confiança. No Evangelho de João, está relatado
que todo o que crer em Jesus, é perdoado e salvo por Ele, e na Carta aos Hebreus, São Paulo também diz que
para alcançarmos misericórdia, basta que tenhamos confiança, que cheguemos a Deus com confiança.
Obviamente que Deus também deseja de nós que assumamos nossos pecados, que nos arrependamos,
peçamos perdão e nos convertamos. No entanto, tudo isso só acontece a partir do momento que cremos em
Jesus. Não há mudança de vida sem crermos em Jesus, pois só lutamos por algo, só mudamos de fato, a partir
do momento em que cremos naquilo que nos é apresentado para fazer e/ou seguir. Sendo assim, nossa
conversão também se dá por meio da confiança em tudo que Jesus nos ensinou e fez por nós. Portanto, pela
confiança que temos Nele, sabemos que ainda que estejamos dando passos para nossa conversão, mesmo
que caiamos, não precisamos ter medo, pois se confiamos em Cristo, com essa mesma confiança podemos
nos aproximar de Deus, certos de que Ele nos concederá a Sua Misericórdia.
Tendo em vista a grandiosidade do ato de Deus por amor a nós, da entrega de Cristo por amor a nós, podemos
ter a plena convicção, a fé cega de que se isto foi realizado por amor a nós, não há e nunca haverá nenhuma
atitude nossa que poderá nos separar desse amor ou nos impedir de alcançar a Misericórdia Divina. A única
coisa que pode impedir, é a nossa desconfiança, a nossa atitude de nos afastarmos de Deus, por não crermos
no seu amor, na sua misericórdia, por achar que Ele não continua nos amando e que Ele não é capaz de nos
perdoar. O coração de Deus permanece e permanecerá amoroso e misericordioso, a nós, Ele só pede
confiança.
Jesus é a própria Misericórdia.
Santa Faustina é a grande divulgadora da Misericórdia Divina. Ela nos revela exatamente isso, que Jesus é a
própria Misericórdia.
Jesus mesmo pediu a Ela que divulgasse a Sua Misericórdia à humanidade porque nos quer juntos com Ele,
não nos quer longe, não quer nos perder.
Cristo revelou-se a Santa Faustina e pediu que ela desenhasse aquela imagem que ela via e fizesse um quadro
para ser venerado primeiro na capela do convento que ela vivia, mas pediu especialmente que essa imagem
fosse venerada solenemente no mundo inteiro, no domingo que sucede o domingo de Páscoa, na Festa da
Misericórdia. Foi a ela que Jesus revelou-se, revelou os meios para alcançarmos Sua Misericórdia tanto para
o perdão de nossos pecados, como para as nossas necessidades. E esses meios são o Terço da Misericórdia,
a Novena da Divina da Misericórdia (rezada antes da festa) que Ele pediu que rezássemos e a veneração do
quadro com a imagem que Ele pediu para ela desenhar. Jesus prometeu concedeu muitas graças a quem
venerasse o quadro e rezasse as orações indicadas por Ele mesmo a Santa Faustina, dizendo que esses meios
“são as últimas tábuas de salvação para a humanidade”:
“Minha filha, fala ao mundo da Minha misericórdia, que toda a humanidade conheça a Minha insondável
misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça”. (D. 848);
“Estou dando à Humanidade a última tábua da salvação, isto é, o refúgio na Minha misericórdia” (D. 998; cf.
1228).
O Papa João Paulo II, acolhendo o que a mística relatava, institui então, em 2000, que a Festa da Misericórdia
fosse realizada todo primeiro domingo após o domingo da Páscoa.
A Festa da Misericórdia é a festa que Jesus quis e preparou para os pecadores. Ela tem as suas graças próprias,
prometidas por Cristo a todos aqueles que recorrerem a Ele com confiança.
Jesus está com os braços abertos e mais que os braços, com o coração aberto para nos acolher, nos perdoar
e nos atender. Ele não desiste de nós, pelo contrário, com a Sua Infinita Misericórdia nos aguarda
ansiosamente.
Aceitemos com confiança a Sua Infinita e Divina Misericórdia que Ele quer derramar sobre nós.
Façamos isto enquanto há tempo, enquanto estamos no Tempo da Misericórdia, pois haverá sim, o tempo
da justiça. Deus também é justo e chegará o tempo de agir com justiça, mas nesse tempo Ele nos convida a
Sua Misericórdia que Ele quer ardentemente conceder a todo aquele que buscar com total confiança.
Deus nos criou por amor e para o Céu, para viver com Ele eternamente, Ele não quer nos perder, por isso age
para conosco com Misericórdia e nos convida incessantemente para acolhermos a Sua Divina Misericórdia.