Lembrando o dia dos namorados, temos uma maravilhosa oportunidade para expressar o amor não só entre os que namoram, mas também entre os enamorados em todas as idades. Namoro é fase de conhecimento, portanto, isto se encaixa perfeitamente para os casados. Vamos aprendendo a conhecer um ao outro até o final de nossas vidas. Tenho na memória algo que o Eto escreveu em seu último livro ‘Animados pela força de Deus’: “Temos que tirar proveito até nos nossos sofrimentos. Eles fazem parte da nossa vida. Por isso, feliz daquele que tem condição de chorar. A humilhação que nos faz chorar, cada gota de lágrima que rola dos nossos olhos, é um colírio para os olhos de Deus. O Senhor nos olha no profundo do nosso ser. E é lindo tirar proveito do nosso sofrimento”. Ao ler essa mensagem, pensei: “Esse é o homem com quem partilho a minha vida, e que se revela muito mais do que no falar, mas especialmente na maneira de sofrer”. Nas palavras do Eto eu me pus a recordar das vezes em que o presenciei chorando e também dos seus olhos não romperam lágrimas, mas o seu coração chorou. Das vezes que no seu silêncio ele experimentou a angústia e a dor interior de quem é provado pelo sofrimento. Como o salmista, sua alma com certeza se expressa: “Confio em Vós, Senhor! Em Vossas mãos está a minha sorte” (Sl 31,20). Este homem conhecido por tantas pessoas como sendo alguém de coragem e fé tão provadas, é, sobretudo, testemunho de superação, não somente pelo esforço pessoal, mas especialmente na sua caminhada cristã. Ele assimilou e compreendeu que qualquer acontecimento, embora triste e doloroso, é guiado pela amorosa Providência Divina. Convivendo com o Eto, encontro no seu perfil as palavras do livro do Eclesiástico: “Todas as disposições serão executadas em seu tempo! Não se pode dizer: Que é isto? Para quê aquilo? Pois todas as coisas serão compreendidas a seu tempo, porque tudo tende regularmente para sua finalidade. A Deus compete dar feliz fim às coisas, tudo foi disposto conforme a sua palavra” (Eclo 39). Justamente porque nada escapa ao sábio e paterno governo de Deus, não há o que temer. Até as mais difíceis e obscuras situações que destroem os projetos, impedem os melhores planos e aos olhos humanos não apresentam nenhuma solução, serão por Deus infalivelmente conduzidas ao bom termo.
Para você Eto, ofereço as palavras de Santo Agostinho quando ele comenta: “Não deixará o onipotente Deus penetrar o mal nas suas obras, se não fosse tão poderoso e bom, que até do mal tira o bem”. Eis a chave para transpormos juntos a dor e não nos escandalizarmos diante dela. Podemos até duvidar de nós e dos outros, mas nunca da fidelidade de Deus, pois Sua bondade ultrapassa o céu e a Sua providência paterna guia todas as coisas. Obrigada, Eto, por se deixar conhecer!
Luzia Santiago