Quero partilhar com você a alegria que viveremos com a Igreja no Brasil neste mês: a beatificação da Irmã Dulce. Seu nome de batismo é Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, nascida em 26 de maio de 1914, filha do cirurgião dentista Augusto Lopes e de Dulce Maria de Souza. Aos treze anos, a pequena Maria Rita havia transformado a casa da família em centro de atendimento de pessoas carentes e, assim, nasceu sua vocação.
Mulher de frágil aparência, mas forte de coração. Tem em seu currículo de vida cristã uma imensidade de obras sociais, atestando que sua santidade de vida nunca ficou alienada da realidade que a cercava e que a caridade foi o meio concreto encontrado por ela para manifestar seu amor a Jesus nos irmãos mais pobres e necessitados.
O começo do processo de beatificação data de 17 de janeiro de 2000. No ano seguinte, foi divulgado um milagre e, em 2002, o processo levado para análise do Vaticano. Para que ela fosse proclamasse beata, uma extensa papelada foi encaminhada ao Vaticano, que fez o reconhecimento jurídico, em junho de 2003, sobre a veracidade do milagre atribuído a ela.
Em abril de 2009, foi considerada venerável pela sua vida. É lindo acompanhar a caminhada que a Igreja faz nesses casos. O próximo passo será a concessão do título de beata ou bem-aventurada, que é o reconhecimento de uma vida cristã em grau heroico. Com a concessão, o Papa passa a permitir, pela irmã Dulce, uma devoção pública, com a inclusão de seu nome no calendário das festas litúrgicas da Igreja Católica. A festa em devoção ao beato acontece geralmente no aniversário da sua morte, ocasião considerada o nascimento para a vida eterna.
A beatificação é uma etapa no processo da canonização, quando o beato é declarado santo. Para a canonização é necessária a aprovação de um milagre adicional atribuído à intercessão da beata.
Muitas vezes, as pessoas fazem referência à Irmã Dulce, como o “Anjo bom da Bahia”, não porque viram nela asas ou poderes mágicos, mas porque buscava transformar as mais duras realidades de pobreza e sofrimento dos irmãos que a cercavam em lugares concretos de evangelização e caridade. A exemplo dela, somos convocados a uma vida de serviço ao próximo, na promoção de uma evangelização compromissada com a salvação das almas. Não somos chamados a um assistencialismo social, mas à caridade evangélica capaz de transformar a sociedade e salvar muitas almas. Você não pode ficar de braços cruzados, o Brasil e o mundo continuam precisando de mais cristãos capazes de revelar a todos o Evangelho de Cristo por meio de suas vidas.
Participemos de forma ativa deste momento da Igreja no Brasil, fazendo da nossa vida uma extensão do testemunho cristão da vida desta bem-aventurada Irmã Dulce.
Com a minha bênção,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova