A grande perda que o pecado original nos acarretou foi justamente tirar-nos a visão espiritual. Não temos visão espiritual, somos como cegos, vamos apalpando as coisas pelo caminho. Por essa razão, precisamos da sabedoria, da luz e da condução do Senhor; que Deus nos encaminhe em cada momento da nossa vida.
Sua sabedoria está ao nosso alcance, tanto quanto o Seu poder. Começamos a experimentar o poder de Deus e Ele quer que experimentemos também a Sua sabedoria. Devemos buscá-la, colhê-la e utilizá-la em nossa vida.
A condição para alcançá-la é: “Pergunte-me tudo sobre todas as coisas; não somente sobre as espirituais, mas também sobre as coisas humanas, naturais. Pergunte-me sobre sua casa, sua vida, seu trabalho; se você compra ou não compra uma coisa, se fecha ou não fecha um negócio, se assume ou não assume um compromisso, se aceita ou não fazer aquela palestra, se vai dar ou não vai dar aquele passeio, se faz ou não aquela contribuição. Pergunte-me tudo sobre todas as coisas: sua vida financeira, estudos, trabalho, vida afetiva, a educação dos filhos, mas também sobre a vida espiritual: se você vai àquele encontro, se vai participar daquele grupo de oração, se aceita certo compromisso, o que fará no fim de semana, se vai dar aquela ajuda na Igreja, se vai assumir aquele compromisso naquele movimento, naquela parte, naquela pastoral da Igreja”, diz o Senhor.
Deus quer nos ensinar todas as coisas. Quando perguntamos, o Senhor começa a nos responder, e começamos a colher as respostas d’Ele. Não pensem que essa resposta de Deus será como, muitas vezes, pensamos: que vamos escutar uma resposta do Senhor, “sim ou não”, “faça ou não faça”, “é isso ou aquilo”. Porque há muitas pessoas que falam assim: “Ah, mas eu não ouvi Deus, não consegui escutá-Lo, e eu nunca escuto o Senhor”.
A pessoa tem a impressão de que Deus deveria lhe falar ao ouvido; mas não é assim! Outros pensam que a resposta do Senhor é forte, evidente. Porém, as coisas de Deus são muito sutis, muito discretas.
O Senhor quer que usemos a inteligência que Ele nos deu, quer também que ouçamos os conselhos de um bom e sábio orientador, mas isso depois de rezarmos para que tudo seja iluminado e guiado pelo Santo Espírito. Santo Inácio de Loyola mandava seus filhos rezarem como se tudo dependesse de Deus, mas que trabalhassem como se tudo dependesse apenas deles.
(Trecho do livro “A sabedoria está no ar” de monsenhor Jonas Abib)
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