MARIA, MÃE QUE SE MULTIPLICA EM BÊNÇÃOS
(Homenagem a Nossa Senhora de Fátima)
Outro dia procurei definir mãe, como uma mera questão de matemática: Maria multiplicada por todas as mulheres do mundo e elevada ao Máximo Divisor Comum. Mãe, palavra que não tem rima porque nada existe que se pareça com ela. Tão importante, que é a primeira palavra que pronunciamos. Importante e singela, pois a mais famosa delas atende simplesmente por Maria. Maria das Dores, Maria do Carmo, Maria de Lourdes, Maria das Graças, Maria de todas as invocações. Mas, hoje, é o dia de Maria de Fátima. A virgem que apareceu aos pastorinhos na Cova da Iria, no pequenino Portugal. Por isso mesmo, ela está muito ligada a nós brasileiros, que somos marianos por excelência e por vocação. Nossa Senhora de Fátima é nossa mãe muito amada. Eu, particularmente, devo muito a ela. Foi no dia 13 de maio de 1970 que cortei o cigarro da minha vida. Pedia à minha Mãe de Fátima e ela me fez parar de fumar, no seu dia. Eu era viciado. Fumava mais de três maços por dia. Aquele inimigo vestido de branco, com ar de inocência, mas com a fumaça da morte, tentou, durante mais de vinte anos, acabar com a minha vida. Nossa Senhora de Fátima, apenas ela, sem remédio nenhum, sem outro recurso qualquer me fez parar com o vício. No dia 13 de maio de 2004 saí de uma forte crise depressiva que me aturdia há vários meses. Foi quando voltei ao trabalho do qual eu tinha me afastado à convite de um velho amigo. Só algum tempo depois me dei conta de que Ela, mais uma vez, tinha ouvido minhas súplicas. E muitas outras coisas ocorreram e ainda ocorrem na minha vida, com a presença marcante de minha Mãe Maria. Ela está sempre passando à frente. Quando chego no pedágio alguém me diz: ‘Vai. Seu caminho está livre. Uma simpática mulher passou por aqui e já pagou o seu pedágio.” Confesso, que nessa longa jornada terrena, embora tenha nascido sob as bênçãos de Maria (recebi a primeira graça aos três anos de idade, quando fui submetido a uma séria cirurgia), experimentei de quase tudo em matéria de religião. Cheguei a renegar minha santa Mãe, pois quase me convenceram que Ela não era mãe de Deus. Foi então que me toquei que Jesus também é Deus. Voltei, à tempo, à casa materna e ela me acolheu com o carinho de sempre. Aquele sorriso suave, o colo aconchegante e os braços sempre postos para um terno abraço. As mãos abençoadas de Maria passaram a ser o leme de minha vida. E hoje,. Perante minha Mãe de Fátima, eu quero me portar como um filho que já foi ingrato mas que, agora, acredita que não exista nada mais importante no mundo do que uma Ave Maria bem rezada. Voltei a tempo de dizer ao mundo que acredito. Tenho motivos para acreditar. Só não acredita que não quer ver o óbvio. Maria existe. Está muito mais perto de nós do que possamos imaginar. Maria existe e mais do que isso – Maria é a mãe que nunca abandona seus filhos.
Aureo Ameno: Jornalista, radialista, advogado, professor universitário. Trabalhando hoje na Radio Canção Nova do Rio de Janeiro.