A Solenidade de Cristo Rei
Ao falarmos de Cristo Rei, de seu reinado sobre nós, penso que seria importante falarmos das sociedades antigas que se organizavam como uma família e se submetiam aos conselhos do rei que lembrava a figura paterna.
Quando falamos de Cristo Rei, estamos tratando de Seu Reinado sobre nós, pois Ele é a razão de nossa vida, de nossa existência. Existimos por Ele e para Ele. Quando fomos criados, Ele já existia, pois as Sagradas Escrituras nos mostra o verbo fazer na 3ª pessoa do plural, ou seja, estavam unidos na criação do homem, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.” Gênesis 1, 26) e fomos sonhados e criados por Deus para vivermos para Ele e com Ele eternamente. Sendo assim, é necessário que nos coloquemos debaixo do Seu governo, mas não um governo, cujo rei é autoritário, mas um rei manso e humilde de coração que só deseja o bem e a salvação daqueles que confiam Nele e que se confiam a Ele. Ele se coloca como Rei e Senhor, mas nos chama para Ele, para estar com Ele, para nos ensinar, nos orientar no caminho correto para nos dar a felicidade, um Rei que quer nos consolar, nos fortalecer diante das dificuldades dessa vida, que quer cuidar de nós, nos amar. Ele deu-se inteiramente numa cruz, amou até as últimas consequências, digamos que reinou no alto da cruz, não para subjugar-nos, mas para tornar-nos livres.
Nessa solenidade, a Igreja nos ensina que quando nos submetermos a Cristo Rei, que é amoroso e misericordioso, venceremos as armadilhas do diabo presentes neste mundo para nos seduzir e nos perder, para nos levar à morte eterna, para perder a salvação que nos foi dada por Cristo que morreu na cruz para nos libertar, nos salvar dessa morte eterna. Foi assim que Cristo, nosso Rei amoroso, colocou-nos debaixo de seu jugo suave e de seu fardo leve. Com a morte e ressurreição de Cristo, a morte foi derrotada e Ele tornou-se único e autêntico Senhor, nosso Rei e Senhor.
Jesus é Rei e Senhor de nossas vidas, pois nos deu sua própria vida para termos vida plena ainda aqui neste mundo, mesmo diante de todas as difucldades que entraram no mundo pela culpa original e para termos a vida eterna ao lado Dele. Portanto, cabe a nós seguirmos a Jesus e não nos tornarmos reféns do que o mundo oferece, pois somente assim, nós, que assumimos e aceitamos Jesus como nosso Rei e Senhor, teremos a salvação eterna que Ele já alcançou para nós.
Reconheçamos a realeza de Jesus como fez o bom ladrão e digamos como ele: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. (Cf. Lc 23, 42)
E para entrarmos no Seu Reinado, deixemos que Ele reine em todas as áreas de nossas vidas. E o que significa deixar que Ele reine em todas as áreas de nossa vida? Significa viver a vontade Dele no nosso dia-a-dia, em todas as situações que vivemos, em tudo o que fazemos, em tudo o que nos acontece.
Peçamos ao nosso Rei e Senhor Jesus Cristo que Ele reine em nossa casa, no nosso trabalho, no nosso coração. Que nos ajude a servir somente a Ele. A lutar sempre pelo reinado Dele, para que as maquinações do diabo não tenham voz em nenhuma área de nossas vidas.
A Solenidade de Cristo é celebrada ao fim de cada ano litúrgico.
Lembrem-nos que o ano litúrgico é diferente do ano civil
Ano Litúrgico inicia-se sempre no primeiro domingo do advento, cerca de quatro semanas antes do Natal e termina no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo.
Ano Civil inicia-se em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro.
Sendo assim, esse ano comemoramos a Solenidade de Cristo Rei no dia 21 de novembro.
A referida solenidade é celebrada ao fim de cada ano litúrgico, pois de acordo com o Papa Pio XI, que estabeleceu essa festa litúrgica, embora o reino de Cristo seja “principalmente espiritual” e se refira “às coisas espirituais”, erraria gravemente aquele que negasse a Cristo-homem o poder sobre todas as coisas humanas e temporais”. (Encíclica Quas Primas, números 10 e 11, de 11 de dezembro de 1925). Além disto, o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1925 e o crescimento do poder dos governos contrários à Igreja, ou seja, o crescimento do laicismo, que persegue os cristãos e quer que estes não propaguem a fé, também foi um fator histórico para a instituição da festa.
A Solenidade de Cristo Rei, comemorada ao fim do ano litúrgico tem o intuito de celebrar o “Rei de tremenda majestade”, de nos recordar que nossa vida terá um fim e é diante Dele que compareceremos, que nós miseráveis teremos de nos preparar para nos apresentarmos diante Dele, o Senhor do Universo, nosso Cristo Rei.