O Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom) iniciou neste domingo, 17, com a Santa Missa presidida pelo presidente do Pontifício Conselho da Comunicação Social, Dom Claudio Maria Celli, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na PUC-Rio, no Rio de Janeiro. O evento reúne comunicadores de todo o país até a próxima sexta-feira, 22.
Entre os concelebrantes estavam o Arcebispo da capital carioca, Dom Orani João Tempesta, e o arcebispo de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal de Comunicação da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa.
Na homilia, o representante do Vaticano refletiu sobre o Evangelho deste domingo, que fala sobre a parábola do joio e do trigo (cf. Mateus 13,24-43).
“Os contemporâneos de Jesus, os que o escutavam, esperavam um Messias, um Salvador que podia se livrar de todos os malvados que haviam no mundo e instaurar uma comunicade de homens puros, sem mancha, sem pecado. Quando eles escutavam Jesus, que anunciava o Reino de Deus, uma reação imediata e negativa apareceu. As pessoas se perguntavam: ‘É esse o Jesus de Nazaré? O Messias que estamos esperando?”, explicou Dom Celli e, ressaltou, “há uma mentalidade muito distinta entre o dono do campo e os servidores. Os servidores são impacientes, nao querem esperar. E só lhes falta prudência, querem tirar todo o joio. Jesus, por sua vez, nos ajuda a compreender que é preciso distinguir entre o tempo presente, que vivemos, e o tempo da misericórdia, o tempo dos pecadores que acorrem a Ele”.
Dom Celli afirmou que a comunidade está enxertada na história e está a caminho da plenitude do “futuro misterioso de Deus” e o Evangelho deste domingo é um anúncio de esperança de que as forças do mal não poderão prevalecer sobre o bem. “Vivemos num mundo que, às vezes, nos deixa pensativos, preocupados, parece que o mal prevalece, mas nesta tarde, Jesus diz: ‘meu amigo, não tenhas medo, o mal não vai prevalecer'”.
O prelado disse que, nós que temos um coração católico – acreditamos que a verdade é Jesus Cristo – e todos somos chamados a comunicar que Deus revelou seu amor pelo homem, na morte e ressurreção de Jesus. Porém, como já destacou o Papa Bento XVI, a sociedade atual é pluricultural, por isso é precso viver num diálogo respeitoso pela verdade do outro. “E isso não é fácil”, afirmou Dom Celli, “porque exige humildade, paciência, respeito, sabendo que o tempo do outro pode não ser o meu. E a tentação que temos é sermos opressivos, querermos impor o que pensamos – porque nossa verdade é Cristo Senhor – mas nesse momento podemos compreender melhor o exemplo de Jesus, que lavou os pés dos discípulos. Nós temos essa diaconia do serviço”.
Dom Celli concluiu, pedindo a Nossa Senhora que nos ajude a sermos filhos da Palavra de Deus, “a sermos verdadeiros servidores da Palavra, num diálogo respeitoso com todos os homens e mulheres que encontrarmos em nosso caminho”.