Qual a diferença entre feminino, feminilidade e feminismo? Porque a feminilidade torna-se um benefício e o feminismo um perigo as mulheres? Dizem por aí que “para um bom entendedor meia palavra basta”, mas você acredita mesmo nisso? Seria, essa “confusão na comunicação humana” uma maldição pós-adâmica? Uma extensão pós-queda da Torre de Babel, conforme relatado em Gênesis 11(v. 1ss)? Ou uma distração diabólica com o propósito de colocar-nos em conflito? Particularmente, penso que se bastassem as “meias-palavras”, não teríamos tantas discussões acaloradas – e que pedem muita vezes – pedem seus “pingos nos is”. Assim, não tenho a pretensão de ensinar gramática neste espaço, mas propor uma reflexão ao estilo paulino “Examinai tudo e ficai com o que é bom” (ITs 5,21). É isso aí, boa leitura!
Por essa introdução, você já deve ter percebido que hoje iremos conversar, dentro de minha limitação, sobre a importância de conhecermos a etimologia (ou seja, a “origem”) das palavras. Começaremos pelos elementos: radical e sufixo e, por fim, concluiremos com uma brevíssima reflexão sobre como essa questão de “jogo de palavras”. Outro assunto, que permeará esse artigo é a temática do feminismo (considerados por boa porte dos pensadores sobre o assunto, como um importante movimento, mas que aponta serios danos às mulheres em suas diversas dimensões).
Sobre a etimologia?
A etimologia (do grego antigo ἐτυμολογία, composto de ἔτυμον e -λογία “-logia”) que é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem.
Para começarmos penso que seja fundamental o entendimento que, em gramática, sufixo é um afixo que se adiciona ao final de um radical (ao contrário do prefixo, que se coloca no início). O sufixo é o responsável pela criação de outras palavras, as chamadas palavras derivadas.
Em uma sociedade relativista e cheia de ideologias extremamente perigosas, talvez você esteja contaminado(a) pelos lixos (sonoros, visual ou sensitivos) dos meios de comunicação, talvez esteja um tanto confuso(a) com os termos masculino (masculinidade) e feminino (feminilidade). E para isso, hoje, pretendo abordar, como exemplo, a palavra feminismo e, assim, entender o que está por trás – a raiz etimológica – desta palavra, composta basicamente dos elementos radical feme e o sufixo ismo. Veja a seguir:
- Feminino: Em biologia, as fêmeas são definidas como os indivíduos duma espécie, tanto animais, como vegetais, que produzem o gâmeta (ou gameta, a célula reprodutiva) maior e geralmente imóvel – o óvulo. É uma distinção natural, biológica e, no caso, de nós seres humanos, uma mulher (do latim muliere) é um ser humano adulto do sexo feminino. Sendo, portanto, “feme-“ é um radical.
- -ismo: segundo a Wikipedia, trata-se de um sufixo de origem grega que exprime a ideia de fenômeno (linguístico, sistema político, religião, doença, esporte, ideologia etc). Em outras palavras: ao adicionar o sufixo “ismo” ao final de um radical (palavra ou morfema de sentido básico) que é o responsável pela criação de outras palavras, as chamadas palavras derivadas.
O sufixo “ismo” geralmente está relacionada a uma atitude, uma participação ativa, algo pelo qual se acredita. Assim, o feminismo, em um conceito básico, pode ser entendido como “atuação engajada de seres humanos adultos do sexo feminino”.
…o “ismo” de feminismo
O feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens. Onde, dependendo do contexto, também pode ser visto pela perspectiva de um conjunto de atitudes no sentido de sobrepor a mulher ao homem. Primeiro, num antagonismo antropológico e, depois, buscando eliminar as diferenças entre homens e mulheres, promovendo uma “guerra dos sexos”. O sexo oposto já não mais passa a ser visto como complementar, e sim “inimigos” bio-psico-social-econômico-afetivo.
De origem e motivações, digamos, até que “nobres”, o movimento feminista teve papel importante na luta dos direitos da mulher na sociedade, mas foi sendo contaminado ideologicamente ao longo de sua história. Uma das expoentes foi a francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) que escreveu um monte de coisas que, ao meu ver, não faz o menor sentido prático na vida. Como por exemplo “Não se nasce mulher, torna-se mulher”.
A base dessa equivocada afirmação é a falsa crença na Ideologia de Gênero, que defende a ideia que “o sexo biológico dado pela natureza não tem valor algum. Portanto, ninguém nasceria homem ou mulher, mas, sim, um indivíduo indefinido, que, obviamente, definiria com o tempo se deseja ser homem, mulher ou neutro (nem um nem outro), independentemente de suas características fisiológicas”. Trata-se de uma ideologia sem fundamento científico algum. Todas as teorias em sua defesa são meramente ideológicas e se baseiam em premissas falsas, desmentidas pela biologia. Viva a ciência!
Segundo Emmir Nogueira, escritora e cofundadora da Comunidade Shalom, o “feminismo foi criando na mulher uma autossuficiência, como se ela não precisasse do homem nem para ter filhos; mas nós sabemos que a grande desgraça da autossuficiência é que ela fecha a pessoa para o amor”. Viva a sabedoria!
…o “dade” de feminilidade
Porém, voltando a falar de sufixo, outro muito similar é o “dade”, como, por exemplo: humanidade, naturalidade, masculinidade e, também, feminilidade!
O sufixo “dade” significa uma qualidade de alguma coisa. Assim, a feminilidade, em antropologia, é a qualidade que se refere às características e comportamentos associados ou apropriados a mulheres. Ainda que possa variar um pouco de uma cultura para outra, na média a biologia determina instintivamente esses traços socialmente adquiridos e às características sexuais secundárias. A feminilidade é a qualidade de quem é mulher agindo de acordo com sua própria natureza feminina biológica e social. Assim, a palavra “masculinidade” significa uma qualidade do conjunto de elementos que se caracterizam pelo que é intrinsecamente homem, ou seja, do sexo masculino.
Assim, uma coisa é o “sexo”, outra a “sexualidade” e ainda outra coisa é o “sexismo”. O sexismo é o exagero e a sexualidade é a qualidade de todo ser sexuado (dotado de sexo).
Cristianismo é a atitude de quem professa a fé cristã através de seus atos cotidianos. O jornalismo é uma atitude de quem busca a realidade dos fatos com o objetivo de garantir a informação a todos os cidadãos. Judaísmo é equivalente ao que foi mencionado sobre o cristianismo. Você seria capaz de deduzir o que significa a palavra cristianidade? Isso mesmo: a qualidade inerente a quem compartilha de qualidades da religião cristã, mesmo que não a conheça ou não a professe.
Por fim, espero ter te ajudado 1) a viver um brevíssimo exercício de etimologia (do grego antigo ἐτυμολογία, composto de ἔτυμον e -λογία “-logia”) que é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem e 2) a ter olhar mais atento aos “ismo” ou aos “dade” – tão vigente em nossa sociedade. Espero que você compreenda a proposta desta reflexão, que não busca – de modo algum – agredir ou atacar ninguém (seja individual ou coletivamente), mas, sim, propor um dialogo. E qual a sua opinião?
Leia mais sobre este assunto aqui e aqui.
Que Deus te abençoe!
Um abraço,
Cleber Rodrigues
Fonte(s):
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
- https://padrepauloricardo.org/episodios/o-odio-ao-feminino
- http://destrave.cancaonova.com/o-feminismo-e-a-luta-dos-sexos/
- http://cleofas.com.br/feminismo-ideologico-e-teologia-da-mulher/
- http://www.aleteia.org/pt/sociedade/artigo/feminismo-ideologico-um-passo-a-mais-na-desconstrucao-da-pessoa-5885890895282176