04. abril 2014 · Comentários desativados em Afinal, para que serve uma pesquisa? · Categories: Cotidiano, Formação

O amor é invisível aos olhos estatísticos.

Importante: esse artigo foi publicado dia 04/04/2014 as 10h20min. No mesmo dia, mais tarde, um site de noticias de grande expressão nacional publicou, as 16h13min, a seguinte nota: “Instituto do governo informa que errou ao divulgar pesquisa sobre estupros” Assim, o texto original deste artigo será mantido para preservar a intuição profética do mesmo. Boa leitura.

afinal-para-que-serve-uma-pesquisaPara que serve uma pesquisa? Para coletar dados. E para que servem os dados? Se organizados, um dado serve para gerar informação. Qual o valor de uma informação? O valor da informação se da à qualidade com a qual é disponibilizada: quanto mais precisa, mais valiosa ela se torna.

Essa introdução vem no sentido de tentar trazer outro ponto de vista à uma “polêmica” pesquisa publicada recentemente sobre comportamento, realizada por um órgão de pesquisas econômicas… Não que eu tenha a pretenção de ensinar um instituto de pesquisas a fazer pesquisa. Afinal, como diz aquela música: “cada um no seu quadrado” – e esse, de fato, não é o meu! Mas, como cidadão e buscando ler nas entrelinhas da vida, me proponho a analisar alguns dados publicados dentro de uma perspectiva que, pra mim, faz sentido e quero compartilhar com você. Espero que sirva, ao menos, como reflexão.

Qual meu objetivo? Gerar conhecimento. Pra quê? Para não pecar por omissão, afinal está escrito no livro de Oséias 4,6 que “[diz o Senhor] o meu povo perde-se por falta de conhecimento”. E, por acaso, você sabe pra que serve o conhecimento? Segundo a definição disponível na Wikipedia diz que “a ação de conhecer refere-se à habilidade de criar um modelo mental que descreva um determinado objeto e indique as ações a implementar, as decisões a tomar”. Em outras palavras, quero que você saiba, pelo menos, re-conhecer (voltar a conhecer) um pouco daquilo que é natural ao ser humano, a diferença entre “sexo” e “amor” e que certas afirmações e jargões podem ser interpretados de maneira ambíguas, com duplo sentido, de acordo com a forma que é comunicado.

Por exemplo, leia essas duas frases:

“mulheres sejam submissas a seus maridos” e “marido é o chefe da mulher”

Não vou nem entrar em questões de hermenêutica ou exegese, mas as palavras “submissão” e “chefe”, em tradução literal, denota autoridade de algo ou alguém e nossa inclinação a rebeldia, pelo pecado original, nos faz ter repulsa a qualquer tipo de submissão. Mas, aqui quero abrir seus olhos e trago o contexto todo de onde estas frases (versículos = pequenos versos) foram extraídos.

“As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o Salvador. Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” (Efésios 5, 22-28)

 

Depois deste exemplo, espero que você tenha compreendido que a interpretação de uma informação depende da edição e da forma que a mesma é apresentada. Um dos fatores que costuma limitar um determinado entendimento é o repertório intelectual de quem recebe essa informação. Entendeu? Não? Tudo bem, sem ser prolixo, mas dando um outro exemplo, vamos falar sobre pilotagem de v.a.n.t. (veículo aéreo não-tripulado) sobre áreas oceânicas em navegação baseada em GPS no sistema Galileo? Rapaz, falar sobre o que?? Isso mesmo. Se isso, não faz parte do seu repertório de conhecimento, inicialmente não fará sentido para você. Porém, por não fazer sentido inicialmente para você, não quer dizer que estou falando bobagens ou que isso simplesmente não exista.

Da mesma forma, por exemplo, ao falar sobre comportamento humano, conduta moral e posturas tradicionais que favorecem uma sadia convivência (sobretudo entre o masculino e o feminino) é preciso muito cuidado. Nem toda (suposta) novidade é totalmente correta ou tudo que é tradicional, vivido a milênios, estejam necessariamente errados ou ultrapassados. Depende! Não há nada de novo debaixo do sol. Se é encontrada alguma coisa da qual se diz: ‘Veja: isto é novo, ela já existia nos tempos passados’.” diz Eclesiastes (1,9-10). Cuidado! Há muitas pseudo-verdades querendo te escravizar e começam justamente assim: “Pesquisas revelam que…”, mas, e pra quê começar assim um discurso persuasivo? Porque há uma tendência natural à passividade, onde mentalmente ocorrerá uma provável reação que é a auto justificação: “se alguém teve o trabalho de pesquisar por mim, acho que o melhor mesmo é aceitar essa tal novidade”. Não acredite em tudo! Seja seletivo(a) e pense o mundo com uma boa dose de senso crítico (não to falando de “chatice level 5″), mas perceba que você tem muitas informações disputando sua atenção, o seu tempo. Por isso, ou você seleciona o que consumir para adquirir conhecimento, tendo a sabedoria como finalidade ou gastará horas do seu dia lendo inutilmente o jornalzinho de ofertas daquela loja que inaugurou o mês passado.

(…)

Voltando, ao assunto central, pesquise – em boas fontes de pesquisas – informações relevantes para sua formação, para que você possa viver bem e, assim, morrer bem. Aprenda viver antes de morrer! Sem relativizar mas buscando aquilo que é, (sobre) natural, pode ser, que você simplesmente não conheça ou ainda não formou uma opinião sobre esse assunto. Não saber não é problema, afinal, ninguém nasceu sabendo. Agora, permanecer na ignorância…

E por falar em ignorância, agora vou falar da “pesquisa polêmica” no tópico em que é abordado o tema “machismo”.

Primeiro assunto diz sobre autoridade. Os homens devem ser a cabeça do lar (68,8%), aqui é importante sabermos que toda autoridade vem de Deus. Porém, a autoridade é concedida ao homem para o serviço e não para dominar e oprimir outras pessoas. Jesus é exemplo de humildade, pois na última semana de vida, ele serviu fielmente os seus liderados e lavou os pés dos apóstolos. O zelo, a presença, a percepção e a prioridade do homem por sua casa, vem ao encontro do desejo natural e normal de que toda mulher sonha em se casar (81%) e o papel do homem é ser aquele que ama, cuida, protege e provê.

São Paulo escreveu assim aos Colossenses: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência”. Fala sério? Como não se apaixonar por alguém com essas características e desejar passar o resto da vida ao seu lado? O casamento é a busca por alguém com quem desejamos compartilhar a vida. Basta observar, por exemplo, no caso do sexo feminino que quando a sensibilidade e a ternura são naturalmente exercitados é nítido perceber que uma mulher só se sente realizada quando tem filhos (78,7%). Claro que há exceções e de múltiplas causas, como em caso de doença ou quando opta-se livremente por uma vida celibatária, por exemplo. Mas na grande maioria dos casos vemos que os filhos transformam positivamente a vida de uma mulher. E isso é natural.

A mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade (71,7%). Na verdade, o homem casado deve, por amor, satisfazer sua esposa. Mas o que é satisfazer? Satisfação é o contentamento, prazer que resulta da realização do que se espera, do que se deseja. No fundo o que todos desejamos é amar e ser amado(a). Há uma grande diferença entre amar e transar. Há sim, um desejo de estar próximo, ser tão unido, por um laço de amizade tão forte que o silêncio, a troca de olhar e poucas palavras bastam para comunicar. Isso é comunhão, pra simplificar: uma comum união por amor.
Assim, ao afirmar que tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama (61,4%) vejo que a interpretação mais sensata é, antes, detectar que se trata de uma pergunta totalmente “sem pé nem cabeça”, pois infelizmente essa é uma realidade: existem sim mulheres (e também homens) que escolheram viver o casamento e existem mulheres (e também homens) que ainda não conseguiram livrar-se da escravidão sexual. São realidades totalmente diferentes e que não podem ser reduzidas a uma pergunta tão simplista. Que tem, tem! É moralmente correto? Claro que não.

Agora, convêm relembrar que essa dualidade: mulher pra casar e objeto sexual é uma “canalhice” apregoada em muitas canções, novelas e publicidade. Tudo parece girar em torno do sexo. Tudo precisa ser abordado numa dimensão da sexualidade, como se isso fosse tudo na vida de um ser humano equilibrado. Não! O sexo não é tudo. A indústria cultural tem agido de modo intencional neste contexto, por isso, tantas pessoas consideram-se infelizes em nossos dias e sofrem de depressão e outras tantas doenças psicológicas.

Aproveito para mencionar que o sexo só deve ser vivido no casamento por causa de sua finalidade e suas consequências. As finalidades são: unitiva e procriativa.

“A dimensão unitiva tem em vista unir o casal que se comprometeu um com o outro a vida toda, um compromisso selado pela aliança matrimonial diante de Deus e dos homens. A dimensão procriativa gera os filhos; esses têm o direito de nascer em um lar constituído com pais preparados para acolhê-los, amá-los e educá-los. E isso não pode acontecer ainda no namoro, porque eles podem se separar a qualquer momento. Ora, o ato sexual é o selo de uma união definitiva, permanente, compromissada para sempre; não é uma brincadeira, um passatempo, uma diversão. Na verdade, os casais que usam o sexo antes do casamento estão realizando um ato egoísta, não um ato de amor, por mais que insistam em que o fazem porque se amam. A última “entrega” ao outro, deve ser a do próprio corpo; só depois que os corações e as vidas estiverem unidas para sempre.

(…) Você já pensou nisso? Então, o seu namorado não pode exigir que você tenha uma vida sexual com ele, pois não há um compromisso definitivo entre vocês. Ele está sendo egoísta. Não é justo que ele queira cobrar isso de você; isso não é amor, é egoísmo. Ele não corre o risco de uma gravidez; e se o namoro terminar, ele vai embora como se nada tivesse feito; mas para você é diferente, porque nunca mais você vai esquecer o que aconteceu. São Paulo, há dois mil anos, já ensinava aos Coríntios: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (ICor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado nem que o corpo da noiva pertence ao noivo. Por isso, jovem cristã, resista e diga “não” a seu namorado. Deus quer que você se guarde e se prepare para aquele homem que um dia vai ser seu esposo, pai de seus filhos. Tente mudar a maneira dele pensar; traga-o para Deus. Mas, se ele ameaçar deixar você, deixe que ele vá, pois ele não merece o seu amor; ele não está “à altura de recebê-la um dia como esposa”. Deus não a desamparará, pois tem algo melhor para você; Ele a ama. Ninguém pode ser infeliz por cumprir a Sua lei e fazer a Sua vontade. Nunca faça do seu corpo uma arma para segurar o seu namorado, pois a vítima pode ser você!” (extraído de “Meu namorado quer transar, e agora?” por Prof Felipe Aquino)

 

Assim, concluo, pedindo que o Espírito Santo alcance agora os corações que estão “desistindo” da instituição Família, para que voltem a acreditar no amor, puro, fiel e fecundo. Que onde houver alguém se prostituindo, vivendo a sexualidade de forma inadequada, adulterando e em tantas outras realidades que possam ser “batizadas” agora no amor de Jesus. Que ativistas mal intencionados(as) sintam uma profunda saudade de amar e serem amadas. No fundo, pode ser que toda essa raiva direcionada aos defensores da vida, seja simplesmente uma saudade do amor de Deus que o(a) criou, que não foram manifestadas de maneira satisfatórias por seus pais. De verdade, Jesus, peço que o Senhor cure todos os corações feridos e carentes de afeto. Que, aqueles que se consideram os perfeitos e esclarecidos – me excluo deste “time” – não acreditem em tudo que as pesquisas “revelam” nos meios de comunicação (tv, rádio, internet,…), pois a grande Revelação plena é a própria Palavra de Deus.

 Vamos orar?

Senhor Jesus, alcance os corações que estão hipnotizados pelas novelas, pelas músicas, pelas ideologias, pelas propagandas, pelos (pré)conceitos, pela distração dos videozinhos sem graça compartilhados via celular e por tudo aquilo que, podem nos afastar da Sua presença. Que todos os vícios saiam de nossos lares e que a paz possa reinar, sobretudo em nossos corações. Cura, senhor os corações que sofrem de solidão. Que na ilusão de encontrar justificativas aos nossos erros, não encomendemos pesquisas, mas sim façamos um sincero e profundo exame de consciência. Transforme as mentalidades, a forma de pensar, sentir e agir. Tudo isso, Senhor, peço em seu nome.

“Levanta-se Deus, pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, São Miguel Arcanjo e todas as Milícias celestes; sejam dispersos todos os seus inimigos e fujam de Sua face todos os que O odeiam. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

Que Deus nos abençoe.
Até a logo.

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