Hoje, quero partilhar um filme bastante interessante, que assisti recentemente durante um retiro. Porém, antes de continuar a leitura, peço que – por um breve instante – lembre-se das boas experiências que viveu com sua família (pais, tios, avós, etc), lembre-se de suas brincadeiras favoritas. Agora pense que, de repente, de uma hora para outra, tudo isso lhe é tirado bruscamente e de modo traumático. É neste clima de tensão que pauta o enredo de “A Boa Mentira”. O título pode parecer algo assustador, mas não é! Trata-se de um ótimo conteúdo formativo, baseado numa história real e com valores humanos para todos os públicos.
The Good Lie (No Brasil “Uma Boa Mentira”; em Portugal “A Boa Mentira”) é um filme de drama estadunidense, lançado em 2014, escrito por Margaret Nagle, e dirigido por Philippe Falardeau filmado tanto em Atlanta, Geórgia, como na África do Sul. O filme é estrelado por Reese Witherspoon, Corey Stoll, Sarah Baker e Arnold Oceng. O longa, que é baseado em fatos reais, narra a chegada de quatro irmãos sudaneses, refugiados de guerras que assolavam o país.
Mamère e Theo são filhos do chefe em sua aldeia no sul do Sudão. Quando um ataque pela milícia do Norte destrói sua casa e mata seus pais, o filho mais velho Theo é forçado a assumir o papel de chefe e levar um grupo de jovens sobreviventes, incluindo sua irmã Abital, longe do perigo. Mas o hostil, terreno traiçoeiro tem outros perigos para eles. Como o grupo esfarrapado faz a caminhada difícil de Kakuma campo de refugiados no Quênia, eles encontram outras crianças em fuga, forjando um vínculo com Jeremias, que, aos 13 anos, já é um homem de fé, e Paulo, cujas habilidades tornaram-se essenciais para a sua sobrevivência.
Órfãos devido à brutal guerra civil no Sudão, que começou em 1983, estes jovens vitimados viajaram mais de mil milhas a pé em busca de segurança. Depois de uma longa e impetuosa jornada pelo interior da África, os jovens chegam a um campo de refugiados por onde permanecem por mais treze anos.
Quinze anos depois, um esforço humanitário traria 3.600 deles, entre moças e rapazes, para a América. Os jovens então embarcam para os Estados Unidos, onde são recebidos pela Carrie Davis, personagem de Reese Witherspoon, que ajuda os jovens (conhecidos como “The Lost Boys” ou “Garotos Perdidos” do Sudão) a se adaptarem a nova vida.
Assista ao trailer
Nota (e uma dose de spoiler!): é uma lição de vida. Assisti e recomendo! Em certo momento, a jovem americana chega a confundir o Sudão com a Somália ou o Senegal. Um sutil exemplo da ignorância que existe com relação ao continente africano e sua belíssima história. É também um dura crítica ao contexto histórico, político-econômico e de segregação social, em que praticamente todos os personagens são submetidos onde vivem. Embora, apareça pouco no trailer (ver acima), são apresentadas belíssimas imagens naturais e também, possui também cenas engraçadas que representa um certo “choque cultural”. Enfim, o filme é excelente e, particularmente, recomendo que seja assistido em salas de aula e grupos pastorais, seguido de um saudável diálogo sobre a condição humana contemporânea e, evidentemente, sobre as ações necessárias para a redução do preconceito étnico e racial. Bom filme!
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Que Deus te abençoe!
Um abraço,
Cleber Rodrigues