Quando se fala em santidade, mesmo para um cristão, parece que não é possível. Eu, santo? É quase uma pergunta negativa. Mas Deus não só quer como a garante.
“Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na escritura: Sereis santos, porque eu sou santo.”
Uma ordem de Deus para nós: “Sereis santos, porque eu sou santo”. Mas também é uma promessa: “Sereis”. Um indicativo que promete com a garantia de cumprimento: “porque eu sou santo.” Por isso cai por terra toda nossa dúvida se é conosco mesmo que Deus está falando sobre santidade. É claro que é!
É para nos tornarmos santos, porque não o somos ainda. E seremos santos entrando no caminho de Deus porque é Ele que, em sua santidade, nos tornará santos. Mas, infelizmente, podemos negar essa graça, evitando o caminho de Deus. A nossa santidade, em todo nosso proceder, nos transmite a ideia de um comportamento irrepreensível, e é isso também. Mas não só.
Não começa no comportamento. Começa no coração. Começa no interior da pessoa e, a partir disso, se traduz em comportamento. Por isso a necessidade de nos apegarmos à graça de Deus que nos foi oferecida por Jesus Cristo. São Pedro nos dá ainda um alerta importante: somos migrantes.
“Se invocais como Pai, aquele que, sem discriminação, julga cada um de acordo com suas obras, vivei no temor, o tempo de vossa permanência como migrantes.”
Dessa forma, não podemos pensar que teremos sempre todo o tempo para a nossa santificação e que Deus sempre vai nos esperar enquanto estamos ocupados com nossos projetos de vida, somos migrantes e não pertencemos a este mundo. Há um tempo determinado para nossa permanência aqui e nós o desconhecemos.
“Tende consciência de que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por coisas perecíveis como prata e ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha.”
Essa tomada de consciência é mais que necessária em tempos como os de hoje, em que estamos sujeitos a tantas distrações, que chegamos a nos esquecer de quem somos assumindo o que não somos. Acredito que, num mundo tão conectado, precisamos redirecionar as conexões para o que realmente é essencial. Não digo que devemos nos desconectar, mas escolher bem as conexões, a começar pelo essencial, e por que não permanecer apenas nele?
Sabemos que o essencial é Deus. E nossa conexão com ele não depende de aparelhagem ou tecnologia, mas exige a nossa atenção total e exclusiva. Não conseguimos nos conectar corretamente a Deus sem ser do jeito que Ele nos ensinou: com exclusividade! (cf. Dt 6,4-6; Lc 10,27-28).
E quem experimenta a graça de estar com ele compreende que este mandamento está longe de manifestar uma tirania egoísta de Deus, mas, antes, revela o amor que ele tem por nós.
Leia o trecho em I Pd 1,13-25
Na Bíblia CNBB, página 1495-1496
Título: Vocação à vida santa
Promessas
I Pd 1,16
“Pois está na escritura: Sereis santos, porque eu sou santo.”
Ordens
I Pd 1,13-19.22
“Por isso, aprontai a vossa mente, sede sóbrios e colocai toda vossa esperança na graça que vos será oferecida no dia da salvação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na escritura: Sereis santos, porque eu sou santo. Se invocais como Pai, aquele que, sem discriminação, julga cada um de acordo com suas obras, vivei no temor, o tempo de vossa permanência como migrantes. Tende consciência de que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por coisas perecíveis como prata e ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha.”
“Pela obediência a verdade, vos purificastes, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros de coração e com ardor.”
Princípios eternos
I Pd 1,20-21.23-25
“Conhecido de antemão antes da criação do mundo, ele, foi neste final dos tempos, manifestado em favor de vós. Por ele tendes fé no Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, vossa fé e vossa esperança estão em Deus.”
“Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a palavra de Deus, viva e permanente. Pois: “toda carne é como erva, e toda a sua glória como a flor da erva; secou a erva, cai-lhe a flor, mas a palavra do Senhor permanece para sempre. Ora, esta é a palavra que vos foi anunciada como Boa Nova.”
Anote, em seu diário, qual a mensagem de Deus para você e como pôr isso em prática.
Qual a mensagem de Deus para mim hoje?
A santidade é para mim. Só se torna santo quem permanece conectado a Deus.
Como posso pôr isso em prática?
Para conectar-me a Deus, preciso me desconectar de outras coisas para assim poder dar-lhe a exclusividade que ele merece.