“Eu vim para que todos tenham vida. Que todos tenham vida plenamente!” (João 10,10)
Baseado na “dobradinha” estimulo e prêmio, a lógica é criar uma estratégia “gamificada” para estimular por meio do reforço de comportamento esperado. A tarefa é tão simples que chega a parecer bobagem perder tempo com isso: alinhar doces em troca de elogios e frases positivas, pontos e avanço no jogo. Mas, o que está em jogo? O que está em jogo é elemento: tempo.
Você deve achar que isso não tem nada a ver, porque não está jogando dinheiro ou vendendo as coisas da casa para manter o vício. Se você pensa assim, saiba que está enganado(a): jogo patológico ou ludomania está no Catálogo Internacional de Doenças CID-10 (F630) e refere-se ao comportamento de persistir em jogar recorrentemente apesar de consequências negativas ou do desejo de parar.
No parágrafo 318 do YouCat (Catecismo Jovem), afirma que “os vícios são hábitos negativos que anestesiam e obscurecem a consciência abrindo o ser humano ao mal e dispondo-o ao pecado de forma habitual. É importante para encontrarmos nossos vícios, saber que normalmente eles se encontram próximos dos pecados principais”.
Outra citação interessante está no artigo “A importância do tempo”, publicado pelo Professor Felipe Aquino, onde ele cita que: “O melhor presente é o ‘tempo presente’. Então, é preciso aproveitá-lo bem. Mas há uma ciência em aproveitar o tempo. Não se trata de correr ao fazer as coisas, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.”
Mas e quanto a você: considera-se ou conhece alguém dependente de coisas ou pessoas? Já tentou combater esse vício? O que o(a) levou a esse vício? Quais são suas angústias mais profundas?
“Sweet”, “Delicious”, “Taste”, “Divine”: um jogo feito para viciar
Sobre o tabuleiro se pode ver dezenas de doces diferente. A tarefa é juntar os que tem a mesma cor, mas há obstáculos e truques para conseguir ao longo dos 400 níveis. Muitos passam incontáveis horas jogando e alguns chegam a gastar centenas de dólares com isso.
Candy Crush Saga, o jogo mais popular da história do Facebook, é jogado mais de 600 milhões de vezes por dia, por 50 milhões de usuários. Ele apareceu no vídeo mais recente do famoso cantor sul-coreano Psy, foi o jogo mais baixado em dispositivos Apple e Android nos últimos meses e, para milhares que se manifestam em blogs e redes sociais, é um vício irresistível.
Há quem afirme que seus antecessores são Tetris e o jogo da cobra dos celulares Nokia, mas seu parente mais próximo é Bejeweled, de 2001, que consiste em ordenar diamantes da mesma cor. Lançado em novembro de 2012 e desenvolvido pela empresa King, o Candy Crush Saga gera mais de US$ 600 mil (R$ 1,3 milhão) ao dia ─ segundo dados não oficiais ─ através das “ajudas” que os usuários podem comprar para passar de níveis mais difíceis.
Os criadores insistem que é possível completar o jogo sem pagar nada, mas acredita-se que as ferramentas sejam fonte de milhões de dólares para a empresa, que não revela números.
Tempo é vida! E “vida”, neste tipo de jogo, gera muito (muuuito) dinheiro.”
Como em muitos jogos do tipo, a tarefa do Candy Crush parece simples: ordenar os elementos e passar de nível. No entanto, ele é feito com características diferentes para estimular o vício nos jogadores.
Tarefas incompletas
Para o professor de psicologia e ciências cognitivas Tom Stafford, da Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, o vício em Candy Crush se relaciona a um fenômeno psicológico chamado efeito Zeigarnik.
O psicólogo russo Bluma Zeigarnik dizia que os garçons costumam ter uma memória impressionante para lembrar dos pedidos, mas só até que os cumprem. Uma vez que a comida e a bebida são levadas até a mesa, eles se esquecem completamente de algo que sabiam momentos antes.
“Zeigarnik deu nome a todos os problemas em que uma tarefa incompleta fica fixada na memória. E Candy Crush gera uma tarefa incompleta”, disse Stafford à BBC.
Cada tabuleiro ─ ou cada nível ─ é uma tarefa que o jogador sente a urgência de resolver, como acontece com jogos de perguntas ou dúvidas que aparecem em uma conversa e que é preciso ir à Wikipedia imediatamente: a pessoa não descansa até que saiba a resposta.
Mas o Candy Crush dá aos jogadores cinco vidas por nível e, se elas acabam, é preciso esperar 30 minutos para voltar a jogar. É meia hora durante a qual o problema fica sem resolução. “A lógica dos 30 minutos reforça a psicologia de que você tem que jogar todos os dias”, afirma Jude Gomila, da consultora de videogames Heyzap.
Hospedagem no Facebook
O jogo é hospedado pelo Facebook, o maior site de rede social do mundo, mas também está em todos os dispositivos da Apple ou com sistema Android, o que permite parar de jogá-lo em uma plataforma e retomá-lo em outra. Por isso, muitos o defendem com o argumento de que “(o jogo) nunca te deixa sozinho”.
“É o primeiro jogo que realmente interconecta diferentes plataformas. Se você fica sem bateria no iPad, pode ir para o celular e, se cansa do celular, pode ir ao computador”, diz Gomila.
Os jogadores podem compartilhar não somente seus resultados no Facebook, mas também ferramentas e vidas. Assim que a pessoa publica seus resultados, pode ver a comparação entre seu progresso e o de seus amigos na rede social.
“Não há nenhum prêmio neste jogo além da satisfação de suspeitar que suas habilidades para juntar doces são maiores que as dos seus amigos”, diz o crítico cultural June Thomas, da revista eletrônica americana Slate.
O vício em Candy Crush deu origem a uma série de piadas na internet, mas os diversos casos nos últimos anos de adolescentes que morreram após longas jornadas de uso de videogames provam que a ludomania (vício em jogos) é um problema sério. Nas redes sociais já circulam fotos de um suposto centro de reabilitação para viciados em Candy Crush ─ uma piada que diz muito sobre o alcance do fenômeno.
Fonte(s):
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/08/130806_candy_crush_dp_cc.shtml
http://www.criacionismo.com.br/2014/07/videogames-feitos-para-viciar.html
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2014/04/29/a-importancia-do-tempo/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogo_patológico
IMPORTANTE: Se você, ao ler este artigo, percebeu que está realmente com sintomas de alguém viciado em jogos eletrônicos ou até mesmo em usar seu celular (smartphone), pergunte-se: Qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O que verdadeiramente me levou a esse vício (jogos, sexo, drogas, etc)? Reflita e com o coração agradecido, diga para Deus que quer se libertar. Peça, agora, em nome de Jesus, os dons do Espírito Santo. Não fuja da realidade: se necessário, peça ajuda especializada. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mateus 11,28)
Que Deus nos abençoe.
Até a próxima.
Cleber Rodrigues
Comunidade Canção Nova