19. junho 2014 · Comentários desativados em Corpus Christ e a beleza da última ceia · Categories: Sem categoria

Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento, nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do vosso Sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

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Hoje, quinta-feira, 19 de junho de 2014 é um feriado nacional onde celebramos o dia de Corpus Christi (do latim, que significa Corpo de Cristo). Já participei da Missa pela manhã e, nesta tarde, quero partilhar uma reflexão que, ao meu ver, traduz em sentido prático e concreto a dimensão litúrgica desta Festa: amar o próximo, como Jesus nos amou.

É uma festa-mistério, pois, os textos bíblicos da liturgia de Corpus Christi fazem menção a diversos significados e percepções da fé da Igreja na Eucaristia. Para Santo Agostinho, a Eucaristia é também “sinal de unidade e vínculo da caridade”.

No artigo Tão Sublime Sacramento!, o cardeal Dom Odilo Scherer, nos ensina que a eucaristia é o “memorial” da paixão, instituída por Cristo na última ceia, pouco antes de padecer a cruz. “As palavras de Jesus dão significado ao gesto da entrega do pão e do vinho aos apóstolos: ‘é meu corpo entregue por vós; é meu sangue, derramado por vós’. (…) Na Solenidade de Corpus Christi, a atenção concentra-se sobre Mistério da Eucaristia. Adoramos, agradecemos, louvamos e nos alegramos no Senhor”.

Assim, enquanto pesquisava informações – preparando uma pregação – encontrei, por Providência Divina, essa reflexão do Padre Fábio de Melo. Onde ele testemunha, de maneira concreta, o quanto é importante atualizarmos cotidianamente, em nós, o mistério da Última Ceia de Jesus. Não perca tempo! Se você soubesse que hoje seria o último dia da sua história e você tivesse que realizar a sua última ceia: quem você gostaria de reunir ao seu lado e o que você gostaria de dizer?


 Ouça a reflexão: “Gostava tanto de você” (Padre Fabio de Melo) Se preferir, baixe em MP3

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“Eu sempre acho que, as vezes, na vida, a gente vive tão mal: precisamos perder as pessoas pra descobrir o valor que elas tinham. Às vezes as pessoas precisam morrer pra gente saber a importância que elas tinham, e isso uma vez na minha vida isso aconteceu.

Estava eu na minha casa de manhã, quando recebi um telefonema que minha irmã estava morta, minha irmã mais nova, cheia de vida de repente não existe mais. Fico pensando assim, que às vezes na vida o ensinamento mais doído seja esse, quando na vida nos já não temos mais a oportunidade de fazer alguma coisa, e o inferno talvez seja isso, a impossibilidade de mudar alguma situação.

E quando as pessoas morrem já não há mais o que dizer, porque mortos não podem perdoar, mortos não podem sorrir, mortos não podem amar, nem tão pouco ouvir de nos que nós os amamos. Eu me lembro que uma semana antes de minha irmã morrer, ela havia me ligado, foi a última vez que eu falei com ela. Eu me recordo que naquele dia, eu estava apressado com muita coisa pra fazer e fiz questão de desligar o telefone rápido… Sabe quando você fala, mas fala na correria porque você tem muita coisa pra fazer? E foi assim…

Se eu soubesse que aquela era a última oportunidade de “ver” minha irmã, de olhar nos olhos dela, de falar com ela, eu certamente teria esquecido toda a pressa, porque quando a vida é assim, e você sabe que é a ultima oportunidade, você não tem pressa pra mais nada, já não há mais o que eu fazer, e essa é a beleza da última ceia de Jesus: não há pressa! O momento é feito para celebrar.

A mística da última ceia está ali, Jesus reúne aqueles que pra Ele tinha um valor especial, inclusive o traidor estava lá. E eu descobri com isso, com a morte da minha irmã, que eu não tenho o direito de esperar amanhã pra dizer que amo, pra perdoar, para abraçar, dizer que é importante que é especial.

Não! O amanhã eu não sei se existe, mas o agora eu sei que existe e, as vezes, na vida nos perdemos… 

Eu me lembro quantas vezes na minha vida de irmão com ela, nos passávamos uma semana sem nos falarmos, seja por que ouve uma briga ou uma confusão, a gente se dava o luxo de passar uma semana sem se falar. E hoje eu não tenho mais nem 5 minutos pra conversar com alguém que foi importante, que foi parte de mim.

Não espere as pessoas morrerem, irem embora, não espere o definitivo bater na sua porta. Nós não conhecemos a vida e não sabemos o que virá amanhã, viva como se fosse o último dia da sua história, se hoje você tivesse que realizar a sua última ceia, porque é conhecedor que hoje é o último de sua vida, certamente você não teria tempo pra pressa. Você celebraria até o fim e gostaria de ficar no lado de quem você ama.

Viver o cristianismo, é fazer a dinâmica da última ceia todos os dias.Viva como se fosse o último dia da sua vida. Viva como se fosse a última oportunidade de amar quem você ama, de olhar nos olhos de quem pra você é especial.

E depois que minha irmã morreu um tempo bem passado, eu descobri porque eu gostava tanto dessa música que vou cantar agora, ela não fala de um amor que foi embora, o compositor fez para a filha que morreu em um acidente, então, fica muito mais especial cantá-la e descobrir o cristianismo que está no meio das palavras, por que é assim: quando o(a) outro(a) vai embora é que a gente descobre o tamanho do espaço que ele ocupava.

“Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti. E de tristezas vou viver; E aquele adeus não pude dar… E eu! Gostava tanto de você…” 

 


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Que Deus nos abençoe. Até a próxima.

Cleber Rodrigues
Comunidade Canção Nova