Conhecer melhor, para interceder melhor.
Atualmente, mais de 100 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé em Jesus. Aqueles que seguem a Cristo enfrentam a oposição de seus governos, sociedades e até parentes em, pelo menos, 60 nações. Isso faz com que os cristãos sejam o grupo religioso mais perseguido do mundo.
Em média, segundo levantamento do Portas Abertas (organização cristã internacional que tem por finalidade de servir cristãos em situações de risco) cerca de 100 indivíduos cristãos perdem sua vida, a cada mês, em razão de sua fé em Jesus Cristo.
Recentemente, casos de perseguição religiosa tem chamado a atenção dos noticiários internacionais devido aos assassinatos na Nigéria. Inclusive, bispos nigerianos iniciaram uma campanha de oração pela paz no país. Abaixo, compartilho, na íntegra, um texto do que traça um panorama geral sobre a realidade nigeriana. Boa reflexão.
A Igreja
A presença cristã no país data do século XIV, quando dois monges portugueses, Agostinho e Capuchine, chegaram à Nigéria com a finalidade de pregar o cristianismo. A primeira missão cristã só chegou ao país no século XIX, com os ingleses. O número de cristãos é maior na parte sul do país; já o norte é dominado por maioria muçulmana. A colonização dos países da África pelos europeus, especialmente nos séculos XIX e XX, contribuiu de forma muito significativa para o crescimento da igreja cristã na Nigéria.
A Igreja tem crescido em diversas denominações: anglicana, batista e grupos pentecostais. Os líderes cristãos no norte do país sofrem grande pressão econômica e política.

Fonte: Fundação AIS
O registro histórico do primeiro confronto entre cristãos e muçulmanos data do século XIX, quando um muçulmano chamado Fulani declarou uma guerra santa contra os muçulmanos infiéis e contra os descrentes (não muçulmanos), subjugando as cidades do norte do país e criando o Califado de Sokoto. É através de Fulani que surge na Nigéria o grupo étnico Hausa-Fulani.
Constitucionalmente, a Nigéria é um Estado laico com liberdade religiosa. Durante quase 40 anos, o governo no norte deu tratamento preferencial a muçulmanos, discriminando os cristãos. Pouco foi feito para pôr um fim à perseguição e, como resultado, muitas igrejas foram queimadas e cristãos, mortos.
Embora exista liberdade para evangelizar, há uma forte oposição dos muçulmanos contra aqueles cristãos que procuram praticar este ministério. A oposição islâmica já foi responsável pela morte de muitos mártires, especialmente na região norte do país. Apenas entre 1982 e 1996, ocorreram mais de 18 conflitos de grande escala entre cristãos e muçulmanos no norte da Nigéria. Tais conflitos deixaram um saldo de mais de 600 cristãos mortos e cerca de 200 igrejas incendiadas.
Os Estados não têm permissão para escolher uma religião. Entretanto, desde 1999, a lei islâmica, sharia, foi adotada em 12 Estados do norte. Alguns políticos do norte esperam que a introdução da sharia atraia uma significativa quantidade de grandes investidores de países árabes.
Apesar da garantia de que essa controvertida lei será aplicada somente aos muçulmanos, os cristãos nigerianos e os ex-muçulmanos temem discriminação sob o regime legal.Sabe-se que as garotas cristãs dos Estados islâmicos do norte são forçadas a usar o hijab, traje muçulmano feminino, quando frequentam uma escola pública. Apesar de as escolas mantidas pelo governo serem obrigadas a ensinar tanto a educação religiosa cristã como a muçulmana, as autoridades de muitas partes do norte impedem o ensino do cristianismo.
O estado de Jos, no norte do país, é o local de maior tensão entre cristãos e muçulmanos: entre 1999 e 2001, uma série de revoltas e motins ocorreu na cidade, onde mais de mil pessoas foram mortas. Em 2010 a cidade voltou aos noticiários por causa do enfrentamento entre ambos os grupos, num evento em mais de 500 pessoas foram assassinadas. As revoltas são impulsionadas por questões políticas, econômicas e religiosas. No natal de 2011 diversos ataques a bomba foram feitos contra igrejas cristãs nos quais mais de 40 pessoas foram mortas. O grupo radical islâmico Boko Haram assumiu a autoria dos atentados. Nos últimos anos houve um significativo aumento da violência sectária no país, principalmente na região norte de maioria muçulmana.
História e Política
A Nigéria localiza-se no oeste da África, às margens do Golfo da Guiné. A topografia do país caracteriza-se pela predominância de terras baixas e planaltos. A região central possui terras mais altas e algumas colinas, enquanto a região sudeste apresenta um relevo montanhoso; a região norte do país possui predominantemente áreas planas. Seu nome faz alusão ao Rio Níger, o principal rio do oeste da África e o terceiro maior do continente africano. Além disso, Niger é considerado um termo oriundo do latim, que, neste idioma, significaria Black em referência aos povos negros da África – mas essa definição não é 100% aceita.
A Nigéria abrigou umas das civilizações mais avançadas da Antiguidade e da história dos Impérios que existiram no continente africano: a cultura Nok (500 a.C. – 200 a.C.). Essa civilização se desenvolveu na utilização de ferramentas industriais, como ferro e estanho; tinha pleno conhecimento sobre a agricultura e a arte, tendo influenciado civilizações africanas posteriores.
As caravanas de comércio árabe alcançaram a África Ocidental no século VII d.C., expandindo para essa região a fé e a cultura islâmicas. Do século XI ao XV, vários estados islâmicos se sucederam no poder, formando estados autônomos. Buscando dominar o comércio e a coleta de impostos ao longo do Rio Níger, a Grã-Bretanha obteve o controle da área que hoje corresponde ao território nigeriano durante o fim do século XIX e o início do século XX, mas o país se tornou independente dos britânicos em 1914.
A Nigéria foi criada em 1914 e já nasceu dividida em três regiões distintas: o norte, predominantemente muçulmano e habitado pelos hauçás e fulanis; o sudoeste, lar da etnia ioruba; e a região sudeste, onde vivem os ibos.
Embora um movimento nacionalista liderado por importantes políticos já tivesse exigido autonomia para a Nigéria dentro da Comunidade Britânica em 1930, foi só em 1960 que o país finalmente obteve de fato a sua independência.
A Nigéria continua experimentando tensão étnica e religiosa, existentes há muito tempo. Embora as últimas eleições presidenciais (em 2003 e 2007) tenham sido marcadas pela irregularidade e pela violência, o país experimenta atualmente o mais longo período de paz desde a independência. Mas ainda há tensões locais, menos generalizadas. Em novembro de 2008, aproximadamente 400 pessoas morreram durante conflitos entre muçulmanos e cristãos na cidade de Jos, logo após as eleições locais.
Em fevereiro de 2009, na cidade de Bauchi, próxima a Jos, novos conflitos religiosos causaram a morte de mais 11 pessoas. Igrejas e mesquitas foram destruídas. Em 2011, novas revoltas impulsionadas por grupos islâmicos ocorreram em todo o norte do país, em protesto à eleição do presidente cristão Goodluck Jonathan: mais de 500 pessoas foram mortas, igrejas, casas e até mesquitas foram incendiadas.
O governo do Estado alega que as constantes crises e confrontos entre muçulmanos e cristãos sempre têm motivações políticas e econômicas por trás.
População
A Nigéria é o país mais populoso do continente africano e o oitavo mais populoso do mundo, contando com a maior população negra do planeta. Além disso, tem uma das maiores densidades populacionais do mundo: aproximadamente um em cada 4 africanos é nigeriano. Há no país mais de 250 diferentes grupos etnolinguísticos, divididos igualmente entre muçulmanos e cristãos; há também um número significativo de pessoas que seguem religiões tradicionais africanas e são faladas 521 línguas. Os três maiores grupos étnicos do país são: os hauçás, os igbos e os iorubás.
O inglês é usado como idioma oficial no país, facilitando a comunicação entre os diversos grupos étnicos.
Economia
A Nigéria é o principal exportador de petróleo e gás natural do oeste africano: suas produções e exportações representam mais de 40% do seu PIB, conta com 159 campos de petróleo e aproximadamente 1.480 poços. Na agricultura, os principais gêneros produzidos pelo país são cacau, café, amendoim, banana, algodão, cana-de-açúcar, milho e azeite de dendê.
Fonte: Portas Abertas
Pra finalizar, cito um breve trecho do evangelho de Mateus 5, 10 ao 12, onde o Jesus alertou seus discípulos “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós”. Maranatha. Vem, Senhor Jesus!
Para continuar essa reflexão, ouça agora: “É preciso ter fé agora” (Mons Jonas Abib)
Que Deus nos abençoe.
Até a próxima.
Cleber dos Santos Rodrigues
Comunidade Canção Nova