O perigo de uma fé de conveniência é uma realidade que pode seduzir qualquer um de nós. Na conveniência de abraçar na fé apenas o que nos agrada, corremos o risco de não sermos cristãos genuínos.
“De onde era o batismo de João, do céu ou dos homens?”
Uma resposta acertada para essa pergunta de Jesus só pode sair de um coração sincero que deseja permanecer na verdade. É claro para todos que João Batista era um profeta, mas os interrogados da vez sustentavam uma fé de conveniência e não queriam admitir a santidade de João diante do povo, pois isso os comprometia negativamente. Seu objetivo não era servir a Deus, e sim servir-se de Deus.
Os sacerdotes e anciãos não acreditaram em João. E, mesmo com o apoio do povo, eles negavam que João fosse um profeta. Mas a profecia da vida dele se cumpriu. E, agora, Jesus pregava, fazia milagres e ensinava com autoridade. Depois de expulsar do templo aqueles que dele faziam um local de comércio, Jesus atrai a ira dos sacerdotes e dos escribas. Eles querem saber quem Lhe deu essa autoridade.
Ora, a vida de Jesus já respondia à pergunta: Sua autoridade era inquestionável. No entanto, quem sustenta a mordomia de uma fé de conveniência não aceita correção, não suporta a verdade, não deseja a conversão. Na verdade, eles não dariam crédito a qualquer palavra de Jesus.
A conversão é a única saída
Assim, Jesus lança uma pergunta que os força a tomar uma decisão. E, mesmo assim, preferiram permanecer na conveniência, em cima do muro. A pergunta de Jesus só tinha uma saída para os sacerdotes e escribas: a conversão. Se respondessem “do céu”, teriam que admitir o erro de não terem acreditado, e, consequentemente, admitir a profecia de João diante dos seus olhos: Jesus. Sendo Jesus a profecia, o Messias esperado, está explicada a sua autoridade. Se respondessem “dos homens”, o povo os hostilizaria, pois acreditou na profecia de João. Se, então, usassem da verdade, iriam se humilhar, assumindo o próprio erro.
Que o Senhor nos livre de uma fé de conveniência. Não é aquela fé que ainda cresce e que em nós, pouco a pouco, vai tomando corpo, vai nos formando e nos convertendo, e que ainda suporta os erros e pecados que cometemos.
E sim aquela fé que, deliberadamente conhecendo a verdade, não a abraça nem se disfarça de verdade com muitos adereços, mas não é capaz de obedecer nem de humilhar-se diante da vontade de Deus.
Leia o trecho em Mt 21,23-27.
Na Bíblia CNBB, página 1228.
Título: A questão de autoridades
Não há promessas, ordens ou princípios eternos para anotar.
Qual é a mensagem de Deus para mim hoje?
Não é difícil fingir que não conhece a verdade do Evangelho para viver a fé à própria maneira. É uma tentação suave que vai começando com pequenas concessões.
Como posso pôr isso em prática?
Atenção ao que eu sinto e faço. Perguntar-me: isso está de acordo com a fé da Igreja? Está de acordo com o Evangelho? E escolher o que é correto, lutando contra minhas más inclinações.