Meditemos sobre a alegria e a esperança que nascem no Domingo da ressurreição de Jesus Cristo: “Haec dies quam fecit Dominus: exultemus et laetemur in ea – Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl 117, 24).
Neste primeiro sábado do mês, na Oitava de Páscoa, é muito oportuno meditar sobre a alegria e a esperança que provém da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia da Santíssima Virgem Maria. Pois, esta meditação do primeiro mistério glorioso, que deve ser de, pelo menos, quinze minutos, é uma das práticas que nossa Mãe Santíssima pediu em reparação das ofensas cometidas contra o seu Imaculado Coração.
Em atenção ao apelo de Santo Afonso Maria de Ligório, façamos um ato de fé viva na ressurreição de Jesus Cristo. Aproximemo-nos d’Ele em espírito, para beijar as Suas chagas gloriosas, e regozijemo-nos por Ele sair do sepulcro, vencedor da morte e do inferno. Depois, lembremo-nos que a ressurreição de Jesus é o penhor e a norma da nossa ressurreição. Por isso, avivemos nossa esperança, animados pela graça divina, para suportar com paciência as tribulações da vida presente. Por fim, recordemo-nos que, para ressuscitarmos gloriosamente com Jesus Cristo, devemos primeiramente morrer com Ele para todos os apegos às coisas da terra.
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A felicidade de Jesus Cristo ressuscitado
O grande mistério que em todo o tempo pascal, especialmente no Domingo da Ressurreição, deve ocupar as nossas almas e enchê-las de dulcíssima esperança, é a felicidade de Jesus Cristo ressuscitado. O Senhor Jesus, no tempo de sua Paixão, perdeu inteiramente as quatro espécies de bens que o homem pode possuir na terra. Primeiramente, perdeu as suas vestes até a extrema nudez; perdeu também a reputação, pelos desprezos mais abomináveis; perdeu ainda a Sua notável saúde, pelos maus-tratos que sofreu; perdeu finalmente a Sua vida preciosíssima, pela morte mais horrível e ignominiosa que podemos imaginar. Entretanto, o Cristo saiu vitorioso do sepulcro, com muito mais do que perdeu por Sua morte.
Aquele que era pobre e desprezado pelos homens tornou-se riquíssimo e Senhor de toda a terra. Aquele que a si mesmo chamava verme e opróbrio dos homens (cf. Sl 21, 7) foi coroado de glória e está assentado à direita de Deus Pai (cf. Mc 16, 19). Quem pouco antes era o Homem das dores, provado nos sofrimentos (cf. Is 53, 3), está dotado de nova força e de uma vida impassível e imortal. Finalmente, Aquele que morreu do modo mais horrível da época, sendo considerado um maldito (cf. Dt 21, 23; Gl 3, 13), ressuscitou por Sua própria virtude, dotado de sutileza, de agilidade, de clareza, como as primícias de todos os que morrem com a esperança de ressuscitarem também um dia à semelhança de Cristo: “Christus resurrexit a mortuis, primitiae dormientium – Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!” (1 Cor 15, 20).
Detenhamo-nos neste ponto da meditação para render a Cristo ressuscitado as devidas homenagens. Façamos um ato de fé viva na ressurreição do Senhor e aproximemo-nos d’Ele para beijar espiritualmente os sinais de Suas cinco chagas gloriosas. Alegremo-nos com Jesus por Ele ter saído do sepulcro, vencedor da morte e do inferno, e digamos com todos os santos: “Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor” (Ap 5, 12).
A alegria e a esperança da ressurreição futura
Alegremo-nos com Jesus Cristo, mas regozijemo-nos também por nós mesmos. Pois, a Sua ressurreição é o penhor e a norma da nossa, se ao menos, como diz São Paulo, morrermos primeiro interiormente ao afeto das coisas terrenas: “Si commortui sumus, et convivemus — Se morrermos com Ele, com Ele viveremos” (2 Tm 2, 11). Ó doce esperança! Nós também ressuscitaremos! Chegará a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus (cf. Jo 5, 28) e então, pelo Seu poder, ressuscitaremos, ou seja, retomaremos o mesmo corpo que temos agora, mas que será belo e resplandecente como o sol.
A esperança da ressurreição futura é o que consolava Jó, homem justo e íntegro, no tempo de sua provação. Façamos o mesmo que ele no meio das cruzes, dos sofrimentos e tribulações da vida presente: “Eu o sei: meu vingador está vivo, e aparecerá, finalmente, sobre a terra. Por detrás de minha pele, que envolverá isso, na minha própria carne, verei Deus” (Jó 19, 25.26). Esta era a esperança que estava guardada em seu peito.
Oração de Santo Afonso Maria a Jesus Cristo ressuscitado
Meu amabilíssimo Jesus, graças Vos dou que pela vossa morte adquiristes para mim o direito à posse de tão grande bem, e hoje pela vossa ressurreição avivais a minha esperança. Sim, espero ressurgir no último dia, glorioso como Vós, não tanto por meu próprio interesse, como para estar para sempre unido convosco, e louvar-Vos e amar-Vos eternamente. É verdade que pelo passado Vos ofendi com os meus pecados; mas agora arrependo-me de todo o coração e pela vossa ressurreição peço-Vos que me livrais do perigo de recair na vossa desgraça: “Per sanctam resurrectionem tuam, libera me, Domine — Pela vossa santa ressurreição, livrai-me, Senhor”.
“E Vós, Eterno Pai, que no dia presente nos abristes a entrada da eternidade bem-aventurada, pelo triunfo que vosso Unigênito alcançou sobre a morte: aumentai com o Vosso auxílio os desejos que a vossa inspiração nos instila”[1]. Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo e de Maria Santíssima[2].
Links relacionados:
TODO DE MARIA. A devoção ao Coração de Jesus e o Coração de Maria.
TODO DE MARIA. A devoção dos cinco primeiros sábados.
TODO DE MARIA. O desagravo ao Imaculado Coração de Maria.
Referências:
[1] Or. festi curr.
[2] SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II, p. 3.