Preciso de Padre para fazer a consagração?

Saiba se precisamos de um Padre para nos consagrar e para ser testemunha da consagração a Virgem Maria.

Uma das dúvidas mais recorrentes para as pessoas que querem consagrar-se a Santíssima Virgem Maria é se precisamos de um Padre para fazer a consagração. São Luís Maria Grignion de Montfort não diz, no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”, se é necessário ou não um Padre para nos consagrar. No entanto, o Santo diz que, ao fim das três semanas de preparação, devemos nos confessar e comungar na intenção de nos dar a Jesus Cristo na condição de escravos por amor, pelas mãos de Maria. E, depois da comunhão, consagramo-nos recitando a belíssima fórmula de consagração[1].

Saiba se precisamos de um Padre para nos consagrar e para ser testemunha da consagração a Virgem Maria.

Nossa Senhora Mediadora

O fato de São Luís Maria recomendar que a consagração seja feita na Santa Missa dá a entender que é necessário fazer um ato público, solene e, por isso é necessário um Sacerdote. Ademais, tornou-se costume entre os consagrados que uma pessoa assine como testemunha da consagração, e que essa pessoa seja o Padre que celebra a Eucaristia. Mas, será realmente necessário um Sacerdote para nos consagrar a Nossa Senhora? Ele precisa ser testemunha da consagração?

Receba o conteúdo deste blog gratuitamente em seu e-mail.

A consagração precisa ser feita na Santa Missa?

É muito importante que a consagração seja feita na Santa Missa ou logo depois, no momento de ação de graças. Pois, a participação da Eucaristia é faz parte da espiritualidade da consagração. Todavia, podem surgir dificuldades e talvez não seja possível participar da Missa no dia da consagração. Talvez um problema de saúde ou a falta de sacerdotes em nossas comunidades pode tornar a participação da comunhão difícil ou até mesmo impossível.

Em casos que a participação da Santa Missa é muito difícil ou impossível, podemos nos consagrar privadamente, em uma capela, diante de uma imagem da Virgem Santíssima ou do sacrário, onde está nosso Senhor. Podemos ainda nos consagrar em nossa casa, aos pés de uma imagem de Nossa Senhora.

Pode ser que seja possível participar da Eucaristia, mas nas nossas comunidades não seja permitido fazer a consagração durante a celebração. Nestes casos, podemos fazer a consagração no momento de ação de graças, depois da Missa. Entretanto, pode acontecer que isso também não seja possível, devido ao tempo. Pois, em muitas comunidades as pessoas logo vão embora e a igreja é fechada rapidamente. Nestes casos, a consagração pode ser feita como dissemos acima, em uma capela ou em nossas casas, diante de um oratório ou de uma imagem da Santíssima Virgem.

É necessário que um Padre seja testemunha da consagração?

A consagração não é um Sacramento, como o Batismo, no qual é necessário ter uma testemunha. No entanto, é louvável e oportuno que uma pessoa assine como testemunha, como uma espécie de padrinho ou madrinha da pessoa que se consagra. Em muitos grupos de preparação, tornou-se uma prática comum que essa testemunha seja o Padre. Não há nada errado nisso. Ao contrário, é muito bom que haja a participação de padres no movimento de consagração a Nossa Senhora. Entretanto, há quem diga que é obrigatório que um Padre seja testemunha da consagração e isso pode gerar dificuldades. Pois, nem todas as pessoas têm um Sacerdote próximo, que conheça a consagração e queira ser testemunha.

Diante de dificuldades como essa, não devemos deixar de nos consagrar, já que não é necessário que um Padre assine como testemunha de consagração. Na verdade, não é necessário nem mesmo uma testemunha. Pois, a consagração é um ato de entrega pessoal, que fazemos a Jesus Cristo e a Virgem Maria. Além disso, não é necessário nenhum registro em nossa Paróquia ou comunidade. Por esses motivos, não precisamos de uma testemunha da consagração.

Com isso, não queremos desestimular que tenhamos testemunhas em nossas consagrações. Apenas recordamos que não é obrigatório ter uma testemunha, para que as pessoas que encontrem dificuldades nesse sentido não deixem de se consagrar.

À semelhança dos padrinhos de Batismo, as testemunhas devem preferencialmente ser pessoas experientes, que já fizeram a consagração e dão mostras de que nos ajudarão, por palavras e pelo testemunho de vida, a viver bem nossa consagração.

Assista programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Maria e a nossa vida de oração”:

Por que fazer a consagração na Missa com uma testemunha?

Assim, não é necessário um Padre para fazermos a nossa consagração a Santíssima Virgem. Também não é necessário ter um Padre ou outra pessoa como testemunha da consagração. Por isso, não deixemos de fazer a consagração por esses motivos.

Lembramos que aquilo que não é obrigatório, mas fazemos por amor a Deus é mais meritório, tem grande valor. Sendo assim, recomendamos que façamos nossa consagração preferencialmente na Santa Missa, ou logo depois, como ensina São Luís Maria. Esta será a oportunidade de viver a espiritualidade da consagração na comunhão[2] desde o princípio.

Por fim, não nos acomodemos pelo fato da que a testemunha da consagração não é obrigatória. Mas, procuremos pessoas, de preferência um Padre ou outra pessoa que conheça a consagração, que possam nos orientar e incentivar nesse caminho espiritual de entrega a Jesus Cristo, pelas mãos da Virgem Maria e, se possível, possam ser testemunhas de nossa consagração.

Nossa Senhora Mediadora, rogai por nós!

Links relacionados:

TODO DE MARIA. A consagração a Maria e o combate espiritual.

TODO DE MARIA. As correntes e a consagração a Nossa Senhora.

TODO DE MARIA. A consagração a Maria passo a passo.

Referências:


[1]  SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, 231.

[2]  Idem, 266-273.

Comments

comments