A falta de fé e a dureza do coração

Jesus Cristo, depois da ressurreição, se deparou com a falta de fé e a dureza de coração dos seus discípulos.

Jesus Cristo e a nossa falta de fé e dureza de coração.Depois de dois mil anos, a falta de fé e a dureza de coração ainda continua a ser uma das grandes barreiras para uma experiência com Jesus Cristo vivo e ressuscitado e para o anúncio do Evangelho. Depois da ressurreição, Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos, mas estes não acreditaram que Ele está vivo. Desde o início, Ele se deparou com a falta de fé e a dureza de nosso coração deles. Mas, Cristo insistiu, apareceu novamente, disse aos seus discípulos e continua a nos dizer a cada um de nós: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16, 15). Porém, Jesus também disse aos seus e diz a nós que esperemos para receber a força do Espírito Santo. Pois, a Palavra de Deus se torna viva e eficaz pela ação do Espírito, que nos impele, nos conduz cada vez mais para sermos testemunhas de Jesus Cristo. Os primeiros discípulos, depois do Pentecostes (cf. At 2, 14) começaram a anunciar que Cristo está vivo e a realizar milagres e prodígios.

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Jesus ressuscitou apareceu primeiro a Maria Madalena que, em obediência a Ele, foi anunciar aos discípulos que Ele está vivo, mas estes não quiseram acreditar (cf. Mc 16, 9-11). Depois, Cristo apareceu a dois deles, quando iam para o campo. Eles voltaram a anunciaram aos outros, mas também não acreditaram que Jesus havia ressuscitado (cf. Mc 16, 12-13). Na terceira vez, Jesus apareceu aos onze discípulos e chamou a atenção deles por causa da sua falta de fé e pela dureza de seu coração, pois não tinham acreditado naqueles que O tinham visto ressuscitado (cf. Mc 16, 14). Hoje, talvez a falta de fé e a dureza do coração impeçam que acreditemos em Jesus vivo em nosso meio. Pode ser também que anunciamos Jesus Cristo vivo, ressuscitado, mas estamos nos deparando com a falta de fé e com a dureza do coração daqueles que recebem o anúncio.

Essa falta de fé e essa dureza do coração pode fazer com que não acreditemos que Jesus Cristo está vivo e nos impedir de anunciar esta verdade. Pode ainda fazer com que queiramos impedir os outros de pregar o Evangelho. Foi isto que aconteceu com os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Estes proibiram os discípulos de falar no nome de Jesus (cf. At 4, 18). Porém, movidos pelo Espírito, Pedro e João responderam: “Julgai vós mesmos, se é justo diante de Deus que obedeçamos a vós e não a Deus! Quanto a nós, não nos podemos calar sobre o que vimos e ouvimos” (cf. At 4, 19-20). Como os discípulos, não podemos nos calar, mas ao contrário, precisamos ser obedientes a Jesus e anunciar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16, 15).

Jesus nos envia ao mundo para anunciar o Evangelho, mas antes, Ele nos pede que esperemos para receber a força do alto: “esperai a realização da promessa do Pai, da qual me ouvistes falar, quando eu disse: ‘João batizou com água; vós, porém, dentro de poucos dias sereis batizados com o Espírito Santo’” (cf. At 1, 4b-5). Sem esta força, que vem do Espírito, somos fracos na fé, duros de coração, mas depois de receber a força do Alto, falaremos com segurança, ainda que sejamos pessoas simples e sem instrução como Pedro e João (cf. At 4, 13), que eram pescadores. Ainda que este Pentecostes já tenha acontecido em nossas vidas, precisamos renová-lo a cada dia numa comunhão de vida e oração, juntamente com a Virgem Maria, Mãe de Jesus (cf. At 1, 14).

Assim, para vencermos a nossa falta de fé e a dureza de nosso coração, e anunciar o Evangelho a toda criatura, nos deixemos conduzir pelo Espírito Santo. Nos unamos em oração no cenáculo, com a Virgem Maria, para pedir um novo Pentecostes em nossas vidas (cf. At 1, 14). Revestidos da força do Alto, do Espírito do Pai e do Filho, anunciaremos com fé e com amor, que Jesus Cristo está vivo, na esperança de que estejamos com Ele um dia no Reino dos Céus.



Natalino Ueda, sacerdote diocesano, incadinado na Arquidiocese de Cuiabá, formado em Filosofia e Teologia e pós-graduado em Logotetapia e Análise Existencial, é o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a consagração a Santíssima Virgem Maria, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, e a devoção mariana.

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