Maria, a primeira carismática da Igreja

A Virgem Maria, a primeira carismática da Igreja e o modelo sublime no exercício dos carismas. 

A Virgem Maria, a primeira carismática da Igreja

Nossa Senhora e os apóstolos no Pentecostes

A Santíssima Virgem Maria é a primeira carismática da Igreja e, depois de seu Filho Jesus Cristo, a maior carismática da história da salvação. Entretanto, Nossa senhora é a maior carismática não no sentido dela ter o maior número de carismas. Pois, em vida a Mãe do Senhor não realizou nenhum milagre, nenhuma ação prodigiosa e clamorosa. A Virgem de Nazaré “é a maior carismática porque nela o Espírito Santo realizou a maior das suas ações prodigiosas, suscitando em Maria não uma palavra de sabedoria, não uma grande capacidade de governo, não uma visão, não um sonho, não uma profecia, mas a vida mesma do Messias!1

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Entre o Espírito Santo e a Virgem Maria há um vínculo singular, diferente e superior ao que havia com os profetas. A Palavra de Deus se torna, pela força do Espírito, realidade ativa na ação e nas palavras dos profetas. Em Nossa Senhora, graças à intervenção do Espírito de Deus, a Palavra não vem só por um instante, mas estabelece nela Sua morada; não se torna apenas realidade ativa, mas se faz carne: “Verbum caro factum est2. O profeta é aquele que “come” o rolo que contém a Palavra de Deus3 e sacia-se dela. Quanto a Mãe de Deus, ela teve as suas entranhas repletas da Palavra, do Verbo Eterno de Deus, não metaforicamente, em sentido figurado, mas realmente.

Em sentido próprio, Nossa Senhora não está na linha dos profetas, pois ela não falou em nome de Deus. Mas, a Mãe de Jesus é profetisa num sentido novo e sublime, pois proferiu silenciosamente a Palavra única de Deus, gerando-a e dando-a à luz. O que o Espírito Santo operou em Maria não é um simples caso de inspiração profética, mas é um carisma, o mais alto já concedido a uma criatura humana, que supera até mesmo os escritores inspirados, movidos pelo Espírito, para falar em nome de Deus4. Pois, carisma é uma “manifestação particular do Espírito para proveito comum”5, e a maternidade divina de Maria é a manifestação suprema do Espírito, para salvação de toda a humanidade.

Assista vídeo do Padre Paulo Ricardo na “Novena de Pentecostes 5º dia – A mediação da Rainha dos Anjos“: 

Os carismas são intervenções diretas de Deus em situações nas quais é preciso retornar ao caminho certo e voltar a ouvir a voz do Senhor. O Senhor intervém na história do Povo de Deus para renovar uma tradição e um culto que se tornaram rotina e formalismo, uma sabedoria que se tornou sistematização e codificação de um conhecimento humano, cheio de leis e de regras. Esta renovação “foi o que de fato operou na história a grande novidade da vinda do Messias, que o próprio Jesus compara ao aparecimento do vinho novo”6. A Virgem Maria, por sua maternidade divina por obra do Espírito Santo, participa da maior inovação de Deus, sendo instrumento para isso. Nossa Senhora foi o primeiro “odre novo” que conteve em si, para todos nós, o “vinho novo” por excelência que é Jesus Cristo7.

A Virgem de Pentecostes, a primeira e maior carismática da Igreja, é nosso auxílio e exemplo no exercício dos carismas, que não está isento de perigos e dificuldades. Nossa Senhora realizou, de maneira sublime, com simplicidade8 e gratuidade9, o seu carisma de dar ao mundo o Salvador. A Virgem Maria trouxe aos homens, não conselhos, ensinamentos ou pregações, mas “a Palavra inteira, a Palavra feita carne, e permaneceu tão humilde, tão discreta! Nisso a Mãe de Deus é verdadeiramente modelo sublime para os carismáticos da Igreja. O que ensina com o seu silêncio é tão eloquente que não há necessidade de acrescentar nada”. Nossa Senhora de Pentecostes, rogai por nós!

Referências bibliográficas:

1 CANTALAMESSA, Raniero. Maria, um espelho para a Igreja. Aparecida: Santuário, 1992, p. 160.

2 Jo 1, 14.

3 Cf. Jr 15, 16; Ez 3, 1ss; Ap 10, 8ss.

4 Cf. 2 Pd 1, 21.

5 1 Cor 12, 7.

6 CANTALAMESSA, Raniero. Op. cit., p. 160.

7 Cf. Mc 2, 22.

8 Cf. Rm 12, 8.

9 Cf. Mt 10, 8.

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