Como anunciar com fidelidade a Palavra de Deus?
Como filhos, redimidos pela Cruz e Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, somos chamados à sublime vocação de anunciar com fidelidade a Palavra, o Reino de Deus, que já se faz presente no meio de nós. Porém, temos que ser sinceros e reconhecer que não estamos à altura desta vocação. Não temos a têmpera dos mártires, nem a eloquência dos pregadores, tampouco a ciência dos profetas. Como então anunciar o Evangelho, se não somos capazes, se não vamos dar conta desse grande ministério?
Qual é o segredo da fidelidade dos santos?
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A resposta a esta questão está na Palavra de Deus que ilumina a nossa reflexão: “buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6, 33). Somos chamados a buscar o Reino de Deus e a sua justiça (cf. Mt 6, 33a), e confiar-nos a Deus inteiramente, todas nossas necessidades, espirituais e temporais (cf. Mt 6, 33b). Podemos pensar que Jesus se referia somente à comida e à bebida, como certamente estavam preocupados os seus discípulos. Mas, Ele mesmo disse que estas são as preocupações dos pagãos (cf. Mt 6, 32a).
Em resposta à vocação sublime à qual somos chamados, não nos preocupemos com as coisas que podem nos faltar. Este é o convite que o Senhor nos faz, de nos abandonar inteiramente nas suas mãos, confiando-lhe nossas necessidades materiais e espirituais. Pois, Ele há de prover não somente o que comer, beber e vestir, mas também os dons necessários para o anúncio do Evangelho. Os próprios apóstolos e discípulos de Jesus experimentaram isso de forma explícita no Pentecostes. Pedro, que havia negado Jesus três vezes, depois de ter recebido a força do alto, pregou com destemor e numa só pregação converteu mais de três mil homens (At 2, 14ss).
Como Pedro, os apóstolos e discípulos, cheios do Espírito Santo, anunciaram corajosamente a Palavra de Deus (cf. At 4, 31). Porém, antes de se abandonarem à providência de Deus e entregarem-se inteiramente à sua vocação de anunciadores da Palavra, Pedro, juntamente com os demais apóstolos e discípulos de Jesus, perseveraram na oração comunitária, juntamente com Maria Santíssima (cf. At 1, 14). Esta oração em comum, com a Virgem Maria, foi que deu a estes homens a docilidade necessária para receberem o Espírito Santo e deixarem-se conduzir por Ele.
Assim, a perseverança na oração com Virgem Maria possibilitou aqueles homens, talvez medrosos e incapazes como nós, a realização as curas, os milagres e os prodígios que marcaram o início da pregação dos apóstolos e discípulos de Jesus. Como estes homens, somos chamados a aprender na escola de Maria a ter um coração aberto, dócil ao Espírito Santo, para que, por Ele, possamos ser revestidos de força e coragem para anunciar o Evangelho. Ela, que é a “cheia de graça” (Lc 1, 28), intercede por nós para que tenhamos êxito em nossa missão e alcancemos o prêmio prometido: a vida eterna! (cf. Jo 3, 16).