A Santíssima Trindade está presente em nossas vidas, em nosso interior, por isso, sejamos fervorosos devotos desse grande e insondável mistério.
A Santíssima Trindade é nosso tudo e todos os bens – que já recebemos e ainda esperamos para o futuro – nos vieram e virão do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Por isso, é com razão que a Igreja, embora consagre a Santíssima Trindade todos os domingos, Lhe dedica o Domingo da Santíssima Trindade de um modo especial.
“Tres sunt qui testimonium dant in coelo: Pater, Verbum et Spiritus Sanctus, et hi tres unum sunt – Três são os que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e estes três são um” (1 Jo 5, 7).
Veneremos devotamente tão augusto mistério, dizendo muitas vezes o “Glória do Pai”. Respeitemos também, de modo particular, a presença da Santíssima Trindade, que se encontra em nossas almas, no mais íntimo de nosso interior, bem como na alma do próximo.
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O grande mistério da Santíssima Trindade
Ainda que todas as homenagens tributadas aos santos redundem em honra da Santíssima Trindade, cuja imagem honramos na pessoa deles, a justiça e a gratidão exigem que, tanto para glória de Deus quanto para nosso próprio proveito, veneremos tão augusto mistério com obséquios especiais. Isto é um dever absolutamente indispensável, pois a Santíssima Trindade é o princípio do qual procedemos e o fim para o qual devemos voltar. A primeira graça, que nos foi conferida no Batismo, veio a nós em nome da Santíssima Trindade (cf. Mt 28,19) e a essência da glória que se gozaremos no paraíso celeste é a Trindade.
Santíssima Trindade é o nome que faz tremer o inferno, põe em fuga os demônios, faz cessar as tentações, alegra os céus, beatifica os santos, consola os justos, derrama a abundância das graças sobre os homens. “Numa palavra, a Santíssima Trindade é nosso tudo. Todos os bens, que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, quer na ordem da natureza, quer na ordem da graça e da glória, todos nos vieram da Santíssima Trindade”[1].
Eis o motivo de os Ofícios divinos da Igreja Católica serem enriquecidos com muitos louvores, invocações e súplicas dirigidos expressamente às três Pessoas divinas. Não satisfeita ainda com isto e apesar de ter consagrado à augustíssima Trindade todos os domingos do ano, a Igreja dedica-Lhe o domingo seguinte à Solenidade de Pentecostes de um modo especial. Pois, nossa santa Mãe Igreja quer que todos sejamos devotos fervorosos de tão grande e insondável mistério; ou, mais ainda, quer que esta seja a nossa devoção particular. Entretanto, infelizmente esta é talvez a devoção mais descuidada.
A devoção a Santíssima Trindade
Para encontrar e visitar a Santíssima Trindade, não é necessário que subamos ao céu ou entremos numa igreja. Basta simplesmente que lancemos um olhar de fé sobre a nossa própria alma, na qual está impressa a bela e amada imagem de Deus que ali habita como em seu templo. Sendo assim, recolhamo-nos dentro de nós mesmos, e ali, em silêncio, adoremos, louvemos, amemos e bendigamos a Santíssima Trindade. Em particular digamos frequente e devotamente o “Gloria-Patri” (Glória ao Pai), onde, na palavra de São Francisco de Assis, está resumida toda a ciência e a virtude das Sagradas Escrituras.
Se porventura manchamos por alguma culpa a nossa alma, feita à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26), procuremos purificá-la quanto antes no sacramento da Penitência, pelas lágrimas da contrição, e esforcemo-nos por adorná-la com todas as virtudes cristãs. Habituemo-nos também a ver na alma do próximo outras tantas imagens vivas da Santíssima Trindade e, por este motivo, amemo-las, compadeçamo-nos delas e ajudemo-las conforme nossas possibilidades, ao menos rezando por elas.
A fim de que esses nossos obséquios sejam mais agradáveis a Santíssima Trindade, unamo-los àqueles que Lhe tributam todos os anjos e santos do paraíso, Maria Santíssima, e especialmente o divino Redentor. Imaginemos que Jesus Cristo nos diz o que um dia disse a Santa Gertrudes: “Minha Filha, eis aí o meu Coração, que faz as delícias da Santíssima Trindade. Eu t’o dou a fim de que por ele possas suprir o que te falta”[2].
Ouça ao programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Ide, fazei discípulos e batizai!”:
Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Santíssima Trindade
Ó Santíssima Trindade, objeto, agora de minha fé e um dia da minha eterna beatitude, creio em Vós, adoro-Vos, amo-Vos; e em união com toda a corte celeste quero sempre dizer: † “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos. A terra está cheia da vossa glória. Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo”; assim como foi no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos, Amém. “Ó Deus, que concedeste aos vossos servos conhecer na confissão da verdadeira fé a glória da eterna Trindade e adorar sua Unidade no poder da Majestade; nós Vos rogamos que com a firmeza da mesma fé possamos vencer todas as adversidades”[3]. Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria[4].
Links relacionados:
TODO DE MARIA. A Santíssima Trindade e a Imaculada Conceição.
TODO DE MARIA. Maria, imagem da compaixão de Deus.
TODO DE MARIA. O mistério da inabitação da Trindade.
Referências:
[1] SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano: Tomo II, p. 142.
[2] Idem, p. 143.
[3] Or. fest.
[4] SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Op. cit., pp. 143-144.