Obedecer o mandamento do amor a Deus é o principal desafio colocado a nós por Jesus Cristo.
Jesus Cristo diz que o primeiro de todos os mandamentos é este: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!” (Mc 12, 30). Ele também disse, profetizando sobre aqueles que haveriam de guardar Sua Palavra: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14, 23). Neste versículo do Evangelho de João, nosso Mestre nos ensina como obedecer ao mandamento do amor. Ele nos ensina como amar a Deus através da obediência à Sua Palavra. Além de nos dar este ensinamento, Jesus nos promete que, se O amarmos e guardarmos a Sua Palavra, Ele e o Pai virão e farão em nós a Sua morada. Quem obedece a Palavra, ama Deus e torna-se Templo vivo de Deus!
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Na Carta Encíclica Dominum et vivificantem sobre o Espírito Santo na vida da Igreja e do mundo, o Papa João Paulo II afirma que: “Pelo dom da graça, que vem do Espírito Santo, o homem entra ‘numa vida nova’, é introduzido na realidade sobrenatural da própria vida divina e torna-se ‘habitação do Espírito Santo’, ‘templo vivo de Deus’. Com efeito, pelo Espírito Santo, o Pai e o Filho vêm a ele e fazem nele a sua morada” (DeV 58). Essa comunhão com a Santíssima Trindade nos levará à plenitude àquela imagem e semelhança de Deus que nos foi dada na criação (DeV 59). Porém, ainda que vivamos uma vida nova pelo Espírito Santo, esta ainda não é realidade definitiva.
Jesus disse aos seus discípulos pouco antes de entregar-se em sacrifício na cruz: “Vou, mas voltarei a vós” (Jo 14, 28). Depois do Pentecostes, pelo Espírito Santo entramos em comunhão com o Pai e o Filho. Nesse sentido, Cristo voltou e está no meio de nós. Porém, estas palavras de Jesus adquirem um caráter escatológico, que aponta para a Sua segunda e definitiva vinda. A visão de João, no livro do Apocalipse, descreve Jerusalém, a cidade santa, descendo do Céu de junto de Deus (cf. Ap 21, 10). Nesta cidade, não havia tempo, pois o Templo é o próprio Deus todo poderoso e o Cordeiro (cf. Ap 21, 22). Na Jerusalém Celeste não haverá mais templo, pois Deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15, 28).
Na expectativa, da segunda e definitiva vinda de Jesus Cristo, somos chamados a guardar a Sua Palavra e a ser templos vivos de Deus. Somos chamados a uma vida nova no Espírito Santo. Porém, por vezes nos deparamos com nossas fraquezas, nossas limitações. Também estamos sujeitos aos sofrimentos, às angústias, às tribulações. Quando estas coisas acontecem, corremos o risco de nos desesperar, como Judas, que traiu Jesus e, arrependido, tirou sua própria vida (cf. Mt 27, 1ss). Quando isso acontecer em sua vida, faça como Pedro, que se arrependeu e voltou para a comunidade, pois nela está a Virgem Maria, unida aos outros discípulos em oração (cf. At 1, 14).
Nos unamos a Virgem Maria e a toda a Igreja em oração, pedindo um Pentecostes (cf. At 2, 1ss) permanente em nossas vidas, para que, conduzidos pelo Espírito Santo, vivamos uma vida nova. Cheios do Espírito, busquemos amar Deus e guardar a Sua Palavra. Todavia, quando nos depararmos com os nossas fraquezas ou com os sofrimentos e as perseguições, não nos esqueçamos que temos Nossa Senhora por Mãe. Do alto da cruz, Jesus nos deu Maria por Mãe (cf. Jo 19, 27), para que nesses momentos sejamos cuidados por ela. Porém, não recorramos a ela somente nos momentos que precisamos, mas nos coloquemos em contínua oração com a Virgem Maria e a comunidade. Pois, somente unidos a Virgem Maria e à Igreja, cheios dos Espírito Santo, perseveraremos até o fim, até a vinda da Jerusalém Celeste. Então, acontecerá o triunfo definitivo de Jesus Cristo e o Reino dos Céus.