Deus criou o homem por amor, para viver plenamente o amor, para amá-Lo de todo coração.
Deus nos criou para amar, porém não éramos capazes, pois não sabíamos o que é o amor. Jesus Cristo se fez homem, para nos revelar Deus, que é amor (cf. 1 Jo 4, 8). Entretanto, por amor Ele se fez pequeno, tão humano que foi desprezado, até mesmo pelo seu próprio povo: Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não estão todas conosco? (Mt 13, 55-56a). Sendo Deus, Jesus se fez pequeno a ponto de esconder-se sob o véu do Sacramento, na Eucaristia. Cristo se esconde também nos pobres e necessitados: “Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me”. (Mt 25, 35-36).
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Jesus Cristo veio ao mundo para nos revelar o amor do Pai e para que por Ele realizemos a nossa vocação que é amar Deus. Porém, na maioria das vezes nós não O acolhemos, por isso, não realizamos nossa vocação. Quando acolhemos Deus, O acolhemos mal e não somos capazes de amá-Lo. Por isso, somos chamados a rever nossas atitudes. Como estamos acolhendo Jesus em nossas vidas? Não tenho desprezado o Senhor? Jesus não está passando necessidade ou sendo entregue à morte novamente por causa de mim? Estou prestando o devido culto a Deus na Santa Missa, na adoração, na oração?
Precisamos rever nossas atitudes também porque quando cometemos algum pecado ou quando não prestamos o culto devido a Deus, deixando de amar Deus e o próximo, estamos nos desviando da sua vontade para nós. Deus criou o homem para o louvor da Sua glória, para bendizer o seu nome e proclamar as suas maravilhas (cf. Sl 91, 1ss). Quando não fazemos isso, estamos desprezando aquele que nos amou até o extremo, entregando-se à morte mais vergonhosa e maldita daquele tempo (cf. Fl 2, 8). Somos chamados a amar Deus, ainda que com o coração dividido entre as coisas desse mundo. Pois, neste mundo não somos capazes de amar Deus com um coração totalmente indiviso.
Temos as consequências do pecado original em nós, por isso, nossas vidas aqui sempre vão ser uma luta contra o egoísmo, a maldade e tantas outras fraquezas. Devemos reconhecer que sozinhos não somos capazes de amar Deus de todo coração. Porém, não deixemos de amar Deus e o próximo o pouco que conseguimos. Pois, quanto mais amamos Deus, nosso coração torna-se capaz de amar mais, de entregar-se cada vez mais a Ele e à Sua vontade. Quanto mais nos lançamos em Seu amor, mais nos tornamos capazes de amar Deus e o próximo.
Neste aprendizado de amor, olhemos para a Virgem Maria, pois, em sua humildade (cf. Lc 1, 48), ela soube amar mais Deus do que qualquer outra pessoa humana, entregando-se amorosamente ao projeto divino de salvação da humanidade (cf. Lc 1, 38). Nos entreguemos inteiramente a Nossa Senhora, para que ela nos ajude a amar o Seu Filho Jesus Cristo de todo coração, como ela foi capaz de amar. Aos poucos, ela nos transforma, pela força do Espírito Santo, em pessoas renovadas, capazes de amar Deus e o próximo cada vez mais. Maria gera em nós, pelo Espírito, um coração de filho, capaz de amar Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos (cf. Mc 12, 33). Dessa forma, Nossa Senhora nos ajuda a preparar o coração para o nosso encontro definitivo com Deus no Reino dos Céus, onde amaremos por toda a eternidade.