Como ser humildes e alcançar a salvação?

Papa Francisco nos ensina como nos marginalizar, ser humildes, e alcançar a salvação.

Papa Francisco aponta a humildade como caminho da salvaçãoO Sumo Pontífice, Papa Francisco, ensina que “se nós queremos ser salvos, devemos escolher o caminho da humildade” (Papa Francisco, homilia de 24 de março de 1014), que significa nos marginalizar. O Santo Padre nos recorda que Jesus Cristo não pôde realizar muitos milagres em Nazaré, onde Ele foi criado desde a sua infância, pois “nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc 4, 24b). Os moradores de Nazaré não aceitaram Jesus, humilde carpinteiro conhecido por eles, como Salvador, pois estavam seguros em sua fé e na observância dos mandamentos e pensavam que não tinham necessidade de outra salvação. A realidade contrária nos é lembrada pelo Mestre, ao dizer do milagre da cura da lepra de Naamã, o sírio (cf. Lc 4, 27), no tempo do profeta Eliseu, o homem de Deus (cf. 2 Rs 5, 8.14.15) e do encontro do grande profeta Elias com a viúva de Sarepta (cf. Lc 4, 26). Naquele tempo, os leprosos e as viúvas eram marginalizados pelo Povo de Deus, mas Naamã e a viúva foram humildes e acolheram os profetas e foram salvos.

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Segundo Francisco, os conterrâneos de Jesus viviam o “drama da observância dos mandamentos” (Papa Francisco, homilia de 24 de março de 1014), pensavam que era possível salvar a si mesmos apenas frequentando a sinagoga aos sábados, obedecendo os mandamentos da Lei de Deus e os preceitos do judaísmo. Por trás deste pensamento está a falta de humildade, de pensar que por eles mesmos poderiam cumprir toda a Lei. Entretanto, se não nos marginalizamos, não nos fazemos necessitados da graça de Deus, se não formos humildes, não alcançaremos a salvação. “Esta é a humildade, o caminho da humildade: sentir-se tão marginalizado a ponto de precisar da salvação do Senhor. Somente Ele salva, não a nossa observância dos preceitos. Mas isso não os agradou, ficaram irritados e quiseram matá-Lo” (Idem).

Como os habitantes de Nazaré, Naamã também ficou irritado quando Eliseu mandou que ele se banhasse no rio Jordão (cf. Rs 5,10-11). O General do exército do rei da Síria achou ridículo e humilhante a ordem do profeta de banhar-se sete vezes no Jordão, para ser curado da lepra. Deus, através de Eliseu, pediu a Naamã um gesto de humildade e, quando ele aceitou, foi curado (cf. Rs 5,14). Ele precisou ser humilde, não somente para aceitar a ordem do homem de Deus, mas também para aceitar o conselho de seus servos (cf. Rs 5,13). Da mesma forma, com humildade, aceitemos mensagem de Francisco para a 3ª semana da Quaresma: “se nós queremos ser salvos, devemos escolher o caminho da humildade” (Papa Francisco, homilia de 24 de março de 1014).

A Virgem Maria, no canto do “Magnificat”, não diz que está contente porque Deus olhou para a sua virgindade, a sua bondade, a sua doçura, e tantas outras virtudes. Nossa Senhora se alegra em Deus porque Ele olhou para a humildade da sua serva (cf. Lc 1, 48), para a sua pequenez, pois é isto que olha o Senhor. Segundo São Luís Maria, “a sua humildade (de Maria) foi tão profunda, que não teve na Terra atrativo mais poderoso nem mais contínuo que o de se esconder de si mesma e de toda criatura, para que só Deus a conhecesse” (TVD 2). O Altíssimo olhou para a humildade de Nossa Senhora e a escolheu para ser Mãe do Seu Filho (cf. Lc 1, 30-32). A Virgem de Nazaré encontrou graça diante do Senhor (cf. Lc 1, 30), por isso foi escolhida para ser Mãe de Jesus Cristo (cf. Lc 1, 31) e acolher a salvação para toda a humanidade.

Deus olha para a humildade de reconhecer o nosso nada, a nossa pequenez, por isso, devemos aprender com a Virgem Maria essa sabedoria de nos marginalizar para que o Senhor nos encontre, para que Ele olhe para nós. O Santo Padre nos ensina que “a humildade cristã é dizer a verdade: ‘sou pecador, sou pecadora’” (Papa Francisco, homilia de 24 de março de 1014). Precisamos dizer a verdade, reconhecer que esta é a nossa verdade: somos pecadores. Devemos também reconhecer que é Deus quem nos salva, e não nós mesmos. Deus nos salva quando nós somos marginalizados, reconhecemos nossa condição de pecadores, de necessitados da graça, e não através das nossas seguranças. Peçamos a graça da sabedoria de nos marginalizar, de nos fazer pequenos diante de Deus, e a graça da humildade para receber a salvação que somente o Senhor pode nos dar. Invoquemos Nossa Senhora, a Virgem Imaculada, pedindo que ela nos faça humildes, para acolhermos Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Rezemos a Virgem de Nazaré, pedindo que ela nos acolha com seu amor de Mãe. Nossa Senhora, Refúgio dos Pecadores, rogai por nós!


Natalino Ueda, sacerdote diocesano, incadinado na Arquidiocese de Cuiabá, formado em Filosofia e Teologia e pós-graduado em Logotetapia e Análise Existencial, é o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a consagração a Santíssima Virgem Maria, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, e a devoção mariana.

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