Jesus Cristo é o Pão da Vida, que veio ao mundo para dar a vida em abundância ao gênero humano.
No discurso do Pão da Vida, Jesus falava à multidão, que O procurava por causa dos milagres e por causa dos pães que saciaram sua fome (cf. Jo 6, 26). Esta mesma preocupação com o pão material também é percebida entre os discípulos. Na narrativa da multiplicação dos pães, no Evangelho segundo Marcos, os discípulos estão preocupados com o povo, que estava com fome e sem nada para comer (cf. Mc 6, 35-36). A preocupação dos discípulos era válida, tanto que o Senhor multiplicou os cinco pães e os dois peixes para saciar a fome daquela multidão (cf. Mc 6, 38-44). Porém, antes disso, Jesus olhou para aquela “numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6, 34). Mais do que com a fome de pão, Jesus estava preocupado com a fome espiritual daquele povo. Aquelas pessoas precisavam, antes de mais nada, de Deus.
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Foi por causa desta fome que “o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele” (1 Jo 4, 9). Jesus Cristo veio ao mundo para saciar a nossa fome de Deus. Os discípulos estavam preocupados com a vida biológica, com o alimento material, com o pão. Mas, o Mestre sabia que aquelas pessoas também precisavam do alimento espiritual. Porque tinha essa fome espiritual, aquela multidão estava perdida, como “ovelhas sem pastor” (Mc 6, 34b).
O Verbo de Deus veio ao mundo, encarnou no ventre da Virgem Maria e se fez homem, para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância (cf. Jo 10, 10). Esta vida em abundância, que Jesus quer para nós, também não é a vida biológica, mas a vida espiritual. Isto não quer dizer que o Senhor não se preocupe com a fome de seu Povo, mas esta não é a preocupação principal. Cristo quer que tenhamos a vida em abundância, ou seja, uma vida que não passa, pois esta vida que vivemos na carne é passageira.
Jesus Cristo se ofereceu como vítima de reparação por nossos pecados (cf. 1 Jo 4, 10) para que tenhamos a vida em abundância (cf. Jo 10, 10), a vida que não passa, a vida eterna. Ele se preocupou com a fome material de seu povo, por isso, multiplicou os pães e os peixes (cf. Mc 6, 38-44). Mas, se preocupou ainda mais com a fome espiritual, com a fome da alma do seu povo, por isso, realiza continuamente o maior dos milagres, que é a multiplicação do Seu Corpo e do Seu Sangue na Eucaristia.
Portanto, não nos preocupemos tanto com o “pão”, com o alimento e as coisas materiais, pois estas coisas são passageiras. Nos preocupemos mais em buscar o alimento que não passa, que é Jesus Cristo, que se dá como verdadeira comida (cf. Jo 6, 55) na Santa Missa. Nos unamos a Nossa Senhora, aos pés da Cruz de Jesus (cf. Jo 19, 25), para acolher este grande dom, que é a Eucaristia, do qual brotam todos os outros Sacramentos da Igreja. Aprendamos com Maria, que acolheu o Menino Jesus em seu ventre (cf. Lc 1, 30-38), para recebermos com humildade o Corpo e o Sangue de Cristo, alimento de vida eterna.