João, o Evangelista, nos ensinou de modo único como viver a fé em Jesus Cristo, como acreditar na Palavra da Vida e ser fiel até o fim.
São João, apóstolo e evangelista, foi exemplo de como viver a fidelidade a Cristo e à Igreja. João, o Discípulo Amado, depois de receber a notícia de que Jesus havia ressuscitado, foi correndo para comprovar aquilo que lhe fora dito por Maria Madalena (cf. Jo 20, 2). “Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou” (Jo 20, 8). A ressurreição de Cristo foi o fato que marcou a vida de João, de Pedro, dos outros apóstolos, dos discípulos e discípulas de Jesus. Pois, a sua ressurreição confirma a revelação de que Jesus Cristo, que é a Palavra da Vida (cf. 1 Jo 1, 1), veio ao mundo para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna (cf. Jo 3, 16). Jesus venceu a morte para que nós tenhamos a vida eterna junto Dele.
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A vinda de Cristo ao mundo trouxe uma nova luz ao mundo porque nossas vidas ganham um novo sentido. A existência humana não está mais ligada somente à vida biológica, que tem um ciclo que termina com a morte, mas tem seu sentido último na vida eterna. O homem não foi criado por Deus somente para esta vida, mas também e principalmente para a vida eterna junto Dele. Esta é a verdadeira alegria no Natal, do nascimento de Jesus Cristo, é a certeza de que Deus veio ao mundo para resgatar aqueles que estavam sob o jugo da escravidão do pecado e da morte.
Em vista da vida eterna junto de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, de todos os anjos e santos, somos chamados a renunciar ao pecado e a tudo que nos afasta da comunhão com o Senhor e com os irmãos. Nossa vocação, neste mundo, é viver a busca pela santidade, pela justiça diante de Deus e dos homens, para viver a verdadeira luz e a verdadeira alegria: “Uma luz já se levanta para os justos, e a alegria, para os retos corações” (Sl 96, 11). Embora ainda sujeitos a pecados, nós somos convidados pela Palavra de Deus, pelo próprio Cristo, a renunciar a estes e a lutar para ter uma vida digna do nome de cristãos.
Nesse sentido, a figura de João nos ajuda a compreender que, para sermos fiéis a Cristo até o fim é preciso estar em comunhão com Ele, nos reclinar sobre o seu Coração e crer Naquele que deu sua vida por nós. Esta fé na Palavra de Deus que nos foi revelada, e que nos foi transmitida pela Igreja, nos sustenta em nossos caminhos. Na Eucaristia, celebramos o ponto mais alto de nossa experiência de fé, de um Deus que se faz pequeno, no pão e no vinho, para que não tenhamos medo de ir até Ele. Na Eucaristia, Jesus se faz alimento espiritual, para que não desfaleçamos pelos caminhos da vida.
Sabendo de nossas fraquezas, o Pai também nos deu a Virgem Maria por Mãe, para que por ela nos voltemos para Jesus Cristo. Nossa Senhora, desde os inícios da Igreja, foi sempre a figura materna que acolhe e conforta os filhos em seus medos. O próprio João, ainda jovem, não hesitou em levar a Virgem Santíssima para sua casa (cf. Jo 19, 27), pois Jesus lhe entregou Maria por sua Mãe. Neste gesto simbólico, o Senhor entrega a Virgem Santíssima como Mãe de todos os cristãos. Por isso, não pensemos duas vezes em levar Maria para nossas casas, para nossas vidas. Pois, nas incertezas pelas quais passamos nesta vida, é ela quem traz paz aos nossos corações, pois sempre nos encaminha a Jesus, o Príncipe da Paz (cf. Is 9, 5). Em Cristo, somos cheios do Espírito e fortificados para toda aboa obra.
Assim, como o Discípulo Amado, acreditemos no Filho de Deus, Naquele que existe desde o princípio (cf. 1 Jo 1, 1) e que deu a Sua vida por nós, para que tenhamos a vida eterna (cf. Jo 3, 16). A exemplo de João, nos coloquemos junto a Jesus Cristo, reclinados sob o seu Sagrado Coração, para que Lhe sejamos fiéis até o fim. Como João aos pés da cruz, acolhamos a Virgem Maria em nossas vidas, consagrando nos a ela de todo o coração, pois quanto mais somos dela, mais nosso coração será abrasado de amor por Jesus Cristo.
