Papa Francisco menciona a Virgem Maria, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, como a Estrela da nova evangelização.
O Sumo Pontífice, Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nos fala sobre a Virgem Maria como a Estrela da nova evangelização. Este importante documento do Magistério da Igreja foi promulgado em Roma, na praça de São Pedro, durante o encerramento do Ano da Fé, que aconteceu no dia 24 de Novembro de 2013, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. A Evangelii gaudium, que traduzindo do latin significa “a alegria do Evangelho”, é a primeira Exortação Apostólica do pontificado de Papa Francisco, que foi apresentada dia 26 em coletiva de imprensa no Vaticano. No final do Documento, o Pontífice se dirige a Virgem Maria como a “Mãe do Evangelho vivente” (EG 287), pedindo a sua intercessão materna a fim de que o convite para uma nova etapa da evangelização, contido na Exortação, seja acolhido por toda a comunidade eclesial.
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Nas reflexões finais da Evangelii gaudium, o Santo Padre ensina que Nossa Senhora é mulher de fé, que vive e caminha na fé, por isso a sua excepcional peregrinação da fé constitui sempre um ponto de referência para toda a Igreja. A Virgem de Nazaré deixou-se conduzir pelo Espírito Santo, através de um itinerário de fé, numa vocação que se realizou no serviço e na fecundidade. Fixamos nosso olhar em Maria, para que ela nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos discípulos se tornem evangelizadores eficazes.
Papa Francisco nos lembra que “nesta peregrinação evangelizadora, não faltam as fases de aridez, de ocultação e até de um certo cansaço, como as que viveu Maria nos anos de Nazaré enquanto Jesus crescia” (EG 287). No início do Evangelho, que significa boa nova, percebe-se um particular aperto do coração, uma espécie de noite escura da fé, como aquela vivida por São João da Cruz. Existe um véu através do qual é necessário se aproximar do Invisível e viver na intimidade com o mistério. Foi nessa obscuridade que a Virgem Maria permaneceu durante muitos anos, na intimidade com o mistério do seu Filho Jesus Cristo durante a sua vida oculta. Nesse tempo de incertezas Nossa Senhora avançou no seu itinerário, na sua peregrinação de fé.
Francisco explica que “há um estilo mariano na atividade evangelizadora da Igreja” (EG 288). Sempre que olhamos para a Virgem Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto, próprios de uma mãe. Na Mãe de Jesus, “vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se sentir importantes” (EG 288). Em Maria, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque Ele “derrubou os poderosos de seus tronos” e “aos ricos despediu de mãos vazias” (Lc 1, 52.53) é a mesma que assegura o aconchego de um lar para nós que buscamos a justiça. A Mãe de Deus é também a mesma que conserva cuidadosamente “todas estas coisas ponderando-as no seu coração” (Lc 2, 19).
A Virgem Maria sabe reconhecer os vestígios do Espírito Santo de Deus, tanto nos grandes acontecimentos como nos pequenos, que parecem sem importância. A Mãe de Jesus é contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária de cada um de nós. Maria é a mulher orante e trabalhadora em Nazaré, mas é também Nossa Senhora da prontidão, que sai “às pressas” (Lc 1, 39) do lugar onde morava para ir ajudar a sua prima que na sua velhice estava grávida (cf. Lc 1, 36). Esta dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho para os outros faz da Virgem Maria um “modelo eclesial para a evangelização” (EG 288).
Sendo a Santíssima Virgem Maria a Estrela da nova evangelização, Papa Francisco encerra a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, com uma oração dirigida a ela: “Pedimos-Lhe que nos ajude, com a sua oração materna, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento dum mundo novo. É o Ressuscitado que nos diz, com uma força que nos enche de imensa confiança e firmíssima esperança: ‘Eu renovo todas as coisas’ (Ap 21, 5)”. Com a Virgem Maria, avançamos confiantes para esta promessa de seu Filho, e rezamos confiantes a Mãe da Igreja:
Virgem e Mãe Maria,
Vós que, movida pelo Espírito,
acolhestes o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde,
totalmente entregue ao Eterno,
ajudai-nos a dizer o nosso “sim”
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca,
de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.
Vós, cheia da presença de Cristo,
levastes a alegria a João Batista,
fazendo-o exultar no seio de sua mãe.
Vós, estremecendo de alegria,
cantastes as maravilhas do Senhor.
Vós, que permanecestes firme diante da Cruz
com uma fé inabalável,
e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição,
reunistes os discípulos à espera do Espírito
para que nascesse a Igreja evangelizadora.
Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados
para levar a todos o Evangelho da vida
que vence a morte.
Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos
para que chegue a todos
o dom da beleza que não se apaga.
Vós, Virgem da escuta e da contemplação,
Mãe do amor, esposa das núpcias eternas
intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo,
para que ela nunca se feche nem se detenha
na sua paixão por instaurar o Reino.
Estrela da nova evangelização,
ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa,
da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho
chegue até aos confins da terra
e nenhuma periferia fique privada da sua luz.
Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Amém. Aleluia!