Maria, Mãe de Deus e nossa

A Virgem Maria, venerada com o título de “Mãe de Deus” é também nossa Mãe.

A Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa

Ícone da Mãe de Deus, Salus populi romani

O Papa Francisco, na homilia da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, proferida em 01 de janeiro de 2014, na Basílica de São Pedro no Vaticano, nos ensina que “Mãe de Deus” é o título principal e essencial de Nossa Senhora. “Trata-se duma qualidade, duma função que a fé do povo cristão, na sua terna e genuína devoção à Mãe celeste, desde sempre Lhe reconheceu”. O Concílio de Éfeso (431) definiu a maternidade divina da Virgem de Nazaré. A verdade da maternidade divina de Maria, ecoou em Roma, onde foi dedicada a Mãe de Deus a Basílica de Santa Maria das Neves, que passou a chamar-se Basílica de Santa Maria Maior. A Basílica foi o primeiro santuário mariano de Roma e de todo o Ocidente, no qual se venera a imagem da Mãe de Deus (do grego: Theotokos), sob o título de Salus populi romani (em português: Protetora do povo romano), cuja réplica acompanha a Cruz Peregrina da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Segundo a tradição, habitantes de Éfeso, durante o Concílio, na porta de onde estavam reunidos os Bispos, gritaram: “Mãe de Deus!” Estes fiéis pediam que se desse oficialmente este título a Nossa Senhora, demonstrando reconhecê-la verdadeiramente como Mãe de Deus. Esta “é a atitude espontânea e sincera dos filhos, que conhecem bem a sua Mãe, porque A amam com imensa ternura”.

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Papa Francisco diz que desde sempre Maria, a Mãe de Deus, está presente no coração, na devoção e no caminho de fé do povo cristão. “A Igreja caminha no tempo […] seguindo as pegadas do itinerário percorrido pela Virgem Maria” (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Redemptoris Mater, 2). O nosso itinerário de fé é igual ao de Maria, por isso, sentimos a sua presença próxima de nós! No que diz respeito à fé, que é o fundamento da vida cristã, a Mãe de Deus partilhou a nossa condição. Maria caminhou pelas mesmas estradas, às vezes difíceis e escuras, trilhadas por nós, avançando pelo “caminho da fé” (Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, 58).

O nosso caminho de fé está indissoluvelmente ligado a Virgem Maria desde o momento em que Jesus, quando estava para morrer na cruz, nos deu Nossa Senhora como Mãe, dizendo: “Eis a tua mãe!” (Jo 19, 27). “Estas palavras têm o valor dum testamento, e dão ao mundo uma Mãe. Desde então, a Mãe de Deus tornou-Se também nossa Mãe!” Na hora em que a fé dos discípulos se enfraquecia com tantas dificuldades e incertezas, Jesus confiava-lhes Aquela que fora a primeira a acreditar e cuja fé não fraquejaria jamais. A “mulher” (Jo 19, 25) torna-se nossa Mãe no momento que perde o Filho. “O seu coração ferido dilata-se para dar espaço a todos os homens, bons e maus; e ama-os como os amava Jesus”.

A mulher que nas bodas de Caná da Galileia (cf. Jo 2, 1ss) deu a sua colaboração de fé para a manifestação das maravilhas de Deus ao mundo, no Calvário (cf. Jo 19, 25-27) mantém acesa a chama da fé na ressurreição do Filho e comunica-nos a fé com carinho de Mãe. Confirmando a nossa fé, Maria torna-se fonte de esperança e de alegria verdadeira. “A Mãe do Redentor caminha diante de nós e sempre nos confirma na fé, na vocação e na missão. Com o seu exemplo de humildade e disponibilidade à vontade de Deus, ajuda-nos a traduzir a nossa fé num anúncio, jubiloso e sem fronteiras, do Evangelho”.

Confirmados na fé pela Virgem Mãe de Deus, a nossa missão será fecunda, porque está modelada pela maternidade de Maria. “A Ela confiamos o nosso itinerário de fé, os desejos do nosso coração, as nossas necessidades, as carências do mundo inteiro, especialmente a sua fome e sede de justiça e de paz; e invocamo-La todos juntos: Santa Mãe de Deus!” Confiemos nossas vidas a Mãe de Deus e nossa Mãe, como faziam os fiéis desde os inícios da Igreja, especialmente nos momentos de sofrimentos e dificuldades. A Virgem Maria é nossa Mãe, nos acolhe com amor materno e nos socorre em todas as nossas necessidades. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós!

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