O Papa João Paulo II nos fala sobre a importância da memória materna de Maria, a sua ligação com a memória da Igreja e com a identidade do homem.
Na Virgem Maria, temos a memória materna da Igreja, que nos ajuda a descobrir a nossa identidade. Nos últimos tempos, o mundo tem passado por muitas transformações, que tem influenciado as mais diversas culturas e sociedades. Tais transformações colocam um problema para a Igreja, para todos os cristãos. Trata-se da questão da perda de identidade, pela qual passa a sociedade atual. Diante deste panorama preocupante, o Papa João Paulo II fala sobre a identidade humana no seu livro “Memória e identidade”.
Para falar dessa identidade, o Santo Padre fala da memória, dimensão histórica da vida de Jesus. Toda a Sua vida foi marcada pela presença materna de Maria. Na memória de Maria, que “guardava todas as coisas no seu coração” (Lc 2, 51), temos acesso aos acontecimentos principais da vida de Cristo e do surgimento da Igreja.
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Maria guardava no seu coração a memória do mistério da Anunciação, da encarnação do Verbo no seu ventre (cf. Jo 1, 14). Guardou também a memória do nascimento de Jesus (cf. Lc 2, 15-17) e da fuga para o Egito por causa da perseguição de Herodes (Mt 2, 13-15). “Tudo isso permanecia fielmente guardado na memória de Maria, sendo Ela – como justamente se deduz – quem o transmitira a Lucas durante os seus numerosos encontros, tal como o confidenciara também a João, a quem fora entregue por Jesus na hora da morte”.
João paulo II diz que: “A memória de Maria é uma fonte se singular importância, um fonte incomparável, para conhecer Cristo”. Pois, ela é testemunha da Encarnação e acompanhou os passos do crescimento de Jesus. Como nos seus 12 anos, quando Jesus deixa intuir a Maria a missão que Ele recebeu do Pai (cf. Lc 2, 49). Na sua vida pública, Jesus permanece sempre ligado a Nossa Senhora como no milagre das bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11). No momento culminante da sua missão, Maria é testemunha da Paixão, morte e ressurreição de Cristo. Ela é também testemunha das Ascensão de Jesus e do nascimento da Igreja no Pentecostes.
A memória materna de Maria é importante para a identidade humano-divina da Igreja. A sua memória é também a memória da Igreja, visto que esta guarda, em grande parte, o que estava presente nas recordações de Maria. A Igreja guarda em si mesma a memória da história do homem. Ambas juntas, a memória de Maria e a da Igreja nos ajudam a conhecer melhor Jesus Cristo e o Seu desígnio de salvação para o homem.
Assim, em meio à perda de identidade e de valores que marcam nosso tempo, a memória de Maria e a da Igreja podem ajudar o homem a reencontrar a sua própria identidade. A memória Materna de Maria e a da Igreja nos ajudam a compreender que não somos frutos do acaso ou da evolução, mas fomos pensados por Deus. Ele tem uma alta vocação para nós e isso nos foi revelado em Jesus Cristo. Nele, somos filhos de Deus e somos chamados à comunhão com Ele no Reino dos Céus.