Outubro, mês de Nossa Senhora e do Rosário

Neste mês de outubro, meditemos sobre a dignidade de Nossa Senhora e as excelências do Santo Rosário.

Nossa Senhora do Rosário, cuja festa celebramos no mês de Outubro, nos recorda que a devoção mariana é muito querida em toda a Igreja, não somente pelos leigos, mas por todo o novo povo de Deus. Muitos santos e santas foram grandes devotos de Maria e do Rosário, como São Domingos de Gusmão, Santa Teresa d’Ávila, São Luís Maria Grignion de Montfort, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, São Pio de Pietrelcina e tantos outros homens e mulheres de Deus. Muitos Papas também ficaram conhecidos por sua especial devoção a Virgem Maria e ao Santo Rosário. Entre os vários Sumo Pontífices rosarienses, destacamos alguns dos mais importantes: “Sixto V, de feliz memória, aprovou o antigo costume de recitar o Rosário; Gregório XIII instituiu a festa do Rosário; Clemente VIII introduziu-a no Martirológio; Clemente XI estendeu-a a toda a Igreja; e Benedito XIII inseriu-a depois no Breviário Romano”[1].

Neste mês de outubro, meditemos sobre a dignidade de Nossa Senhora e as excelências do Santo Rosário.

Nossa Senhora do Rosário

Entre os Papas rosarienses mais recentes, três foram excepcionalmente grandes: Leão XIII escreveu 44 documentos sobre o Rosário, decretou que a sua festa e o seu Oficio fossem celebrados em toda a Igreja. Além disso, o Papa do Rosário, como ficou conhecido, quis que o mês de Outubro inteiro fosse consagrado à devoção do Rosário e prescreveu que nas Ladainhas Lauretanas se acrescentasse a invocação: “Rainha do sacratíssimo Rosário”; Paulo VI escreveu nada menos que 26 documentos sobre o Rosário, além da magnífica Exortação Apostólica Marialis Cultus, na qual dedica um longo capítulo sobre o Rosário e o incentiva vivamente; São João Paulo II escreveu a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, na qual revelou: “O Rosário é a minha oração predileta”[2]. Através desse documento, o Santo Padre proclamou o “Ano do Rosário”, de Outubro de 2002 até Outubro de 2003, e inseriu no Rosário os mistérios da Luz ou Luminosos.

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A devoção a Virgem Maria e o Santo Rosário

Consideremos o grau sublime de dignidade e de glória a que Deus elevou a augustíssima Virgem Maria e facilmente compreenderemos que grande vantagem traz às nossas vidas e a toda a sociedade o contínuo desenvolvimento e a sempre mais ardente propagação do culto mariano. Deus escolhe Nossa Senhora desde a eternidade para ser Mãe do Verbo, que se fez carne. Por isso, entre todas as criaturas mais belas na ordem da natureza, da graça e da glória, o Senhor distinguiu a Santíssima Virgem com privilégios tais, que a Igreja com razão aplica a ela as palavras do livro do Eclesiástico: “Saí da boca do Altíssimo; nasci antes de toda criatura” (Eclo 24, 5).

Quando Adão e Eva pecaram e todo gênero humano foi contaminado pela mancha do pecado original, a Virgem Maria nos foi dada como penhor da futura reconciliação e salvação. Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus honrou sua Mãe durante a sua vida oculta e também a escolheu como cooperadora nos seus dois primeiros milagres. O primeiro foi um milagre da ordem da graça, que se deu quando a Virgem de Nazaré saudou Isabel e a criança que trazia em seu seio estremeceu de alegria (cf. Lc 1, 39-45). O segundo foi um milagre na ordem da natureza, que aconteceu nas bodas de Caná, quando Jesus transformou a água em vinho por intercessão de Maria (cf. Jo 2, 1-12). Por fim, no momento em que reconciliava a humanidade com o Pai, Cristo confiou Maria ao Discípulo Amado, com aquelas suavíssimas palavras: “Eis aí tua mãe!” (Jo. 19, 27), como que num testamento espiritual.

Neste mês de Outubro, tomemos posse desse testamento para nós mesmos e para Igreja, tão sofrida, coloquemo-nos sob a proteção de Nossa Senhora, através da recitação do Santo Rosário. O Papa Leão XIII dedicou a Virgem Maria o mês de Maio, que é o mês flores no hemisfério norte, e consagrou também a ela, com afeto de singular piedade, o mês de Outubro, que é mês dos frutos. Pois, pareceu justo ao Pontífice dedicar estes dois meses do ano a Mãe de Deus, que disse de si: “As minhas flores tornaram-se frutos de glória e de riqueza” (Eclo 24, 23).

Assista programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Nossa Senhora do Rosário”:

A união e a perseverança na recitação do Rosário

A união e a perseverança estão perfeitamente unidas na oração do Rosário. Nele, pela nossa repetição insistente das mesmas orações nós demonstramos que queremos obter do Pai Celeste o seu Reino de graça e de glória (cf. Lc 11, 13). Pelo Rosário, com as nossas reiteradas súplicas a Santíssima Virgem, imploramos para nós pecadores o seu auxílio e a sua intercessão durante toda a nossa vida, especialmente na hora morte, que é a porta da eternidade. Ademais, o Rosário da Virgem Maria é excelente para a oração em comum.

Hoje somos chamados a resgatar esta devoção que floresceu entre os nossos antepassados. As famílias cristãs, nas cidades e nos campos, consideravam como um sagrado dever reunir-se, à noite, depois dos trabalhos do dia, diante de uma imagem de Nossa Senhora, para recitar o Rosário. “Ela [Nossa Senhora] se comprazia tanto nesta fiel e concorde homenagem, que, como uma mãe entre a coroa de seus filhos, assistia propícia aqueles seus devotos, e concedia-lhes o dom da paz doméstica, penhor da paz do Céu”[3]. Ao refletir sobre a eficácia do Rosário rezado em comum, o Papa Leão XIII declarou explicitamente ser seu “vivo desejo que ele fosse recitado todo os dias nas catedrais das simples Dioceses, e todos os dias de festa nas igrejas paroquiais”[4].

Assim, neste mês de Outubro, somos chamados a ouvir a voz de Deus que, particularmente através dos pontífices, nos recomendou insistentemente devoção a Virgem Maria e a oração do Santo Rosário. Em nossa oração pessoal, nas famílias, nos locais de trabalho, nas igrejas e capelas, somos chamados a rezar o Rosário. Além disso, incentivemos vivamente a devoção a Virgem Maria, que nos conduz com segurança pelos caminhos do seu Filho Jesus Cristo.

Oração do Beato Bartolo Longo a Nossa Senhora do Rosário

Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus, vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, não te deixaremos nunca mais. Serás o nosso conforto na hora da agonia. Seja para ti o último beijo da vida que se apaga. E a última palavra dos nossos lábios há-de ser o vosso nome suave, ó Rainha do Rosário de Pompeia, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos pecadores, ó Soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em todo o lado, hoje e sempre, na terra e no céu.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Links relacionados.

TODO DE MARIA. O poder de Maria e do Rosário contra o mal.

TODO DE MARIA. O Rosário meditado de São Luiz Maria.

TODO DE MARIA. Um homem transformado pelo Rosário.

Referências:


[1]  PAPA LEÃO XIII. Carta Encíclica Diuturni Temporis, 4.

[2]  PAPA JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, 2.

[4]  PAPA LEÃO XIII. Carta Apostólica Salutaris Ille.

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