Jesus disse aos seus discípulos: “aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior” (Lc 9, 48b).
O Mestre apresenta aos seus discípulos a lógica do Reino de Deus, que é inversa à logica deste mundo. Estes discutiam entre si para saber qual deles seria o maior (cf. Lc 9, 46). Vendo isso, Jesus pega uma criança, coloca-a junto de si e diz aos discípulos: “quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou” (Lc 9, 48a). Depois de ter dito isso, Jesus apresenta a lógica do Reino dos Céus, que os discípulos ainda não tinham compreendido: “aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior” (Lc 9, 48b).
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Neste mundo, as pessoas brigam por causa do poder, do dinheiro e dos bens materiais. E, de certa forma, os discípulos ainda não tinham se desligado dessa busca pelo poder. Pelo contrário, eles estavam se portando como qualquer outra pessoa da época. Ainda que os discípulos tivessem deixado seus bens, seus trabalhos, suas casas, eles não haviam se desapegado de si mesmos. Eles estavam preocupados com sua reputação, com a sua imagem diante dos homens. Por isso, queriam saber qual deles é o maior, quem tem mais poder.
Como compreender esta lógica, na qual o maior é o menor e o menor é o maior? Para compreender a complexidade do Reino dos Céus é preciso ter a mente e o coração de uma criança. Somente somos capazes de compreender a sabedoria de Deus escondida nos mais pequeninos se nos abaixamos até eles. Como a Virgem Maria, que viveu em profunda intimidade com Deus, se fez pequena, humilde, simples, como uma criança, por isso, foi capaz de compreender e assumir a grandeza de sua vocação.
Nossa Senhora se fez serva do Senhor, ela assumiu o lugar mais baixo, por isso, ela está sentada à direita de Seu Filho Jesus Cristo. O Senhor a exaltou, pois ela humilhou-se por amor e se entregou inteiramente ao projeto de Deus para a salvação do gênero humano. Como a Virgem Maria, somos chamados a nos consagrar inteiramente a Jesus Cristo, que é o Senhor das nossas vidas, Senhor do Céu e da Terra. Ele quer nos conduzir, pelas mãos da sua Mãe, à pátria definitiva, à Jerusalém Celeste.
Neste mundo, as pessoas querem ser mais do que os outros e brigam entre si pelo poder, mas nós cristãos, devemos ser melhores para os outros. A perspectiva do amor é fundamental na lógica do Reino de Jesus Cristo. Aquele que se faz pequeno, como a Virgem Santíssima, coloca-se a serviço e se entrega totalmente ao desígnio do Pai, este é grande no Reino dos Céus, pois ama em alta medida as pessoas que o Senhor lhe confiou.