A Assunção de Nossa Senhora aos Céus

Por que Nossa Senhora foi assumida na glória do Reino dos Céus?

A Assunção de Nossa Senhora aos CéusNa solenidade da Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, celebramos a entrada da Mãe do Senhor na glória do Paraíso Celeste. A Assunção de Maria aos Céus mostra-nos o nosso destino como filhos adotivos de Deus e membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja: “como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno”1. Por sua participação na vitória de seu Filho sobre o pecado e a morte, na obra da Redenção do gênero humano, a Virgem Maria alcançou um lugar singular na glória dos Céus.

Receba o conteúdo deste blog gratuitamente em seu e-mail.

Desde que Jesus Cristo completou a obra da Salvação do gênero humano com sua morte e ressurreição, os anjos O esperavam ansiosamente no Céu. Por isso, em suas preces repetiam incessantemente as palavra do Rei Davi: “Levantai-vos, Senhor, para o vosso descanso, vós e a arca da vossa santificação”2. Vós que remistes os homens, vinde habitar conosco em Vosso Reino: “conduzi também conosco a arca viva da vossa santificação, isto é, vossa Mãe, a qual santificastes habitando em seu seio”3.

Depois de entrar em Seu Reino, quis o Senhor atender o desejo dos Anjos, chamando a Virgem Maria à felicidade eterna no Paraíso. Na Antiga Aliança, Deus ordenou que a arca do Testamento fosse entronizada com grande pompa em Jerusalém: “Davi e toda a casa de Israel conduziram a arca com júbilo e ao som das trombetas”4. Com pompa ainda mais nobre e gloriosa, o Senhor pediu que sua Mãe, a Arca da Nova Aliança, entrasse no Reino dos Céus.

Ouça reflexão do Padre Paulo Ricardo na Solenidade da Assunção de Nossa Senhora sobre “A realeza de Maria Santíssima“:

Jesus Cristo é o Novo Adão5 e os Santos Padres, desde o século II afirmam uma especial união de Maria, a Nova Eva, com o Senhor na luta contra o diabo. Desde a Anunciação do Anjo de que ela seria a Mãe do Verbo encarnado6, no início da vida pública de Jesus7, passando pela morte e ressurreição de seu Filho8, até a vinda do Espírito Santo no Pentecostes9, Maria esteve presente. Esta “especial participação de Maria na vitória de Cristo não poderia considerar-se completa sem a glorificação corporal de Maria”10.

A glória de Maria é, sem comparação, maior que a dos anjos. Para compreender esta realidade, basta recordar as palavras do Salmista: “A rainha foi colocada à sua direita”11. As obras de Maria ultrapassam incomparavelmente em mérito as de todos os santos. Por isso, ninguém pode compreender a recompensa e a glória merecidas por Maria. “É então indiscutível, […] que a Virgem por exceder em mérito todos os anjos e homens, deve ter sido exaltada acima de todas as ordens celestiais. […] sua glória celestial é única no seu gênero; para avaliá-la é mister não olvidar as graças singulares que recebeu na terra”12.

Assim, a Virgem Maria foi assumida de corpo e alma na glórias dos Céus, mas continua a exercer sua maternidade espiritual sobre todos os homens. Por isso, Maria é Mãe da Igreja, é “nossa Mãe, na ordem da graça. […] Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação13 e que manteve inabalável junto da Cruz14, até à consumação perpétua de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna […] Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira”15. Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Referências:

1 PAPA FRANCISCO. Santa Missa na solenidade da Assunção de Maria, 15 de agosto de 2014.

2 Sl 131, 8.

3 SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Glórias de Maria. 3ª ed. Aparecida: Santuário, 1989, p. 342.

4 2 Rs 6, 14.

5 Cf. I Cor 15, 45.

6 Cf. Lc 1, 26-38.

7 Cf. Jo 2, 1-12.

8 Cf. Jo 19, 25-27;

9 Cf. At 1, 14.

10 Candido POZO, María em la obra de salvación, Madrid, 1990, p. 316, cf. 1 Cor 15, 54.

11 Sl 44, 10.

12 SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Op. cit., p. 348.

13 Cf. Lc 1, 38.

14 Cf. Jo 19, 25.

Comments

comments