A Cruz de Cristo: mistério do amor e do sofrimento

Padre Pio nos ajuda a meditar sobre o martírio de Nossa Senhora e a Cruz de Cristo, mistério do amor e do sofrimento.

A Cruz de Jesus Cristo: mistério do amor e do sofrimentoSão Pio de Pietrelcina, através de seus escritos, nos ajuda a meditar sobre o martírio de Nossa Senhora e a Cruz de Cristo, mistério do amor e do sofrimento. Padre Pio, escrevendo ao seu diretor espiritual, nos fala da sua compreensão do martírio da Santíssima Virgem Maria: “Agora parece que estou compreendendo qual foi o martírio da nossa Mãe diletíssima, o que não me foi possível antes. Oh! Se os homens entendessem este martírio!” (Padre Pio, Palavras de Luz: Florilégio do Epistolário, 247). A partir de sua experiência com a Santíssima Virgem, a quem se refere sempre com ternura filial, o Santo nos ajuda a penetrar no mistério da Cruz de Cristo e a compreender o mistério do amor e do sofrimento.

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Antes de nos falar do mistério insondável da Cruz, do amor e do sofrimento de Deus por nós, Padre Pio dirige uma prece a Nossa Senhora. Com ele, somos convidados a rezar, pedindo à nossa Mãe as luzes do Espírito Santo para compreender estes santos e divinos mistérios: “A Virgem das dores obtenha de seu santíssimo Filho fazer-nos penetrar cada vez mais no mistério da cruz e nos inebriar com ela ante os padecimentos de Jesus” (Idem, 248).

São Pio, meditando sobre o mistério da Cruz, da Paixão de Jesus Cristo no Calvário, tem uma intuição extraordinária: “A prova mais certa do amor consiste em sofrer pelo amado, e depois que o Filho de Deus padeceu tantas dores por puro amor não resta nenhuma dúvida de que a cruz carregada por ele se torna amável como o amor” (Idem, 248). Jesus provou seu amor por nós sofrendo os tormentos, as angústias, as dores, o martírio da Cruz. Nós não somente sabemos que Deus nos ama, mas temos uma prova concreta deste amor. Em consequência, a Cruz de Cristo se torna amável porque o Senhor a carregou por puro amor, não à Cruz, mas a todos nós pecadores.

A Cruz de Cristo é amável, pois nela Ele se entregou por puro amor a nós, por isso devemos amá-la como amamos Deus. Devemos amar a Cruz de Jesus não com um amor que parte dos nossos sentimentos, mas sim da nossa razão e da nossa vontade. Pois, amar a Cruz significa estarmos livremente unidos ao martírio, aos sofrimentos do Filho, como esteve sua Mãe, e isto comporta nosso próprio martírio, nosso sofrimento. Como a Virgem Maria, Padre Pio amou no sofrimento: “Ó Deus, que tortura sinto no fundo deste meu coração! Quando descansará? Sinto que este coração se dilacera. Não tenho onde pousá-lo. Se pudesse pelo menos ter a satisfação de libertá-lo desse martírio interno com lagrimas! A dor é grande e o petrificou. Agora sim, compreendo, ó Jesus, porque a tua Mãe, admirando-te sobre a Cruz, não chorou” (Idem, 249).

Padre Pio viveu esta experiência de amar nos sofrimentos físicos, morais e espirituais, que também implicam as tentações. Por isso, ele pergunta ao Senhor: “Mas dize-me, Jesus, o que é essa voz íntima que ouço continuamente: Ubi est Deus tuus [“Onde está o teu Deus?” (Sl 42, 4)], à qual não posso dar resposta, por medo de mentir?” (Idem, ibidem). Isso significa que podemos ser tentados, ter dúvidas, noites escuras, mas não devemos dialogar com essas tentações, que muitas vezes vêm do Demônio.

Nas tentações diabólicas, o Santo nos ensina a confiar na Virgem Maria: “A força de Satanás, que me combate, é terrível; mas louvado seja Deus! uma vez que Ele pôs a causa da minha salvação, o êxito da vitória, nas mãos de nossa Mãe do Céu. Protegido e guiado por Mãe tão afetuosa, persistirei no combate até quando Deus quiser, seguro, e cheio de confiança nessa Mãe, de jamais sucumbir. […] Como é longínqua a esperança da vitória, olhada da terra do exílio! Como é próxima e segura, ao contrário, olhada da casa de Deus, sob a proteção dessa Mãe santíssima!” (Idem, 250).

Assim, para nos unir mais intimamente à Cruz de Cristo, ao mistério do amor e do sofrimento, nos confiemos ao auxílio poderoso de Nossa Senhora, com fez Padre Pio: Que a Santíssima Virgem nos obtenha o amor à cruz, aos sofrimentos, às dores; e ela, que foi a primeira a praticar o Evangelho em toda a sua perfeição, em toda a sua severidade, ainda antes que fosse proclamado, obtenha para nós e nos dê, ela mesma, o estímulo para segui-la bem de perto” (Idem, 251). Peçamos também a Mãe do Senhor a graça de uma vida conforme a vontade de Deus: “A Mãe de Jesus e nossa nos obtenha ainda, do seu Filho, a graça de viver uma vida totalmente de acordo com o coração de Deus; uma vida toda interior e toda escondida Nele. Que essa Mãe muito querida nos una a Jesus tão estreitamente que não nos deixe mais arrebatar e atrair por coisa alguma deste mundo terreno” (Idem, 254). Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

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