São Luís Maria nos ensina que é necessário fazer todas as ações com Maria.
São Luís Maria Grignion de Montfort, no “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, explica que os consagrados devem fazer todas as suas ações com Maria. O Santo ensina que para fazer tudo com Maria devemos olhar para ela, em todas as nossas ações, como modelo acabado de toda a virtude e perfeição. Nossa Senhora é o modelo formado pelo Espírito Santo numa simples criatura, para nós imitarmos, na medida das nossas limitadas forças. Em cada ação, consideremos o modo com o qual Maria fez ou faria se estivesse no nosso lugar.
Receba o conteúdo deste blog gratuitamente em seu e-mail.
Para compreender como a Virgem Maria agiria em nosso lugar, “devemos examinar e meditar as grandes virtudes que Ela praticou durante a vida” (TVD 260): a fé viva de Maria de Nazaré, pela qual acreditou, sem hesitar, na Anunciação do anjo (cf. Lc 1, 26-38). Ela acreditou fielmente, durante toda a sua vida, até mesmo aos pés da Cruz, no Monte Calvário (cf. Jo 19, 25); a humildade profunda de Nossa Senhora, que a fez esconder-se, calar-se, submeter-se a tudo e pôr-se no último lugar; “a sua pureza toda divina, que não teve nem jamais terá igual sob o Céu” (TVD 260). Devemos examinar e meditar também todas as demais virtudes de Maria, especialmente “a sua obediência cega, a sua contínua oração, a sua mortificação universal, […] a sua ardente caridade, a sua paciência heroica, a sua doçura angélica e a sua sabedoria divina” (cf. TVD 108).
A Santíssima Virgem Maria é a grande e a única Fôrma de Deus (cf. TVD 218-221), própria para “formar imagens de Deus, facilmente e em pouco tempo. Uma alma que achou deveras esta Fôrma e n’Ela se perdeu, em breve se transformará em Jesus Cristo, que este molde representa ao natural” TVD 260). Para nos deixar formar por Nossa Senhora é preciso estar sob a sua direção e influência. Fazer tudo com Maria significa “segurar sua mão, não se adiantar e nem retardar, mas sim, estar de acordo com ela, dizendo-lhe de vez em quando: ‘Mostrai-me ó doce Mãe, como devo proceder!’” (Pe. Júlio Maria de Lombaerde, O segredo da verdadeira devoção para com a Santíssima Virgem, p. 140).
Fazer tudo com a Virgem Maria significa ficar calmo e resignado diante das contrariedades da vida. Fazer tudo com Maria é nos esforçar para sorrir diante de uma palavra irônica ou má, que nos irrita e/ou nos ofende. Tudo fazer com Maria significa perseverar mesmo quando ainda não conseguimos vencer, ir até o fim apesar dos aborrecimentos que às vezes sentimos. Fazer as nossas ações com Maria significa “aceitar tudo como vindo das mãos de Maria: as contrariedades, para nos formar; os sucessos, para nos animar” (Idem, ibidem).
Voltemos o nosso coração para a Mãe de Jesus, aprendamos dela a ver nos acontecimentos da nossa vida as realidades sobrenaturais: Nossa Senhora “via o Filho na manjedoura de Belém e cria-o Criador do mundo. Via-o fugir de Herodes, sem entretanto deixar de crer que era ele o verdadeiro Rei dos reis. […] Ouviu-o chorar e o bendisse como as delícias do paraíso. Viu finalmente como morria vilipendiado na cruz, e, embora outros vacilassem, conservou-se firme, crendo sempre que ele era Deus” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, p. 424). Como a vida da Virgem de Nazaré, nossas vidas tem uma realidade sobrenatural que não conseguimos compreender totalmente, por isso, façamos tudo com Maria, pois ela fez a vontade do Pai e sabe nos conduzir para o desígnio de salvação de seu Filho Jesus Cristo.