A Virgem Maria é a grande formadora dos santos e santos da Igreja de todos os tempos.
Esta é uma verdade fundamental presente neste testemunho: Maria é a grande formadora dos santos. Letícia Santos nos fala da sua experiência com a Mãe de Deus, que marcou e continua marcando profundamente a sua vida: “Queria poder compartilhar com todos a alegria que trago comigo: há muito tenho crescido em intimidade com a Virgem Maria. Não falo por vanglória, pois de mim nada tenho que me vangloriar, já que o que fiz foi apenas receber o amor que Ela tinha para me oferecer. O que eu pude lhe dar foi apenas a minha vida, enquanto foram inúmeros os bons grados que d’Ela recebi.
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Vi que todo meu crescimento espiritual aconteceu por meio de Maria, e nada temo aos réprobos (reprovados, condenados) que preferem ignorá-la ou desmerecê-la (cf. TVD 188). Pelo contrário, minha vontade agora era gritar para o mundo o quanto Ela me tem feito. Há exatamente oito meses, quando estava desesperada e confusa, o Senhor colocou em meu coração uma enorme vontade de me consagrar a Maria, não apenas da boca para fora, mas inteiramente, com todo meu querer. Foi exatamente o que fiz, e tenho experimentado o aumento da minha fé; apenas com Ela fui capaz de atravessar tempestades, fazer escolhas que, se eu estivesse só, teria me afundado no medo.
Olhando para trás, consigo ver que tudo o que consagrei a Ela nada se perdeu, porém, todas as vezes que quis confiar em minha segurança, me perdi… É com muitas lágrimas que vos escrevo, não com dor, mas com alegria. Muitos, assim como já o fiz, dizem serem filhos de Maria, mas não buscam agradar a Deus. Há um enorme equívoco quanto a isso, pois a verdadeira devoção a Maria traz no coração a vontade de ser íntimo de Deus. Não pode ser filho de Maria quem não rompe com a vida de pecado, quem não luta pela santidade, pois isso seria uma enganação aos outros e também a si.
Tenho experimentado o olhar para dentro de mim. Assim, vi que, muitas vezes, eu achava que rezava, mas apenas repetia as orações. Refletindo, percebi que havia um grande vácuo entre mim e Maria; eu acreditava que a amava, apenas chamando-a de mãe ou considerando-a como mãe de Cristo. Não nego que ela seja, mas acho, assim como os santos, que nenhum louvor feito da mais perfeita forma pelos anjos poderia exaltá-la como ela merece.
Maria formou muitos santos e os continua formando. Queria dizer, no final da vida, que também fui formada em seu seio. Vejo que estou sendo gerada dentro do seu imaculado coração, e é engraçado que só conseguimos enxergar isso quando nos distanciamos da nossa história. Eu tenho vivido esse distanciamento. Minha história foi marcada pela cruz e, muitas vezes dela, tentei me afastar; mas só com Maria pude carregar com amor todo sofrimento. Diante de cada dor, posso ver Nossa Senhora das Dores abraçando o corpo de Jesus no calvário e posso sentir que em cada sofrimento há uma alegria após a tristeza, só quem olha com os olhos da fé consegue ver.
Vejo com carinho que apenas com Maria pude ser obediente a Deus. O Senhor como Pai quis exaltá-la, escolhendo-a dentre todas as criaturas para ser porta da salvação, a mãe de Seu Filho. Como Filho, Ele a exaltou obedecendo (cf. Lc 2, 51). Jesus cresceu mais nos 30 anos que viveu ao lado de Maria, com seu silêncio e humildade, do que com os seus três anos de vida pública. O Espírito Santo, esposo que é da Santíssima Virgem, quis habitar em seu seio para não só gerar Cristo (cf. Lc 1, 35), mas também para nos gerar por meio de suas virtudes e méritos. Vendo tanta exaltação por parte de Deus, por que nós insistimos em não reconhecê-la? Penso que muitos não aceitam, porque querem ser donos da verdade e acabam se refugiando nos braços do orgulhoso pai da mentira (Satanás), o qual nos diz que exaltando Maria diminuímos Deus.
Rezo com misericórdia para que todos possam sentir esse amor que hoje sinto latente em meu peito, pois sei que, assim como minha vida foi transformada, muitas ainda podem ser. Basta que cada pessoa se entregue sem reservas a Maria, pois ela sabe dar tudo a quem tudo lhe entrega. Hoje, posso dizer que se renunciei a tudo que foi me pedido por causa do Evangelho, foi por intermédio de Maria, para glória de Nosso Senhor. Vivo renuncias todos os dias, em algumas épocas mais do que em outras. Algumas me fazem tremer na base. A última, se não fosse por Maria, teria desistido, mas Ela, quem tudo renunciou para Cristo, tem me ensinado a morrer para mim, para que eu diga: ‘Já não sou eu quem vive, mas é Cristo quem vive em mim’ (Gl 2, 20)”.
Letícia Santos – Cruzeiro (SP).