São Luís Maria nos fala como a Virgem Maria aperfeiçoa as nossas boas obras e as apresenta a Jesus Cristo.
No quinto capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, São Luís Maria Grignion de Montfort nos apresente alguns motivos para nos consagrar a Nossa Senhora. Dentre esses motivos, no artigo terceiro, ele nos fala como a consagração a Maria faz a diferença quando entregamos as nossas boas obras ao Senhor. São Luís afirma que ao nos entregarmos a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, todas as nossas boas obras são purificadas, embelezadas e tornadas aceitáveis por nossa amável Senhora (cf. TVD 146).
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Em primeiro lugar, São Luís afirma que a Virgem Maria purifica nossas obras “de toda a sujeira do amor próprio e do apego imperceptível à criatura, que estão insensivelmente nas melhores ações” (TVD 146). Ou seja, Maria purifica nossas obras de todas as imperfeições. As mãos da Santíssima Virgem, nunca manchadas nem ociosas, purificam tudo aquilo que tocam. Suas mãos, tão puras e fecundas, tiram daquilo que oferecemos tudo que estiver estragado ou imperfeito (cf TVD 146).
Além de purificar nossas boas obras, a Virgem Maria “embeleza e adorna com Seus méritos e virtudes” (TVD 147). São Luís faz uma comparação de um camponês que, querendo agradar ao rei, entrega uma maçã à rainha para que ela entregue ao rei. A rainha recebe a pequena oferta do camponês e coloca a maçã em uma bandeja de ouro para torná-la digna de ser apresentada ao rei. Da mesma forma, Maria embeleza as nossas boas obras com seus méritos para apresentá-las a Jesus Cristo.
Nossa Senhora apresenta nossas boas obras a Jesus Cristo, pois nada reserva para si, mas as entrega fielmente ao Senhor. O que oferecemos a Maria, entregamos a Jesus. Se a louvamos e glorificamos, Ela louva e glorifica Jesus. Quando a louvamos e a bendizemos, a Virgem Maria canta, como cantou ao ser louvada por Santa Isabel (cf. TVD 148): “A minha alma glorifica o Senhor” (Lc 1, 46).
A Virgem Santíssima faz com que Jesus aceite nossas boas obras, por menores e mais pobres que sejam. Porém, “quando alguém apresenta a Jesus alguma coisa em seu próprio nome e apoiado na sua habilidade e disposição pessoais, Jesus examina o dom e, frequentemente, rejeita-o, por causa da sujeira que contraiu pelo amor próprio” (TVD 149), como rejeitou os sacrifícios dos judeus (Hb 10, 5-7). Mas, quando apresentamos alguma coisa a Jesus Cristo pelas mãos puras e virginais da Virgem Maria, tocamos no Seu “ponto fraco” (TVD 149), diz São Luís. Jesus considera, nem tanto o presente, mas quem o entrega. Não olha tanto de onde vem o presente, mas para aquela por quem o recebe. Maria jamais é rejeitada, e é sempre bem acolhida por seu Filho. Isso faz com que Jesus receba com agrado tudo quanto ela lhe apresenta, seja grande ou pequeno. “Basta que Maria a apresente, para que Jesus receba e aceite” (TVD 149).
Temos em Nossa Senhora “uma advogada tão poderosa que nunca é repelida, tão hábil que conhece todos os segredos para ganhar o Coração de Deus, tão boa e caridosa que não repele ninguém, por pequeno ou mau que seja” (TVD 150). Por isso, quando oferecemos nossas boas obras a Deus, entreguemos estas nas mãos da Virgem Maria. Ela aperfeiçoará nossas ofertas e as entregará a Seu Filho Jesus Cristo, que prontamente as aceitará de sua Mãe Santíssima.
