Maria Santíssima como modelo de fé para toda a Igreja

Meditemos sobre a Bem-aventurada Virgem Maria como modelo de fé para toda a Igreja Católica.

Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina que a Santíssima Virgem Maria é modelo insuperável de fé para toda a Santa Igreja Católica. Pois, ela teve uma fé tão viva que excedeu a de todos os homens e a de todos os anjos. Ela viu seu Filho Jesus Cristo sujeito a tantas as misérias humanas e, mesmo assim, sempre o reconheceu por verdadeiro Deus e Senhor.

Meditemos sobre a Bem-aventurada Virgem Maria como modelo de fé para toda a Igreja Católica.

A visitação da Virgem Maria a sua prima Santa Isabel.

Diante dessas verdades, se quisermos ser dignos filhos da Mãe de Deus, imitemo-la na virtude da fé, bem como em todas as demais virtudes. Exercitemo-nos em fazer contínuos atos de fé e vivamos segundo as verdades da fé da Igreja Católica, pois “a fé sem as obras é morta” (Tg 2, 26).

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Nossa Senhora como modelo de fé para a Igreja Católica

Do mesmo modo que a Bem-aventurada Virgem Maria é modelo de amor e de esperança, ela também é modelo de fé. Pois, aquele mal que a virgem Eva fez ao mundo e a todo o gênero humano com a sua incredulidade, a Virgem Maria reparou com a sua fé, dizia Santo Irineu de Lyon. Com efeito, Eva acreditou na serpente e não naquilo que Deus lhe tinha dito, por isso, trouxe a morte ao mundo (cf. Gn 3, 1-15). No entanto, Nossa Senhora acreditou nas palavras do Arcanjo São Gabriel, que ela, permanecendo Virgem, seria a Mãe do Verbo encarnado (cf. Lc 1, 26-38), por isso, trouxe a salvação à humanidade.

Exatamente por causa da sua fé, a Virgem Maria é chamada de bem-aventurada por sua prima Santa Isabel: “Beata quae credidisti, quoniam perficientur ea, quae dicta sunt tibi a Domino — Bem-aventurada és tu, que creste, porque se hão de cumprir as coisas que te foram ditas da parte do Senhor” (Lc 1, 15).

A fé maior do que a de todos os homens e a de todos os anjos

A Santíssima Virgem Maria teve mais fé que todos os homens e todos os anjos, dizia o Padre Soarez. Sua fé era tão grande que:

Via o seu Filho no presépio de Belém e cria que Ele era o Criador do mundo. Via-O fugir de Herodes e não deixava de crer que era o Rei dos reis. Via-O nascer, e O cria eterno. Via-O pobre e necessitado de alimento, e O cria Senhor do universo; deitado sobre a palha, e O cria onipotente. Observava que não falava e cria que era a Sabedoria infinita. Ouvia-O chorar e cria que era a alegria do paraíso. Via-O, finalmente, na morte vilipendiado e crucificado, e bem que nos outros vacilasse a fé, Maria estava firme em crer que Ele era Deus. É por esta razão, diz Santo Antonino, que no Ofício das Trevas só se deixa uma vela acesa, e São Leão, a este propósito, aplica a Virgem esta passagem: “Non extinguetur in nocte lucerna eius — A sua lâmpada não se apagará de noite” (Pr 31, 18)[1].

Maria Santíssima, pela sua grande e inabalável fé, mereceu ser feita a Luz de todos os fiéis, como a chamava São Metódio: Fidelium fax. Por sua vez, São Cirilo de Alexandria a chamava de Rainha da verdadeira fé: Sceptrum orthodoxae fidei. Nesse sentido, a Igreja atribui a Nossa Senhora, pelo merecimento de sua fé, a derrota de todas as heresias: “Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo[2].

A imitação da fé da Virgem Maria

Santo Ildefonso exortava os fiéis e continua a nos exortar: “Imitamini signaculum fidei Mariae — Imitai a fé insigne de Maria”. Mas, como a imitaremos?

A fé é, ao mesmo tempo, dom e virtude. A fé é dom de Deus enquanto luz que Ele infunde em nossas almas. A fé também é virtude quanto ao exercício que dela fazemos em nossas almas. Por isso, a fé não só nos serve de regra para crer, mas também para a prática das boas obras, pois, como dizia São Gregório: “Crê verdadeiramente aquele que põe em prática as verdades que a fé lhe ensina. É isto ter uma fé viva, o viver segundo se crê, assim como, no dizer do Apóstolo, cada justo deve viver: ‘Iustus autem meus ex fide vivit — O meu justo vive pela fé’” (Hb 10, 38)[3].

Assim viveu a Santíssima Virgem Maria e, da mesma forma, nós também, à imitação dela, devemos viver, diferente daqueles que não vivem segundo aquilo que creem e cuja fé é morta, como dizia São Tiago (cf. Tg 2, 26).

Roguemos a Mãe de Deus que, pelos méritos de sua fé inabalável, nos alcance uma fé viva: “Domina, adauge nobis fidem — Senhora, aumentai-nos a fé”[4]. Ao mesmo tempo, exercitemo-nos em fazer frequentes atos de fé, unindo-os aos da Santíssima Virgem. Rezemos também por tantos irmãos infelizes, que vivem fora da Igreja Católica.

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Santíssima Virgem Maria

Ó Maria, Mãe de misericórdia e Refúgio dos pecadores, súplices vos rogamos que lanceis um olhar benigno sobre os povos hereges e cismáticos. Vós, que sois a Sede da sabedoria, iluminai os espíritos tristemente envoltos nas trevas da ignorância e do pecado, a fim de que reconheçam claramente que a santa Igreja católica, apostólica, romana é a única verdadeira Igreja de Jesus Cristo, fora da qual não há santidade nem salvação. Completai a sua conversão impetrando-lhes a graça de abraçar qualquer verdade da santa fé, e de submeter-se ao Sumo Pontífice Romano, Vigário de Jesus Cristo na terra, a fim de que, estando em breve todos unidos conosco pelos doces laços do divino amor, haja um só rebanho, debaixo do mesmo único Pastor, e possamos todos, ó Virgem gloriosa, cantar com alegria na eternidade: “Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo — Alegrai-vos, ó Virgem Maria, porque vós só derrotastes todas as heresias no mundo universo”[5].

Links relacionados:

PADRE PAULO RICARDO. A imitação das virtudes de Maria.
TODO DE MARIA. A Bíblia e a fé de Abraão e Maria para a Igreja.
TODO DE MARIA. A fé e a presença de Jesus ressuscitado.
TODO DE MARIA. Papa Francisco diz como foi a fé de Maria.

Referências:


[1]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano – Tomo I, p. 152.
[2]  Off. B. M. V.
[3]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Op. cit., p. 153.
[4]  Idem, ibidem.
[5]  Idem, p. 153-154.

 

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