Nossa Senhora das Graças e as almas do purgatório

Neste mês, no qual celebramos Nossa Senhora das Graças, rezemos pelas almas do purgatório, que tanto necessitam das graças divinas.

É significativo que em novembro celebremos a festa de Nossa Senhora das Graças e este mês seja dedicado à oração pelas almas do purgatório. Em uma de suas aparições na rue du Bac, em Paris, na França, que aconteceu justamente no dia 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora revelou a Santa Catarina Labouré algo muito surpreendente, que nos ajuda a compreender a importância da oração pelas almas do purgatório.

Nesta aparição, a Santíssima Virgem apareceu vestida de branco, com indizível beleza, trazendo nas mãos uma esfera de ouro que representava o globo terrestre, o mundo inteiro e cada pessoa em particular, que estão sob os seus cuidados maternos. Nos dedos da Virgem Maria, Catarina vê anéis revestidos de belíssimas pedras preciosas, das quais saíam raios muito brilhantes. “Estes (raios) são o símbolo das graças que Eu derramo sobre as pessoas que mas pedem”[1], explicou Nossa Senhora. Mas, havia também anéis dos quais não partiam raios, a respeito dos quais a Santíssima Virgem disse: “Os anéis dos quais não partem raios simbolizam as graças que se esquecem de me pedir”[2].

Certamente que muitas dessas graças, que nos esquecemos de pedir, seriam destinadas às almas do purgatório. Isto é uma grande falta de caridade, pois essas almas muito padecem e não têm mais como rezar por si mesmas nem como adquirir méritos, que poderiam livrá-las desse sofrimento.

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Os benefícios da oração pelas almas do purgatório

Neste mês de novembro, somos convidados a adquirir o costume de rezar todos os dias pelas almas do purgatório. Pois, para todas essas almas é necessária a oração e a graça, para chegarem a Deus e ao seu amor infinito. Com isso, também nós, filhos queridos de Deus e da Virgem Maria, receberemos novos intercessores, que nos ajudarão a compreender que as coisas da Terra não são importantes e que só o Reino dos Céus é a meta para a qual devemos nos encaminhar com todas as nossas forças. Por isso, rezemos sem cessar, a fim de ajudar a nós mesmos e também aos outros, especialmente as almas benditas do purgatório, para os quais as orações trarão o conforto e a alegria.

A entrega dos sofrimentos nas mãos de Nossa Senhora

Nos momentos difíceis, a coisa mais importante a fazer é unir os nossos sofrimentos aos de Jesus Cristo e depositá-los nas mãos de sua Mãe Santíssima, a Virgem Maria. Pois, certamente ela saberá como utilizar melhor do que nós os valores de nossos sofrimentos.

Nós mesmos não conhecemos as necessidades mais urgentes para nós e para o próximo. Mas, Nossa Senhora sabe quais são essas necessidades e, por isso, saberá utilizar do valor de nossos sofrimentos para aquelas almas mais necessitadas. Além disso, por tudo o que fizermos pelas almas do purgatório, a Virgem Maria, nossa Mãe Santíssima, saberá nos recompensar nas nossas maiores necessidades, principalmente na hora da nossa morte.

A oração do Santo Rosário pelas almas do purgatório

Uma ajuda muito importante que podemos prestar às almas do purgatório é a récita do Santo Rosário na intenção dessas almas benditas. Por meio do Rosário, podemos crer que numerosas almas são libertadas das terríveis penas do purgatório.

Para termos uma noção do sofrimento das almas do purgatório, vejamos o que Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, diz a respeito: “a menor pena do Purgatório excederá a maior pena desta vida”[3]. Nesse mesmo sentido, Santo Agostinho também nos ensina: “aquele fogo (do purgatório) será mais violento do que qualquer coisa que possa padecer o homem nesta vida”[4].

Assista ou ouça ao programa do Padre Paulo Ricardo sobre “Por que as pessoas não estão mais rezando pelas almas do Purgatório?”:

As indulgências em sufrágio das almas do purgatório

Há várias orações, algumas que muitos de nós rezamos todos os dias, a Nossa Senhora que são enriquecidas com indulgências, como o Terço ou Rosário e o Ofício da Imaculada Conceição.

Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal – devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa no sacramento da Confissão – que devidamente dispostos e em certas e determinadas condições, alcançamos por meio da Santa Igreja Católica. Enquanto dispensadora da redenção, a Igreja distribui e aplica, com sua autoridade, o tesouro das satisfações e dos méritos de Jesus Cristo e dos Santos.

A indulgência concedida em uma oração pode ser parcial ou plenária, conforme nos livra, parcial ou plenamente, da pena devida pelos nossos pecados. Essas indulgências, parciais ou plenárias, podem ser sempre aplicadas, por modo de sufrágio, especialmente às almas do purgatório.

As indulgências são de suma importância para a remissão das penas devidas pelos pecados cometidos. Podemos aplicá-las a nós mesmos e também àquelas pessoas que partiram desta vida, pelas quais podemos e devemos rezar e aplicar as indulgências. Pois, as almas do purgatório não podem mais alcançar, por si mesmas, a remissão das penas devidas pelos seus pecados.

Oração de Santo Afonso pelas almas do purgatório

Meu amabilíssimo Jesus, “Deus Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas dos vossos servos e servas a remissão de todos os seus pecados, para conseguirem com pias súplicas a indulgência, que sempre desejaram. — Ó Senhor, dai-lhes o descanso eterno e a luz perpétua lhes resplandeça”[5]. — Peço-vos também esta graça, ó Maria, grande Mãe de Deus e Mãe daquelas almas que padecem tanto. — Almas benditas, roguei por vós e sempre por vós rogarei; mas já que sois tão queridas por Deus e estais certas de que não o podeis mais perder, rogai por mim, miserável, que estou ainda em perigo de me condenar e de perder a Deus para sempre[6].

Links relacionados:

PADRE PAULO RICARDO. Indulgências
TODO DE MARIA. Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa.
TODO DE MARIA. Nossa Senhora das Graças e o Comunismo
TODO DE MARIA. Orações a Nossa Senhora com indulgências

Referências:


[1]  ARAUTOS. Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa.
[2]  Idem.
[3]  SÃO TOMÁS DE AQUINO. Super Sent. L.IV, ap.I, a.3.
[4]  SANTO AGOSTINHO. De cura pro mortuis gerenda, XVIII, 22. In Obras. Madrid: BAC, 1995, v.XL, p. 473-474.
[5]  Or. festi.
[6]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano: Tomo III, p. 389-390.

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