Nossa Senhora e o santíssimo Rosário

Meditemos com Santo Afonso Maria de Ligório sobre Nossa Senhora e a oração do santo Rosário.

Santo Afonso ensina que o santíssimo Rosário merece ser rezado com respeito e atenção, pois é uma devoção sublime e excelente sob todos os pontos de vista. Tanto que o Rosário foi aprovado pela Igreja, enriquecido de indulgências pelos Sumos Pontífices, e glorificado por Deus com milagres clamorosos.

Meditemos com Santo Afonso Maria de Ligório sobre Nossa Senhora e a oração do santo Rosário.

Nossa Senhora do Rosário

Este Saltério celeste, em razão das orações que o compõem, encerra em si tudo o que há de mais belo e precioso na Igreja Católica. Além disso, a meditação dos mistérios do Rosário eleva o nosso pensamento a Jesus Cristo, que é o centro de nossa fé. Sendo assim, neste mês mariano, – no qual celebramos a festa de Nossa Senhora do Rosário e encerramos o Ano Nacional Mariano – perguntemos a nós mesmos: Qual é a estima que temos para com tão precioso tesouro? Como é que costumamos rezar o Rosário?

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A sublimidade e o poder do santíssimo Rosário

Primeiramente, consideremos a excelência da devoção do santíssimo Rosário. Já sabemos que o Saltério Mariano foi revelado a São Domingos por Nossa Senhora numa ocasião em que ele estava aflito e lamentava-se com ela a respeito dos grandes danos que os hereges albigenses faziam à Igreja naquele tempo. Em resposta, a Virgem Santíssima lhe disse: “este terreno será sempre estéril, enquanto sobre ele não cair a chuva”[1]. São Domingos entendeu então que esta chuva era a devoção do Rosário, que ele deveria propagar. Sem demora, o Santo começou a pregar o santíssimo Rosário por toda a parte e admiravelmente este foi abraçado por quase todos os católicos da época, a tal ponto de não haver outra devoção mais praticada por todas as classes de fiéis.

Apesar da excelência dessa oração, o que não têm dito os hereges para desacreditar o Terço ou Rosário? Entretanto, para nos convencer da sua impiedade, basta recordar que esta devoção foi aprovada pela Igreja, que a honrou com a instituição de uma celebração litúrgica especial. Além disso, os Sumos Pontífices enriqueceram o Rosário de indulgências e Deus o glorificou com milagres estupendos.

Sabemos o grande bem que esta nobre devoção tem feito ao mundo. Quantas pessoas têm sido livres dos pecados por meio dessa oração? Quantas são conduzidas a uma vida santa? Quantas obtêm uma boa morte e hoje estão salvos? “O próprio demônio, obrigado a isso por São Domingos, declarou pela boca de um possesso, que não se condenou nenhum daqueles que até à morte perseveraram em rezar devotamente o Rosário”[2].

Não é de se admirar por tantos milagres concedidos e prodígios realizados aos que recorrem ao santo Rosário. Pois, sendo este Saltério celeste composto da contemplação dos mistérios de Cristo, da Oração dominical ou Pai-nosso e da Saudação Angélica ou Ave-Maria, encerra em si tudo o que há de mais sublime na Igreja Católica. Sendo assim, façamos um exame de consciência sobre o santíssimo Rosário, se o temos na devida estima, já que é uma devoção tão insigne sob todos os pontos de vista.

As promessas e os frutos do santo Rosário

Para compreendermos o quanto a devoção do santo Rosário agrada à Santíssima Virgem, basta refletirmos nas belas promessas por ela feitas a quem constantemente reza o Rosário. Nossa Senhora disse ao Bem-aventurado Alano da Rocha:

A todos os que recitarem o meu Saltério, prometo a minha proteção especialíssima. O Rosário será para todos um penhor seguro da sua predestinação à glória, porquanto é uma arma poderosíssima contra o inferno para extirpar os vícios, dissipar o pecado e vencer as heresias. Aquele que recitar devotamente o santo Rosário, não será oprimido pelas desgraças, não morrerá de morte imprevista, sem sacramentos; mas converter-se-á, se for pecador; crescerá na graça se for justo, e será feito digno da vida eterna. Os que na terra se esmerarem em propagá-lo, serão por mim assistidos em todas as suas necessidades[3].

O fruto desta meditação a respeito do santo Rosário será que o rezaremos frequente e devotamente, – com o terço nas mãos, contemplando os mistérios de Cristo – colocando-nos, se possível, diante de uma imagem da Virgem Maria. Ademais, considerando as perseguições de que é alvo a Igreja Católica e a confiança esclarecida que os Papas colocam nesta arma poderosíssima que é esta oração, rezemos muitas vezes o Saltério celeste, para que seja apressado o triunfo da Virgem Maria e da Igreja Católica: “Quasi rosa, plantata super rivos aquarum, fructificate — Desabrochai como uma roseira plantada à beira das águas” (Eclo 39, 17).

Assista ou ouça homilia do Padre Paulo Ricardo na “Memória de Nossa Senhora do Rosário”:

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a Nossa Senhora do Rosário

Ó Virgem gloriosa, Rainha do santíssimo Rosário, congratulo-me convosco pela homenagem que no mundo inteiro vos tributam tantas confraternidades que se gloriam de vosso venerável Nome. Prostrado diante do vosso trono, rogo-vos que lanceis um olhar benigno sobre a herança que Jesus Cristo adquiriu com o seu sangue, e renoveis em seu favor um daqueles prodígios que vos mereceram o título de Rainha das Vitórias. Igualmente vos rogo, ó minha Mãe, que me permitais unir-me hoje e sempre a tantos confrades, vossos filhos diletos, e vos saúde sempre com a Saudação Angélica: “Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco” (Lc 1, 28).

Ó Deus, cujo Filho unigênito pela sua vida, morte e ressurreição nos mereceu os prêmios da salvação eterna, concedei-me propício, que contemplando estes mistérios no santíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria, possa imitar o que eles contêm e conseguir o que prometem. Pelo mesmo Jesus Cristo, Nosso Senhor[4].

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Links relacionados:

TODO DE MARIA. A oração do Rosário em grupo e em família.
TODO DE MARIA. A origem do Rosário de Nossa Senhora.
TODO DE MARIA. O significado do Rosário da Virgem Maria.

Referências:


[1]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os dias e festas do ano – Tomo III, p. 374.
[2]  Idem, p. 375.
[3]  Idem, p. 375-376.
[4]  Idem, p. 376-377.

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