A parábola do filho pródigo nos fala do pai misericordioso e seus dois filhos.
Na parábola do “Filho Pródigo” (cf. Lc 15, 11-32), temos três personagens: o pai misericordioso e seus dois filhos. Um desses é o filho pródigo, que é chamado por esse nome porque gastou tudo que tinha. Este era o filho mais novo, que pediu a seu pai a sua parte da herança (cf. Lc 15, 12). Ele, por sua vez, repartiu a herança entre os filhos. O Filho Pródigo juntou tudo que era seu, abandonou sua família e partiu para um país distante, onde gastou tudo que tinha numa vida sem limites (cf. Lc 15, 13). Ele chegou ao ponto de perder tudo, de não ter nada, nem mesmo para comer (cf. Lc 15, 16). Então, o Filho lembrou que na casa de seu Pai até mesmo os empregados tem pão em abundância e decidiu voltar para casa (cf. Lc 15, 17-19).
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Mal o Filho Pródigo tinha chegado em casa, encontrou seu pai, que foi ao seu encontro, acolheu-o, abraçou-o e beijou-o (cf. Lc 15, 20). Este pai é imagem de Deus Pai, que é misericordioso e perdoa as nossas faltas, os nossos pecados. Dando lhe a sandália, a túnica e o anel (cf. Lc 15, 22), o pai restaurou a sua dignidade de filho, que estava manchada por causa do pecado. É isto que acontece quando nos confessamos. O Senhor restaura a nossa dignidade de filhos, que havíamos perdido por causa dos nossos pecados.
Ouça programa do Padre Paulo Ricardo com o tema “O filho pródigo somos nós”:
O Filho Pródigo, que estava imerso no pecado, não tem nome talvez para que nos coloquemos no seu lugar. Para que, quando abandonarmos a Deus, não cumprirmos os seus mandamentos, lembremos que Ele nos ama e voltemos para a casa do Pai. Dificilmente cometeríamos os mesmos pecados desse filho, mas muitas vezes os pequenos pecados são os piores, pois permanecem escondidos aos nossos olhos. Porém, com o tempo, estes pecados podem nos levar ao ponto de querer comer a comida dos porcos, como o Filho Pródigo (cf. Lc 15, 16), ou seja, a perdermos totalmente a dignidade humana. Por isso, mesmo os pequenos pecados devem ser combatidos e confessados quando temos oportunidade.
O filho mais velho ficou com raiva ao saber que o pai tinha acolhido seu irmão e estava fazendo uma festa para ele. A atitude desse filho nos ajuda a compreender que podemos cair na tentação de nos colocar como juízes de nossos irmãos. Porém, ao contrário, devemos ajudá-los a reconhecer os seus pecados e a voltar à casa do Pai, à dignidade de filhos. Somos filhos amados de Deus e tudo que Lhe pertence, pertence a nós (cf. Lc 15, 31). Por isso, não nos entristeçamos, por um pecador que retorna à casa, pois um só é nosso Pai. Nos alegremos com Ele pelo retorno de nosso irmão e o acolhamos, pois amanhã pode ser que nós abandonemos Deus, depois voltemos arrependidos.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A escravidão dos filhos de Deus”:
Na figura do pai, que nos remete a Deus, ao Pai das misericórdias, nos encontramos com aquele que não despreza nenhum de seus filhos. Ele acolhe a todos, quaisquer que sejam as suas fraquezas. Podemos aprender com esse pai misericordioso que Ele está sempre pronto a nos acolher, por pior que seja o nosso pecado. O acolhimento desse pai (cf. Lc 15, 20-24) nos ensina a acolher os nossos irmãos, a amá-los e perdoá-los em suas faltas, em seus pecados.
Assim, peçamos a Deus a graça de nos confiar inteiramente à Sua misericórdia. Quando estamos caídos por causa do pecado, não esqueçamos que temos um Pai que nos ama e jamais deixará de amar. Ainda que nós o abandonemos, Deus é Pai e nos acolhe quando voltamos para Ele, nos perdoa quando Lhe pedimos perdão, dando-nos novamente a dignidade de filhos. O Senhor também nos ajuda a ser misericordiosos para com os nossas irmãos e irmãs em suas fraquezas, em seus pecados. Nos confiemos a Jesus Cristo, pelas mãos da Virgem Maria, pedindo a graça da conversão, do arrependimento e do perdão. Mas, peçamos também a Nossa Senhora a graça de um coração que acolhe e perdoa aqueles que estão caídos por causa do pecado.