Encontramos em Jesus Cristo um novo sentido para a pobreza e para o sofrimento humano.
A pobreza e o sofrimento, que para o Povo de Israel significavam maldição, ganham em Jesus Cristo um novo sentido. No Sermão da Montanha, Jesus levantou o olhar para os seus discípulos e disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (Lc 6, 20). Neste versículo do Evangelho de Lucas, o Mestre nos chama a atenção para a uma verdade fundamental da vida cristã: a bem-aventurança, a felicidade verdadeira, somente alcançaremos no Reino dos Céus. Por isso, não nos espantemos se, depois de acolher Cristo em nossas vidas, as coisas passarem a ser mais difíceis, pois ele mesmo nos disse: “No mundo tereis aflições. Mas tende coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16, 33). Essas dificuldades e sofrimentos, que certamente virão, devem ser para nós causa de alegria, porque foi para os pobres, para os doentes, para os sofredores que o Senhor veio ao mundo (cf. Lc 4, 18).
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Não devemos temer pela aparente vitória do mal neste mundo, pois Jesus já venceu a morte e alcançou-nos a vida em plenitude no Reino dos Céus. Os sofrimentos e as tristezas deste mundo são passageiros, mas as alegrias do Reino dos Céus são eternas. Por isso, não nos deixemos enganar pelos falsos profetas, por aqueles que prometem uma felicidade neste mundo. A verdadeira felicidade é a comunhão com Deus, que só se realizará plenamente na eternidade, no Reino dos Céus.
Quando Jesus partiu para junto do Pai, Ele não nos deixou sós, mas nos enviou o Espírito Santo, que se manifestou gloriosamente no Pentecostes (cf. At 2, 1ss). Esse mesmo Espírito, que repousou sobre os discípulos e apóstolos de Jesus (cf. At 2, 3), vem em auxílio à nossa fraqueza (cf. Rm 8, 26). O Espírito nos ilumina, nos dá força para permanecermos firmes em meio aos sofrimentos deste mundo. Jesus quer realizar a Sua obra em nós através do Espírito, mas para isso, precisamos fazer o mesmo que os apóstolos e discípulos do Mestre.
Como aquela pequena comunidade reunida antes do Pentecostes, somos chamados a perseverar na oração juntamente com a Virgem Maria (cf. At 1, 14). Pois, ela que já havia recebido o Espírito Santo na Anunciação do Anjo Gabriel (cf. Lc 1, 35) e estava unida em oração com os discípulos, saberá nos ajudar a dispor o nosso coração para a ação do Paráclito. Nossa Senhora nos preparará para receber a força do alto, para que, cheios do Espírito, possamos anunciar com ousadia a Palavra de Deus que nos foi confiada por Jesus Cristo (cf Mc 16, 15).
A Virgem Maria gera em nós esse coração dócil, obediente, pobre, humilde, para recebermos o Espírito de Deus. Por Ele, Jesus Cristo age em nós, nos cura, nos liberta, nos restaura, nos santifica, realizando em nós Sua obra de salvação. O Senhor Jesus veio ao mundo para nos salvar e enquanto estamos aqui passaremos por sofrimentos, aflições e tribulações (cf. Jo 16, 33), mas no final tudo isso passará (cf. Ap 21, 3-5). Enquanto aguardamos a realização das promessas de Deus, nos consagremos inteiramente a Nossa Senhora, para que tenhamos um coração pobre, humilde, e sejamos cheios do Espírito Santo. Dessa forma, poderemos continuar a missão de Jesus Cristo até que Ele venha e estabeleça definitivamente o Reino dos Céus.