“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” (Mt 13, 44).
O Reino dos Céus é esse tesouro escondido, que durante toda a sua existência o homem procurou diligentemente. Os filósofos gregos buscaram o Reino, que para eles era a felicidade terrena, através da razão, do conhecimento. Os judeus buscaram a terra prometida, a terra sem males, através da fé e do cumprimento da Lei. Os povos pagãos realizavam sacrifícios para aplacar a ira dos seus deuses, para que pudessem viver com tranquilidade em suas cidades. Este Reino, que tantos os homens, das mais diversas culturas e religiões, buscaram incessantemente, se revelou a nós em Jesus Cristo.
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Jesus é o Reino de Deus em pessoa, que já está presente no meio de nós. Nós, que já O encontramos, somos chamados a nos desapegar dos bens deste mundo para tomar posse desse grande Tesouro que nos foi oferecido. Tal desapego não significa nos desfazer dos nossos bens, mas esses não podem ser o centro da nossa vida. Vender os bens significa nos desapegar dos bens desse mundo para buscar o Reino de Deus. Pois, quando esse Reino se realizar plenamente nos Céus, não poderemos levar nada conosco.
Esta é a vocação à qual a maioria dos homens e mulheres são chamados: viver o desapego das coisas deste mundo, dando testemunho da vida nova em Jesus Cristo na sua casa, no seu trabalho, na sua comunidade. Porém, há pessoas que são chamadas a uma entrega mais radical de sua vida em uma vocação religiosa. A estas pessoas, Jesus Cristo chama para uma entrega total em vista de uma missão. Na Palavra de Deus e na história da Igreja, temos muitos testemunhos de homens e mulheres que entregaram toda sua vida por Cristo e pelo seu Reino.
Essas pessoas são chamadas a deixar seus sonhos, seus projetos, como a Virgem Maria deixou. Ela estava prometida em casamento a José e foi chamada para ser Mãe de Jesus, Filho de Deus (cf. Lc 1, 26ss). Ela acolheu o desígnio de Deus com fé e docilidade, dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (v. 38). Como ela, os vocacionados são convidados a acolher com fé e docilidade a vontade divina. As pessoas que não se sentem chamadas a uma vocação religiosa, também são chamadas a acolher o desígnio de Deus a seu respeito, desapegando-se dos bens deste mundo para buscar os bens eternos.
Maria era ainda muito jovem, mas com coragem e ousadia, deixou-se guiar pelo Espírito Santo e ser fez escrava do Senhor! Ela foi dócil, e deixou que o Espírito gerasse nela o Verbo de Deus, que se fez sua carne, Jesus Cristo Nosso Senhor. Aprendamos dela e deixemos que o Espírito Santo realize em nós a Sua obra. Deixemos que o Espírito gere Jesus Cristo em nós, para que se realize o Reino de Deus. Este é o nosso tesouro, Jesus Cristo, que precisa ser gerado em nós no ventre da Virgem Maria pelo Espírito Santo.
