São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria Santíssima

Saiba qual é a razão mais profunda da devoção a São Joaquim e Santa Ana, os santos pais de Maria Santíssima.

No dia 26 de Julho, celebramos a festa de São Joaquim e Santa Ana, as almas venturosas a quem, depois de Deus, a Santíssima Virgem Maria é devedora de tudo quanto possui. Por essa razão, deduzimos o quanto deve agradar Nossa Senhora o nosso amor e veneração para com estes Santos. Pois, como disse o Rei Salomão: “A glória dos filhos são seus pais – Gloria filiorum patres eorum” (Pr 17, 6).

Saiba qual é a razão mais profunda da devoção a São Joaquim e Santa Ana, os santos pais de Maria Santíssima.

São Joaquim, Santa Ana e a Santíssima Virgem Maria

Sendo assim, se amamos a Mãe de Deus, sejamos também devotos de seus santos pais. Agradeçamos muitas vezes a Santíssima Trindade os dons, as graças e os privilégios que concedeu a Joaquim e Ana, e os invoquemos em nossas necessidades. Procuremos principalmente imitar as suas virtudes, especialmente o amor que nutriam pela sua santíssima filha, a Virgem de Nazaré.

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São Joaquim e Santa Ana na vida da Santíssima Virgem

Conforme uma tradição antiquíssima, São Joaquim e Santa Ana permaneceram durante muitos anos sujeitos à provação da esterilidade. Se finalmente da santa união deste casal nasceu essa filha celestial que é a Virgem Maria, foi porque pelas suas orações, vigílias, jejuns e esmolas eles fizeram “violência” a Deus (cf. Mt 11, 12). Sendo assim, com razão podemos dizer que aqueles santos esposos foram duplamente os progenitores de sua Filha Santíssima.

São Joaquim e Santa Ana foram os primeiros que, aqui na terra, começaram a amar a Virgem Maria. São Jerônimo e Santo Epifânio afirmam que foi por ordem da Santíssima Trindade que o santo casal lhe deu o nome de Maria que, pelas suas sublimes significações, já prenunciava os altos ofícios a que ela foi predestinada. Joaquim e Ana também deram à celeste Menina a primeira educação e quão esmerada foi a sua formação humana e espiritual!

Quando a menina Maria completou três anos de idade, Joaquim e Ana tomaram-na nos braços e, carregando-a alternadamente na longa viagem de Nazaré a Jerusalém, apresentaram-na no Templo, em cumprimento da promessa feita ao Senhor. Este sacrifício custou bastante a seus santos pais. No entanto, fizeram esta entrega amorosa para se conformarem com a vontade de Deus e para o grande bem que disso resultaria para a sua amada Filha.

A nossa devoção a São Joaquim e a Santa Ana

Finalmente, quando Joaquim e Ana, estes santos personagens, morreram, deixaram à Bem-aventurada Virgem Maria todos os seus haveres, e principalmente a casa de Nazaré, onde o Santíssimo Redentor passou a maior parte de sua vida, em submissão a São José e à sua castíssima Esposa. Em suma, depois de Deus, é a São Joaquim e a Santa Ana que a Virgem Imaculada é mais devedora de tudo que tem. Por essa razão, deduzimos o quanto lhe deve ser agradável se a ajudarmos no seu tributo de gratidão, praticando a devoção a esses grandes Santos.

Consideremos quão agradável deve ser a Nossa Senhora a nossa devoção aos seus santos pais, a quem ela se reconhece de mil modos obrigada, ou seja, agradecida no nível mais profundo: extremamente vinculada, comprometida com eles.

Se é tão agradável a Nossa Senhora a devoção para com seus amados pais, procuremos ser-lhes particularmente devotos, a fim de darmos à nossa Mãe Santíssima maior satisfação possível. À cada ano, no dia que lhes é consagrado, recebamos os Santíssimos Sacramentos, a Confissão e a Eucaristia, em sua honra, e a partir de hoje tomemos a firme resolução de os amar com o mesmo amor com que Jesus e Maria os amam e amarão eternamente.

Agradeçamos muitas vezes a Santíssima Trindade os dons, as graças e as prerrogativas que concedeu a São Joaquim e a Santa Ana e, em todas as nossas necessidades, recorramos a eles com plena confiança. Esforcemo-nos, sobretudo, em imitar os exemplos de virtude que eles nos deixaram, especialmente o amor que tiveram a Santíssima Virgem. Pois, como disse Santo Agostinho, a devoção verdadeira consiste exatamente na imitação: “Vera devotio est imitari quem colimus[1].

Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre a “Memória de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora”:

Oração de Santo Afonso Maria de Ligório a São Joaquim e Santa Ana

Ó progenitores digníssimos de Maria sempre Virgem, São Joaquim e Santa Ana, eu, vosso servo humilde, cheio de confiança em vossa bondade, ofereço-me hoje todo a vós e proponho honrar-vos sempre o mais possível, para contentar o coração de vossa santíssima filha, minha rainha Maria. Não vos dedigneis de me aceitar por vosso servo e de me ajudar em todas as necessidades, tanto da alma como do corpo. Obtende-me especialmente uma terníssima devoção para com vossa filha e minha amadíssima Mãe.

Ó meus santos protetores, quisera eu amar a Maria assim como vós a amastes. Mas este desejo é superior às minhas forças, meu coração está demais apegado às criaturas para se elevar tão alto. A vós recorro, portanto, e rogo-vos, pelo amor da mesma Virgem, me alcanceis a graça de a amar, honrar e servir com todas as minhas forças; e juntamente com a devoção a Maria, obtende-me um amor ardentíssimo para com Jesus Cristo, seu divino Filho e vosso descendente segundo a carne[2].

São Joaquim e Santa Ana, rogai por nós!

Links relacionados:

TODO DE MARIA. A apresentação de Maria e a consagração.

TODO DE MARIA. A Virgem Maria, Vaso cheio da graça de Deus.

TODO DE MARIA. O que podemos aprender com nossos avós?

Referências:


[1]  SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Meditações para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III, p. 242.

[2]  Idem, p. 242-243.

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